A arquiteta Erica Prata, do escritório AKMX, mostra como estabelecer a boa convivência entre pessoas e animais no trabalho

Escritórios pet friendly pelo AKMX

Do uso da área do condomínio até a escolha do piso, veja o que está em jogo quando o assunto é animais de estimação na rotina da empresa

Nos dois últimos anos, com o isolamento social, o número de animais nos lares brasileiros aumentou 30%, segundo dados da pesquisa Radar Pet 2021 divulgada pela Comissão de Animais de Companhia.

E o fato de as empresas passarem a adotar o regime home office também fez com que os funcionários fortalecessem os laços afetivos com os seus bichinhos, que também se acostumaram com a presença dos donos dentro de casa.

Esse cenário, somado à retomada do trabalho presencial nos últimos meses, impulsionou o número de empresas interessadas em permitir animais domésticos no ambiente de trabalho.

O escritório AKMX Arquitetura e Engenharia, com experiência de 20 anos na execução de projetos para transformar e evoluir espaços físicos no mercado empresarial, alerta sobre alguns pontos que devem ser avaliados pelas empresas antes de estabelecer que cães e gatos possam ir trabalhar junto aos seus tutores.

Diretora de operações da AKMX, a arquiteta Erica Prata, explica que não basta a empresa decidir ser pet friendly para que isso se torne realidade.

“É preciso oferecer condições adequadas para os bichos também, e isso vai desde o material utilizado no piso até espaços planejados para que eles convivam em harmonia com seus donos e os demais colaboradores”, esclarece.

“Cada empresa tem suas peculiaridades, que devem ser levadas em consideração na hora de montar um projeto”, complementa.

Erica lembra que o primeiro passo para permitir animais em uma empresa é conhecer as regras do condomínio.

“Já tivemos casos de empresas que nos procuraram em busca de um projeto para receber animais e, assim que questionamos, descobriram que o condomínio não permitia. A maioria dos condomínios empresariais impede o acesso de bichos. É diferente de uma empresa que é a única usuária de um prédio e pode definir as suas próprias regras”, afirma.

A arquiteta também ressalta que, mesmo tendo permissão para contar com animais em seu ambiente de trabalho, as organizações precisam se precaver com ações que, muitas vezes, passam pela necessidade de reinventar o seu espaço físico e pelo próprio comportamento dos pets no local.

“Essa demanda exige que o arquiteto ‘saia da caixinha’ que está acostumado. Precisamos ir além do comportamento humano para analisar, também, o comportamento animal. Os dois precisam ser considerados na hora de desenvolver um projeto”, diz.

A especialista da AKMX levanta, ainda, alguns questionamentos que as empresas e os colaboradores devem fazer antes de decidir liberar animais no ambiente de trabalho.

“O local tem carpete? Como isso afetará a sua manutenção? O uso do local vai afetar a rotina no trabalho? Tem a questão dos riscos também: o meu animal de estimação está acostumado comigo, mas pode ter um comportamento diferente se estiver em um ambiente coletivo. E se o meu bichinho morder alguém? Como ele vai lidar com os outros animais no ambiente de trabalho?”, questiona.

Luiza Cervenka, consultora comportamental de cães e gatos, aponta que no Brasil ainda não há regras bem estabelecidas para a convivência destes bichos dentro dos espaços internos das empresas, mas vê como perfeitamente possível a implantação do pet friendly por meio de decisões simples, como o estabelecimento de um rodízio que permita aos funcionários saberem por antecipação onde os animais ficarão e quando eles poderão ir ao escritório.

“Se eu não gosto de cachorro, por exemplo, pelo rodízio ou pela escala, eu sei se a pessoa que trabalha na baia ao meu lado vai vir com o cachorro amanhã ou não. Então, eu posso escolher, por exemplo, trabalhar home office ou ir para uma outra baia, longe dela”, enfatiza Luiza Cervenka.

Em meio a este modelo pet friendly que coloca à prova a convivência entre pessoas e animais no trabalho, Erica ressalta a importância de as empresas também criarem espaços específicos nos escritórios para serem utilizados pelos colaboradores acompanhados dos seus pets utilizarem.

“Isso pode ocorrer, por exemplo, em empresas que tenham uma área externa, um jardim e possuam mesas que possam ser usadas para as pessoas trabalharem. Já escritórios fechados que contam com a possibilidade de receber animais podem dedicar uma área isolada para a circulação dos bichos, com um piso adequado, um lugar para a água, um lugar para as necessidades fisiológicas, e não com eles espalhados pelo escritório inteiro”, destaca a diretora da AKMX.

Produtividade – A produtividade do colaborador que leva o animal de estimação ao trabalho também é alvo de questionamentos, já que ele terá que dividir a sua atenção entre suas tarefas e o animal. Luiza, porém, acredita que isso não é um problema.

“É claro que o tutor terá que fazer mais pausas do que o normal para atender às necessidades do animal, mas há diversos estudos que mostram que levar o cachorro ao ambiente de trabalho ajuda não só a produtividade do próprio tutor, mas principalmente a produtividade de toda a equipe que está em contato com esse cachorro. Essas pausas são saudáveis e devem acontecer. Então, a vinda do animal ao escritório até pode estimular as pausas corretas na rotina do trabalho”, completa a diretora de operações da AKMX.

Ao abordar o tema, Luiza Cervenka levantou ainda a questão relacionada aos casos de tutores que ficam mais preocupados quando estão distantes de seus animais.

“Em alguns casos, o tutor fica muito nervoso ou angustiado de deixar o cachorro sozinho em casa. Então, muitas vezes, ele tende a fazer o trabalho mais rápido, prestando menos atenção, mas, quando o cachorro está com ele, acaba se dedicando mais, porque não tem essa preocupação de ter que voltar logo para casa”, analisa.

Dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais (Abinpet), no levantamento mais recente divulgado pela entidade, revelaram que o Brasil contabilizou 144,3 milhões de bichos de estimação em 2021, o que então representava 67,6% de pets em relação ao número de habitantes da população brasileira.

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