A arquiteta Marina Salomão reúne explicações sobre o design, conforto e segurança, que envolvem o formato, medida certa do degrau e a escolha do revestimento

Escadas residenciais de Marina Salomão

Projetar uma escada residencial implica na responsabilidade de considerar diversos cuidados que envolvem tanto a segurança e o conforto, quanto o design.

Questões como a altura dos degraus, espaço para a pisada e a definição do guarda-corpo que será utilizado são pontos fundamentais para serem discutidos com o morador logo no início do projeto.

Para a arquiteta Marina Salomão, à frente do Studio Mac, as escadas precisam acompanhar o estilo da decoração e, ao mesmo tempo, ‘dialogar’ com a área disponível.

“As mais usuais são os modelos retos, em formatos ‘L” e ‘U’, bem como o formato caracol, que costuma resolver bem a nossa vida em projetos pequenos onde, durante a reforma, foi inserido um segundo piso. Mas de forma geral, a escada certa vai depender das condições do projeto”, explica.

Além dos detalhes sobre modelos, a arquiteta separou algumas outras dicas e explicações que envolvem as medidas necessárias, entre outras observações relevantes sobre o tema.

Projetar uma escada confortável e agradável – ninguém aguenta uma escada íngreme e cansativa –, uma escada deve ser concebida de acordo com a análise de um profissional de arquitetura que considera, entre outros requisitos, as medidas ideais, como a altura do degrau, que não deve se muito alta.

“Nos projetos do escritório, gosto sempre de aplicar uma altura máxima de 17cm, pois assim garantimos que o morador não ficará sempre com a sensação de desconforto durante os movimentos de subir de descer”, detalha Marina.

Ainda no aspecto técnico, um espaço de pisada estreito não é o ideal e, para tanto, a medida de 30cm é uma referência que guiará a suavidade do projeto.

Depois de considerar toda parte estrutural, guarda-corpo e corrimãos são itens imprescindíveis não apenas para a comodidade do usuário, como também para cumprir o requisito segurança.

Segundo a arquiteta, em residências com crianças e idosos, por exemplo, o mais indicado é considerar em modelos que sejam mais fechados, sem que existam vãos entre os degraus.

“Junto a isso, minha orientação é especificar corrimãos apropriados para esses moradores, principalmente os idosos, que precisam de uma sustentação maior na hora de subir ou descer a escada. Modelos com guarda-corpo em vidro não são muito indicados”, discorre a arquiteta.

Materiais recomendados para o revestimento – Para a arquiteta Marina Salomão, os melhores materiais para são a madeira e a pedra, pois, além de se configurarem como os mais resistentes, contribuem com a estética do ambiente. Porém, é válido frisar que essa decisão varia de acordo com o ambiente e com o estilo de décor definido pelo profissional de arquitetura.

“A madeira é um elemento que nunca sai de moda, propicia um clima natural e ainda é capaz de compor todos os tipos de decoração”, conta. No capítulo versatilidade, pode ser combinado com outros materiais como o vidro, o metal e o concreto, porém, em contrapartida, necessita de uma manutenção maior para que não estrague.

O revestimento com pedras, ao contrário da madeira, exige menos cuidado, pois são resistentes e apresentam um belíssimo efeito estético. Entre as mais empregadas estão o mármore, mais aconselhado para as áreas internas, e o granito. Outra opção é o quartzo, rocha resistente e que igualmente agrega elegância e sofisticação aos ambientes.

Escada como elemento decorativo – Segundo Marina, o referencial em um projeto com mais de um andar é que o layout da escada não destoe da decoração. No caso de um living que apresenta uma atmosfera mais rústica e com a forte presença da madeira, o caminho é trabalhar para que a escada acompanhe o padrão. “Com esse exemplo, a ideia é mostrar que a unidade resulta em uma atmosfera mais leve e acolhedora”, destaca.

Para aqueles que desejam imprimir traços diferenciados, ela ainda sugere que os degraus flutuantes são bastante interessantes, bem como corrimãos trabalhados e a parede composta por revestimentos de personalidade, como os 3D’s, que chamam a atenção. “Uma iluminação direcionada também vai muito bem”, completa.

Cantinho em baixo da escada – Para tornar o vão da escada uma área funcional, a profissional relata a importância de avaliar quais são as reais necessidades dos moradores e do projeto, desde que não ocupe um grande espaço.

Uma solução muito válida em tempos de pandemia e de ascensão do trabalho remoto, é criar um ambiente voltado para o home office, com uma bancada para apoiar o notebook. Se a escada for no hall de entrada, projetar um cantinho com banco e sapateira são otimizações oportunas.

“Eu adoro criar um espaço para as adegas, é a minha solução preferida! Fica escondida e prática, pois normalmente, as escadas ficam perto da área social das casas e apartamentos. Para quem não gosta de adega, uma marcenaria para exibir as garrafas de bebidas, funciona muito bem”, compartilha Marina.

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