Mudanças vão da valorização dos espaços abertos à valorização das lojas de bairro. Processo de transformação já vem sendo chamado de design pós-traumático
Arquiteta Anelise Campoi
Com a pandemia de covid-19, atividades cotidianas como frequentar shoppings deverão apresentar mudanças comportamentais relevantes. Como fazer, por exemplo, para que consumidores se sintam seguros nas lojas físicas?
Essa e outras questões críticas para o setor de varejo estão sendo pensadas por especialistas como a arquiteta Anelise Campoi, professora na pós-graduação da ESPM SP e presidente do Retail Design Institute Brasil.
“Em nossas pesquisas, imaginávamos que essas mudanças comportamentais no consumo e nas lojas físicas se dariam em médio prazo, talvez em dois ou três anos. Com a pandemia, o cenário mudou radicalmente em poucos meses. A organização das lojas de amanhã já está sendo chamada de ‘design pós-traumático’ “, afirma.
De acordo com Anelise, os espaços abertos passarão a ser muito valorizados pelos consumidores. Shoppings verticalizados e fechados tendem a perder mais público.
Espaços horizontais e ao ar livre, em estilo outlet, devem ganhar público. “Mas as mudanças não ficarão nisso — tudo o que envolve o toque das mãos em uma loja tende a ser suprimido, com auxílio de tecnologias ainda em desenvolvimento”, afirma.
Outra mudança importante apontada pela arquiteta é o crescimento do comércio de vizinhança. Os deslocamentos dos bairros para os shoppings em regiões centrais devem diminuir. Os comércios de bairro, próximos das residências, já estão atraindo os consumidores novamente.
Isso ocorre tanto pela segurança de se estar perto de casa, quanto pela ideia de que é melhor ter menos produtos bem selecionados, do que muitos em uma loja grande e com muita circulação.
Anelise Campoi é arquiteta, professora na pós-graduação da ESPM SP e presidente do Retail Design Institute
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