O arquiteto Bruno Moraes traz orientações para evitar problemas e aumentar a segurança nas varandas dos edifícios

Fechamento de sacadas com Bruno Moraes

Nos últimos anos, as varandas dos apartamentos alcançaram destaque e relevância nos projetos. Nas versões gourmet, ou como uma extensão da sala de estar, elas têm roubado a cena dos projetos de arquitetura de interiores.

Incorporar a vista da cidade ou mesmo ganhar dimensões com a metragem quadrada da varanda valorizou o ambiente e contribuiu para a mudança na maneira de morar das famílias, especialmente nos tempos atuais quando todos precisamos desfrutar ainda mais de nossas casas.

Seja qual for a proposta para a varanda, o envidraçamento do perímetro das sacadas tornou-se sinônimo de conforto e proteção. Além de mitigar a preocupação com a segurança de crianças e pets, é inegável que a instalação de vidro assegura bem-estar, já que chuva e vento não serão problemas que atrapalharão a convivência no espaço.

Todavia, a decisão vem acompanhada por uma série de cuidados. O arquiteto Bruno Moraes, do escritório Bruno Moraes Arquitetura, aproveita então para tirar algumas dúvidas sobre o assunto.

“Esse período de pandemia deixou mais evidente a necessidade que temos de estar em ambientes abertos, com ventilação e vista externa. Então, a varanda com uma proposta de uso muito bem definida foi um dos pedidos mais recorrentes que recebemos. Muitas pessoas gostam de se exercitar, meditar, preparar um churrasco, ler um livro e até mesmo montar o seu home office”, conta o profissional.

Fechamento de sacadas com Bruno Moraes

Regras – O envidraçamento da varanda não é uma decisão tomada de maneira individual. Como o espaço está localizado na fachada do empreendimento, é necessário que isso seja definido e aprovado em assembleia para que possa seguir um padrão entre todos os condôminos. Nesta reunião serão definidos acabamentos, modelos da cortina ou persiana, tamanhos das folhas e tipos de vidros (temperado e/ou laminado).

Com o projeto aprovado em mãos, basta encaminhar para o fornecedor orçar. Antes da fabricação dos materiais, é importante que a empresa contratada confira todas as medidas no próprio local, com o intuito de verificar se há alguma interferência ou desconformidade com o projeto.

A legislação não permite fechar com um vidro fixo a varanda, pois na maioria dos casos se trata de áreas construídas não computáveis pela prefeitura (pode chegar até 5% da área do terreno por pavimento).

Por isso, o vidro deve ser móvel e seu tipo de abertura variar entre deslizante, pivotante e misto (a depender do acordado com o prédio). Assim, os condomínios geralmente aprovam este fechamento retrátil na assembleia e todos precisam seguir este padrão.

Norma NBR 16259 – Você sabia que existe uma norma elaborada especialmente para padronizar esse tipo de produto/serviço? A NBR 16259, publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em 2014, estabelece parâmetros técnicos para avaliar a qualidade e resistência dos sistemas de envidraçamento de sacadas, em edificações de uso público ou privado.

Apesar de não determinar materiais ou espessura de perfil, a NBR estabelece o desempenho exigido pelo conjunto e auxilia moradores, síndicos, prédios e fabricantes em geral, pois antes dela não havia uma norma internacional sobre o tema.

Tipos de Vidro – O profissional recomenda a adoção dos vidros laminados e temperados, pois ambos possuem características importantes para a segurança.

“O laminado possui uma espécie de filme no meio, por isso quando o vidro quebra, ele fica preso. O temperado, além de ser mais resistente à pressão de vento ou chuva forte, quando rompido se transforma em pedaços mais arredondados, que são menos perigosos que o vidro comum”, explica. “Porém, antes da definição é necessário ficar atento aos padrões do prédio com relação ao tipo de vidro”, adiciona.

Erros comuns – Com base em sua sólida experiência em obras, Bruno já presenciou muitos moradores com problemas na hora de envidraçar as sacadas. Por isso, ele traz algumas orientações que podem evitar problemas futuros.

Como indicado no tópico anterior, é necessário seguir à risca as regras da assembleia do prédio. “Já vi muitos executarem o fechamento sem consultar o projeto do condomínio e depois receberem notificações para remover e seguir o padrão”, conta.

Empresas especializadas – É preciso também ter muito cuidado na escolha da empresa que realizará a instalação. “Esse é um dos tipos de serviço que mais escuto reclamações, como vazamentos em dias de chuva, o desalinhamento das folhas ou frestas por onde passam água, pó e barulho”, comenta Bruno.

Assim, ele orienta pesquisar minuciosamente a empresa contratada: analisar quanto tempo atua no mercado e buscar referências em sites como o Reclame Aqui ou com clientes que já contrataram os serviços.

Também é fundamental, antes de fechar o negócio, analisar se há garantia no contrato de prestação de serviços, verificar se os funcionários que farão a instalação são próprios ou terceirizados, além de nunca pagar 100% do serviço enquanto o trabalho não estiver concluído. “O ideal é pagar uma parte antes e outra após o encerramento”, instrui o arquiteto

Momento certo – O profissional indica situações em que a colocação dos vidros deve ocorrer com antecedência para evitar dores de cabeça. “No caso da integração da sala com a varanda, removendo a porta de correr que geralmente as construtoras entregam, é bom executar o fechamento de vidro da varanda antes de remover a porta, para não ficar desprotegido”, alerta Bruno.

“Já em situações como a instalação do piso na varanda, que seja sensível à umidade, como um assoalho de madeira, é importante fechá-la antes. Já com um porcelanato por exemplo, não há esta necessidade”, explana.

Redes de Proteção – Outro aspecto importante relacionado ao fechamento das varandas é a colocação das redes de proteção, geralmente produzidas em polietileno. Segundo Bruno, elas podem ser instaladas antes ou depois do fechamento de vidro e sua função é impedir quedas, especialmente de animais e crianças que são mais vulneráveis, além de evitar que aves entrem na residência. Uma dica é optar por modelos que contenham proteção Anti-UV.

Atenção: Fique de olho se a rede de proteção escolhida atende todas as normas de segurança, assim como se sua cor e aspecto estão dentro dos padrões do condomínio, para que não seja preciso mudá-la depois. Como as redes de proteção sofrem a ação de intempéries, como chuvas, sol e ventos, será preciso trocá-las de tempos em tempos em razão do desgaste natural, pois podem ressecar e perder a resistência original, que interferem na segurança do material.

Contato:
Bruno Moraes
(11) 2062-6423
http://brunomoraesarquitetura.com.br/

_________________________