O Instituto de Arte Contemporânea de Ouro Preto apresenta a primeira edição da Semana de Arte Contemporânea de Ouro Preto
Com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, o evento acontecerá entre os dias 11 e 20 de agosto de 2023. Esta iniciativa proporcionará uma experiência enriquecedora e multifacetada, com diversas ativações em várias localidades do centro histórico e nos arredores da cidade mineira de Ouro Preto.
Celebrando a Identidade Cultural de Ouro Preto
A 1ª Semana de Arte Contemporânea de Ouro Preto tem como missão fomentar as expressões artísticas contemporâneas e promover a identidade cultural da cidade. O IA – Instituto de Arte Contemporânea de Ouro, como plataforma colaborativa de conjugação e difusão de saberes criativos, busca, através deste evento, apoiar o turismo, a economia criativa e circular da região, bem como a formação educacional e coletiva ao nível nacional.
Democratização da Arte Contemporânea em Espaços Históricos
A inauguração do evento ocorrerá no dia 11 de agosto, marcando o 79º aniversário do Museu da Inconfidência. A 1ª Semana de Arte Contemporânea de Ouro Preto revoluciona a utilização dos equipamentos históricos ao ocupar esses espaços com obras de 30 artistas que passaram pela residência do Instituto, além de dois artistas locais cujas vidas e obras estão sendo pesquisadas pelo IA. O evento também contará com a participação de um artista especializado em arte sonora e tecnologia, além de quatro shows musicais e um seminário com rodas de conversas e palestras temáticas.
Arte Contemporânea para Todos
A iniciativa se destaca por sua abordagem inclusiva e gratuita, oferecendo uma programação diversificada com a participação de artistas locais e convidados. A 1ª Semana de Arte Contemporânea de Ouro Preto proporcionará novas perspectivas e experiências enriquecedoras, promovendo diferentes formas de interação e contemplação artística. As vivências com a arte contemporânea e as ações pedagógicas buscam ampliar o diálogo reflexivo entre o passado, representado pelo barroco, e o presente artístico e contemporâneo.
Explorando as Expressões Artísticas Endêmicas sob a Perspectiva Decolonial
Em uma abordagem interdisciplinar, a Semana de Arte irá explorar as expressões artísticas endêmicas, sob as complexidades do pensamento decolonial, como crítica na desconstrução de estereótipos, na valorização da diversidade étnico-racial, na luta contra o racismo estrutural e no fomento à produção cultural e intelectual de pessoas e comunidades historicamente excluídas.
Ouro Preto é Um Tesouro da Cultura Brasileira
Ouro Preto desempenha um papel fundamental na compreensão da diáspora africana e da gênese da nacionalidade brasileira. A cidade representa um ponto de convergência histórica, cultural e social, onde diferentes influências se entrelaçam para moldar a identidade nacional. A preservação desse legado e a valorização da diversidade cultural são essenciais para compreendermos a história e a formação do Brasil como nação.
Barroco e Modernismo, Duas Marcas Indeléveis na História de Ouro Preto
Ao longo de sua história, a cidade de Ouro Preto se consagrou pela grandiosidade do Barroco, com o protagonismo e maestria do artista Aleijadinho, e na valorização da cultura popular do Modernismo.
Ambos os movimentos foram caracterizados por uma busca por novas formas de expressão e inovação artística, deixando um legado cultural riquíssimo. O Barroco introduziu elementos como o uso dramático de luz e sombra, perspectivas complexas e formas escultóricas ornamentadas. O Modernismo, por sua vez, trouxe técnicas inovadoras, como o cubismo, o futurismo e o expressionismo.
Uma Imersão Profunda na Arte Contemporânea
Após o encerramento oficial, no dia 20 de agosto, as exposições coletivas e individuais da 1ª Semana de Arte Contemporânea de Ouro Preto continuarão até o dia 16 de outubro. Essa extensão possibilitará uma imersão mais profunda e duradoura para a apreciação, compreensão e valorização da arte contemporânea na cultura local de Ouro Preto.
A 1ª Semana de Arte Contemporânea de Ouro Preto é uma oportunidade imperdível para mergulhar na riqueza cultural e artística da região, conectando passado e presente por meio das expressões contemporâneas. Venha participar e celebrar a arte em uma cidade que é um verdadeiro tesouro brasileiro.
