Embarque nessa jornada pela Casa Japão, um reduto em arquitetura com elementos da cultura japonesa, em meio à exuberante natureza do Mar de Morros, em São Paulo

Alma Japonesa em Meio à Natureza Paulista

A Casa Japão, projetada pelo escritório Cité Arquitetura, se destaca pela harmonia com o Mar de Morros, priorizando a integração com a natureza e a cultura japonesa através do conceito de ‘Ma’. A residência utiliza materiais como madeira carbonizada e técnicas como brises para criar um ambiente aconchegante e sustentável.


Descubra como o conceito de ‘Ma’ (intervalo de tempo ou espaço entre dois elementos), e a integração com o ambiente criam um lar tranquilo e inspirador.

A Casa Japão, assinada pela Cité Arquitetura, é um exemplo notável de como a arquitetura pode harmonizar-se com a paisagem natural e incorporar influências culturais de forma elegante e funcional.

Alma Japonesa em Meio à Natureza Paulista / Fotografia Leila Viegas

Localizada em um condomínio fechado a aproximadamente uma hora da capital paulista, esta residência destaca-se pela integração com o relevo do Mar de Morros e pela preservação da mata nativa.

Harmonia com a Paisagem

A implantação da Casa Japão foi cuidadosamente planejada para aproveitar a declividade acentuada do terreno, criando uma gradação de intimidade entre os ambientes.

A fachada que se apresenta à rua é discreta, permitindo que o olhar atravesse a residência e aprecie a paisagem circundante.

Alma Japonesa em Meio à Natureza Paulista / Fotografia Leila Viegas

Essa abordagem respeita a baixa densidade construtiva e valoriza o horizonte e o céu, características marcantes do Mar de Morros.

Organização dos Espaços

Distribuída em três pavimentos, a residência utiliza um formato em L para se adaptar à topografia do terreno.

A fachada mais opaca volta-se para a única lateral com vizinhos, dispensando a necessidade de muros altos e preservando a privacidade.

Alma Japonesa em Meio à Natureza Paulista / Fotografia Leila Viegas

Já as fachadas internas são transparentes, proporcionando uma constante interação com o ambiente externo.

Influência Japonesa e o Conceito de Ma

Inspirada pela cultura japonesa, onde os moradores viveram por muitos anos, a Casa Japão adota o conceito de Ma, que significa ‘intervalo’ ou ‘espaço entre’.

Alma Japonesa em Meio à Natureza Paulista / Fotografia Leila Viegas

Este princípio é evidente na forma como a residência foi projetada, priorizando a criação de espaços que existem a partir das sensações e da relação com a natureza ao redor.

Relação Entre Cheios e Vazios

O contraste entre cheios e vazios, a variação dos pés-direitos e as fenestrações de luz são elementos recorrentes no projeto, enfatizando a vista para os morros e a vegetação.

A sala principal, com seu pé-direito duplo de 6 metros, surpreende quem a vê da rua, criando um impacto visual significativo.

Alma Japonesa em Meio à Natureza Paulista / Fotografia Leila Viegas

Este espaço age simultaneamente como varanda e sala, permitindo uma transição suave entre o exterior e o interior.

Materiais e Técnicas Utilizadas

Os materiais utilizados na Casa Japão reforçam a conexão com a arquitetura japonesa e brasileira.

A madeira carbonizada, tratada com a técnica Shou Sugi Ban, é um destaque, proporcionando durabilidade e uma estética única.

Elementos como brises fixos e ripados, inspirados nas portas shoji e cobogós, permitem a entrada de luz filtrada, criando um jogo de sombras e luzes que valoriza a paisagem.

Soluções de Sustentabilidade

A residência foi projetada para maximizar a ventilação cruzada e a iluminação natural, contribuindo para a sustentabilidade.

Rasgos para entrada de luz, como seteiras, e grandes aberturas em varandas e janelas garantem a passagem constante do ar, aumentando o conforto térmico e reduzindo a necessidade de climatização artificial.

Exemplo Inspirador de Arquitetura

Do ponto de vista da arquitetura, a Casa Japão exemplifica um uso inteligente da topografia e uma sensibilidade cultural que enriquece o projeto.

As soluções arquitetônicas, como a gradação de intimidade e a integração entre espaços internos e externos, são dignas de nota.

A utilização do conceito de Ma e a técnica Shou Sugi Ban na fachada evidenciam um cuidado com a durabilidade e a estética.

Além disso, a atenção à ventilação e iluminação naturais reflete um compromisso com a sustentabilidade, tornando a Casa Japão um exemplo inspirador de arquitetura contemporânea que respeita e valoriza seu entorno.

A Casa Japão explicita a conexão da arquitetura com a natureza e a cultura de forma elegante e funcional, inspirando a criação de espaços que promovem o bem-estar e harmonia com o entorno.

Ficha:
Projeto: Casa Japão
Local: São Paulo, Brasil
Área: 524,33 m²
Ano: 2020
Arquitetura: Cité Arquitetura (Celso Rayol e Fernando Costa)
Coordenadores de projeto: Daniel Osório, Lúcia Andrezo, Thiago Godoy, André Caterina, Vanessa Moreira.
Equipe: Mateus Fragoso, Mateus Keiper, Eduarda Volschan, Pedro Brito, Daniel Nardelli, Luiza Loureiro, Júlia de Queiroz.
Paisagismo: Salvetti Paisagismo / @samirasalvetti
Fotografia Leila Viegas – @leila.viegas
Construtora: Machado Freire / @machadofreire
Estrutura e fundação: Ávilla Engenharia / @avilaeng
Instalações mecânicas e prediais: Rich Engenharia / @richterengenharia
Piscina: Rich Engenharia / @richterengenharia
Materiais e equipamentos:
Soal Esquadrias / @soal_esquadrias_de_aluminio
Parquet SP / @parquetsp_pisos
Portobello / @portobello
Docol / @docoloficial
Imóbilies Madeiras / @imobilismadeiras

Contato:
Cité Arquitetura
https://arqbrasil.com.br/12246/cite-arquitetura/
https://www.citearquitetura.com.br/

 


Referências — Casa Japão; Cité Arquitetura; relevo de Mar de Morros; interior de São Paulo; arquitetura japonesa; condomínio fechado; mata preservada; declividade do terreno; gradação de intimidade; paisagem circundante; fachada discreta; integração com a paisagem; três pavimentos; formato em L; conceito de Ma; espaço entre; pés-direitos variados; fenestrações de luz; madeira carbonizada; técnica Shou Sugi Ban; ventilação cruzada; iluminação natural; brises fixos; ripados; portas shoji; cobogós; sustentabilidade na arquitetura; conforto térmico; durabilidade dos materiais; estética arquitetônica.