Conforme aponta Bourdieu (1997), a seleção de umas imagens e não de outras, a seleção de uns discursos e não de outros, ditam o tom da reprodução do discurso e guiam o olhar do telespectador. / Por Graziele Rodrigues de Oliveira
O artigo reflete sobre o legado colonialista no Brasil e o apagamento das questões sociais nas narrativas de telejornais sobre violência urbana. No Brasil a criminalidade é tratada pelo Estado de forma emergencial e se revela como artifício para o controle social e punição aos mais pobres (FOUCAULT, [1987] 2009).
Para tanto, foram selecionados dois materiais de telejornais da Rede Globo sobre arrastões em áreas nobres da cidade do Rio de Janeiro. A metodologia de análise consiste na intersecção entre a perspectiva bourdiana e foucaultiana, com base na ideia de que a reprodução do discurso dominante no tempo-espaço naturaliza o problema da marginalização social. As considerações finais desta análise apontam para a atuação dos telejornais na promoção do ódio e na construção do Outro como inimigo.
Ficha:
OLIVEIRA, Graziele Rodrigues de; A violência urbana nas narrativas de telejornais e a construção do inimigo. In: RUA [online]. Volume 25, número 2 – e-ISSN 2179-9911 – Novembro/2019. Consultada no Portal Labeurb – Revista do Laboratório de Estudos Urbanos do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade.
http://www.labeurb.unicamp.br/rua/
Graziele Rodrigues de Oliveira é mestranda em Literatura Comparada pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). Especialista em Geopolítica e Relações Internacionais pela Rede de Educação Claretiano. Graduada em Comunicação Social – Jornalismo pela União Educacional de Cascavel (Univel-2015) e Comunicação Social – Publicidade e Propaganda pelo Centro de Ensino Superior de Maringá (Unicesumar-2010).