A ARTE COMO FUNÇÃO
“O IA tem por natureza viabilizar o desenvolvimento das comunidades, inicialmente de Ouro Preto, Mariana e região, fomentando as expressões artísticas.
Portanto, exaltando a diáspora africana e a gênese da nacionalidade — por meio de residências artísticas e valorização do patrimônio histórico e cultural, dando continuidade aos ensinamentos dos nossos grandes mestres, promovendo diálogos entre a arte e artistas contemporâneos em seus processos de criação.
Parafraseando um dos sentidos de “contemporâneo”, ele é e será sempre o hoje, o agora. O que viria, assim, depois do modernismo? Neo-modernismo? Pós-modernidade? Vanguarda? Não importa a palavra que os historiadores, curadores, artistas e pesquisadores utilizam, essa coisa anódina, pois o que importa é, finalmente, alcançarmos a transição concreta entre esses dois tempos, ao mesmo tempo, distintos, ao mesmo tempo, complementares entre si.
O IA, por meio dessas expressões artísticas, promove a escuta da cidade histórica num processo que visa a descolonização do olhar, cruzando esse local com o restante do Brasil.
Fomentar a transição entre o moderno e o contemporâneo mediante um processo cartográfico, de mapeamentos etnográficos e afetivos nesta cidade com enraizamento histórico, para que, assim, possamos fazer parte de um todo. Um todo brasileiro.
Quem sabe, assim, a partir desse aval, de nós para nós mesmos, os que estão acostumados a pensar de fora para dentro consigam pensar de dentro para fora?
Com assimilações indiretas é preciso alcançar um senso de globalidade sem, contudo, cair nas armadilhas nocivas da globalização. É preciso colocar o dedo na ferida.
Não se trata necessariamente de um atributo estético, mas, sim, de colocar em voga que a globalização engoliu nossa antropofagia. É preciso repensar, recriar, buscar o novo que existe e mora, latente, no antigo.
É saber lidar com paradoxos e, diante do transitório, criar o inominável, o que sempre está por vir.
A desafiante saída diante das aporias atuais está no dialogismo, na polifonia crítica e criativa, carnavalizadora e restauradora desta brasilidade por ela própria, brasilidade que descarta o niilismo e, em última instância, a morte. Por isso, é necessário diagnosticar este local, onde tudo começou. A arte como função descolonizadora.
São três aspectos de uma complexa questão que envolve a arte: ter uma função, ser uma função e não ter função nenhuma. Eis um dilema dos mais luminosos.
Os sistemas sociais, físicos, políticos e naturais se organizam em equações nas quais elementos não apenas estão em relação, mas são funções uns dos outros. A função é um campo de força. O desejo da descolonização por meio da arte não apenas tem uma função, mas é uma função imprescindível ao sistema orgânico, social e histórico desta cidade.
Depois de 100 anos do mito da Semana de Arte Moderna, o exercício se manifesta de forma contrária, o poder da cartelização não está mais na Europa, mas está na revisitação da nossa própria história.
Portanto, é necessário desconstruirmos esse mito; e a melhor homenagem que podemos fazer aos mestres de 22 é contestá-los hoje, na delícia do agora. Não para a arte brasileira voltar ao passado, não, mas para que ela possibilite um futuro. O futuro. Tal transição não seria possível em outro local: Ouro Preto. E, claro, ela não será feita em apenas 10 dias, mas o início dela se dá na 1.ª. Semana de Arte Contemporânea de Ouro Preto.
O IA – Instituto de Arte Contemporânea de Ouro Preto – chega para trazer esta nova gestação à cidade, promover uma vivência multidimensional, que nos permita descobrir a potência da diversidade. Um espaço de troca, de mediação. Agir com a consciência de que fazemos parte de um todo e nada nos pertence. Fazemos parte do conjunto, e isso muda tudo. Esse novo olhar nos vincula ao social que nos originou, impulsionando nosso reconhecimento pela existência do outro, e estabelece um inter-relacionamento real. A revitalização artística transforma o não-lugar, restabelece sua existência, transformando-o, de fato, em lugar.
Se essa não é a função da arte do nosso tempo, qual seria, então?” / Texto por Bel Gurgel (Diretora Artística do IA)
Serviço:
Programação Completa
https://ia.art.br/semana-de-arte-contemporanea-edicao1-2023-programacao/
Contato:
Instituto de Arte Contemporânea de Ouro Preto
(31) 3350–2596
https://ia.art.br/
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