Com a obrigatoriedade do trabalho remoto saiba como impedir que o home office “roube” a decoração de sua casa
Arquiteto Henrique Hoffman, do escritório Painel Arquitetura
A migração dos ambientes trabalho para as residências por conta do isolamento perante a pandemia coronavírus vem trazendo algumas modificações na rotina das pessoas. Uma delas é a percepção que, mesmo após o fim da quarentena, acredita-se que este estilo de trabalho remoto deva continuar. Afinal, existe, de fato, uma economia de gastos como aluguel de espaço, estacionamento, meios de transporte, entre outros.
Apesar desta flexibilidade e poupança, porém, trazer o escritório para dentro de casa pode interferir no seu conforto e privacidade, fazendo com que a sua residência deixe de ser um lar.
De acordo com o arquiteto Henrique Hoffman, do escritório Painel Arquitetura, modificar a ambientação da casa por causa do trabalho tira a característica de lar e pode ser prejudicial aos moradores.
“Os móveis do escritório em casa tiram a característica do lar. É importante preestabelecer um horário, como o horário comercial, de 8h às 18h para que a casa não deixe de ser um lar. Se a pessoa não possui um home-office e está utilizando um canto da casa para trabalhar, sugiro que, assim que terminar o ‘expediente’, retire tudo do lugar.
Limpe o espaço todos os dias, guardando todo o material de trabalho. Afinal, é preciso determinar que lar e ambiente de trabalho sejam desvinculados um do outro, pois são atividades funcionais distintas”, afirma.
Para o arquiteto, é ideal que a pessoa tenha um cômodo só para o trabalho, porém, se ela não possui, é necessário criar um canto fixo para não espalhar o home-office por toda a casa.
Segundo Fernando Oliveira, sócio diretor da loja Mobília, especializada em móveis corporativos, o mobiliário de trabalho não pode interferir, ou que seja o mínimo possível, no dia a dia da casa. Tanto no aspecto de circulação como em relação ao barulho.
“Levar todo o mobiliário do escritório para dentro da casa, excluindo os computadores e impressoras, não é uma boa ideia, pois na maioria das vezes não teremos um bom escritório residencial e comprometeremos a decoração do restante da casa.
O ideal é definir um espaço da casa para ser o home office e, então, pensar em um mobiliário que atenda as medidas do espaço e que os acabamentos combinem com o restante da decoração da casa”, enfatiza.
De acordo com Fernando Oliveira, a vantagem dos dias de hoje é que os equipamentos são compactos e, assim, é possível criar uma ambientação profissional sem tirar o acolhimento que a nossa casa nos proporciona.
“Os computadores são menores, alguns não têm nem CPU externo e, na maioria das vezes, os trabalhos são executados em notebook e até mesmo em smartphones. O que precisamos, principalmente, é de uma boa cadeira, que seja ergonômica, compacta, com bom design e que os rodízios não danifiquem o piso.
Depois, precisaremos de uma mesa que atenda o espaço disponível e os equipamentos que teremos que utilizar de acordo com as medidas determinadas pela ABNT e, por último, se necessário, uma iluminação de apoio. Além disto, pode-se pensar em painéis acústicos para que o barulho não incomode ninguém”, encerra.
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