Além de valorizarem a estética, produções autorais também priorizam a funcionalidade, criando peças que unem qualidade e desempenho de forma atemporal
Tendo como grande inspiração o design autoral italiano, muitos segmentos do cenário industrial brasileiro têm se esforçado para consolidar este estilo que atribui o nome de um artista a determinada coleção, valorizando a qualidade dos produtos e dando uma identidade única às peças.
Embora a história nacional seja recente nesse campo, ela começa a dar importantes passos no sentido de demonstrar sua capacidade de criação de uma personalidade própria para suas obras.
A designer Juliana Desconsi, da Intervento Design, lembra que foi o setor moveleiro o responsável por uma quebra de paradigmas no país, de uma forma até relativamente tardia.
“Nossa história industrial moveleira começou com a compra de máquinas europeias em que os projetos de produto já acompanhavam o maquinário, então o fabricante não precisava se preocupar com design do produto. Isso foi um grande entrave no passado, pois a construção de produtos com identidade local começou muito tardiamente, e também criou a cultura da cópia”, explica.
Como ícone desta abertura, Juliana cita Sérgio Rodrigues, que colocou o design brasileiro frente aos holofotes internacionais. Falecido em 2014, ele deixou um legado simbolizado especialmente por mobílias atemporais marcadas pelas combinações em madeira e couro.
Atualmente, mais do que ter se tornado acessível a pequenas empresas, o design autoral se firmou como um requisito de identidade.
“A marca tenta criar o seu DNA produtivo e se diferenciar da concorrência pelo traço e pelo saber fazer, além de não entrar em mercados de commodities, onde a grande oferta do mesmo produto faz com que preços e margens despenquem. Outro aspecto importante é que arquitetos e decoradores gostam de incluir em seus trabalhos produtos com conceito e significado que corroborem com os dos seus projetos”, analisa.
Metais com personalidade e funcionalidade
A designer pode, inclusive, falar com a propriedade de quem assina produções em um ramo que tem se destacado cada vez mais neste contexto: o dos metais utilitários para banheiro, área de serviço e cozinha. Juliana Desconsi tem em seu portfólio importantes linhas desenhadas para a Meber Metais, seguindo a proposta de valorizar a estética, mas, sobretudo, evidenciá-la junto à funcionalidade.
“O design como atividade intelecto-criativa tem a meta de cruzar interesses dos usuários, da indústria e do mercado e traduzir isso em um produto industrial que satisfaça todas essas exigências. Acredito que uma linha de metais única é algo que traz personalidade, exclusividade e, principalmente, que tenha muita funcionalidade, pois essa categoria de produto não é meramente decorativa, ela necessita de desempenho e qualidade”, ressalta a profissional.
A parceria com a companhia bento-gonçalvense, uma das mais importantes do país neste setor, rendeu obras pelas quais Juliana mantém um carinho especial, como as linhas Bele, Angra e Origami.
“Muito mais do que modas passageiras, esses produtos se dispõem a ter um design único, qualidade e serem acessíveis ao público ao qual se destinam. Ao idealizar uma linha de produtos e entregar isso a uma empresa que possa produzir e comercializar, nesse momento um acordo é feito, em que ambos entram com o melhor de si. A meta de todo designer é equalizar os anseios de mercado, materializando isso através da tecnologia que a empresa dispõe. Isso não é tarefa fácil, e deve ser reconhecido”, conclui.
Serviço:
Meber Metais
(54) 3455-3333
meber.com.br