Restauro da primeira fase, que durou três anos, contempla três casas e um pequeno prédio das 11 edificações da vila, que receberão oficinas, exposições, debates e outras atividades
A Concrejato Engenharia, líder no mercado de recuperação de estruturas e de restauro de patrimônios, entregou em dezembro 2019 a primeira fase da obra da Vila Itororó, localizada na Bela Vista, no centro de São Paulo.
O restauro, que durou cerca de três anos, contemplou a requalificação de três casas e um pequeno prédio com nove apartamentos das 11 edificações da vila, que receberão oficinas, exposições, debates e outras atividades.
O projeto incluiu a restauração das fachadas, piso, cobertura, forro, esquadrias, instalação elétrica e hidráulica, além da instalação de passarelas metálicas e um elevador para facilitar a integração entre as três residências. Já no prédio a integração se deu no piso intermediário com a criação de uma cozinha e lavanderia comunitária.
Os principais materiais utilizados para a obra foram tijolos especiais, madeira para as esquadrias pois muitas foram reproduzidas, reforços metálicos, assoalho de madeira, ladrilho hidráulico, forro metálico e forro de madeira, afira a reprodução de gradis metálicos.
Além do interessante conjunto edificado, mesmo de construções aparentemente singelas, desvendou-se na obra paredes com pinturas decorativas ornamentais de flores em vários períodos.
De acordo com Erica Machado, coordenadora de obras da Concrejato, o primeiro passo do restauro foi consolidar as edificações para, em seguida, realizar o reforço estrutural em cada unidade, uma vez que as mesmas se encontravam em estado de ruínas.
“Antes de qualquer coisa precisávamos entender a estrutura que existia ali, analisar se aquela estrutura era suficiente para suportar uma obra e, caso não fosse, precisávamos entender a melhor maneira para que essa estrutura se tornasse suficiente para aí então realizar o restauro. Foi uma obra delicada por serem casas muito instáveis. O grande desafio veio da própria ruína do prédio, que estava em um estado de conservação muito degradado”, explica Erica.
Com o restauro, foi identificada e resgatada uma fonte que alimenta o rio Itororó (água barulhenta, em tupi), que dá o nome à Vila. Há alguns anos, o ponto de água estava soterrado debaixo da Avenida 23 de Maio, a mesma que deu origem à primeira piscina privada de São Paulo. “Fizemos um resgate histórico de uma fonte que já existia e agora vai circular por toda a vila por meio de uma canaleta”, conta.
As quatro edificações restauradas vão se tornar um restaurante comunitário, um espaço de residência artística, um laboratório de fabricação digital e marcenaria (fab lab) que já está sendo ocupado, além da sede da Casa da Memória Paulistana, que integra a rede Museu da Cidade.
A Vila Itororó é um conjunto arquitetônico de 1917 que possui 11 edificações interligadas por uma praça com 6.828m² de área construída. Desde 2015, quando as obras tiveram início, a vila passou a realizar visitas monitoradas no pátio das casas restauradas e pouco depois foi aberto o centro cultural, com atividades gratuitas para a comunidade. A vila é tombada pelos órgãos estadual (Condephaat) e municipal (Conpresp) do patrimônio histórico.
Contatos:
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