Rosangela Pena explica como o cooktop na decoração pode substituir o fogão tradicional para otimizar espaços e detalha as diferenças entre os modelos a gás, elétrico e por indução em projetos de cozinhas integradas e áreas gourmet
O cooktop representa solução contemporânea para cozinhas, oferecendo aproveitamento espacial otimizado. Disponível nos modelos a gás, elétrico e por indução, cada tipologia apresenta requisitos específicos de instalação e infraestrutura.
Cooktop na decoração das cozinhas contemporâneas
A configuração dos ambientes domésticos acompanha as transformações no cotidiano das famílias brasileiras. Nesse contexto, a seleção criteriosa de equipamentos contribui para a otimização das rotinas. O cooktop surge como alternativa ao fogão tradicional, destacando-se pela versatilidade e aproveitamento espacial.
Vantagens espaciais do cooktop em projetos residenciais
A arquiteta Rosangela Pena observa que os cooktops apresentam dimensões reduzidas em comparação aos fogões convencionais. Essa característica os torna especialmente adequados para projetos residenciais contemporâneos, sobretudo em unidades com metragens limitadas. A profissional incorpora o equipamento em diversos projetos, explorando suas diferentes especificações técnicas.
Tipologias disponíveis: gás, elétrico e indução
O mercado oferece três categorias principais de cooktop, cada qual com requisitos específicos de instalação. O modelo a gás permanece como o mais difundido, demandando infraestrutura para alimentação por gás encanado ou botijão, além de sistema de ventilação compatível com as normativas de segurança. A bancada deve apresentar recorte dimensionado para o encaixe, espaço suficiente para o flexível de gás e facilitar intervenções de manutenção.
O cooktop elétrico opera por resistência térmica, necessitando de circuito elétrico exclusivo, geralmente em tensão de 220V, com dispositivo de proteção dedicado e cabeamento adequado à potência especificada. A instalação dispensa a infraestrutura para gás, embora implique em consumo energético superior.
Já o modelo por indução utiliza campo magnético para aquecimento direto do fundo dos recipientes. Requer alimentação em 220V e disjuntor independente, além de utensílios específicos com base ferrosa. Destaca-se pela segurança operacional, uma vez que não produz chama e mantém a superfície em temperatura ambiente.
Infraestrutura necessária para cada sistema
A instalação do cooktop a gás exige infraestrutura completa para o ponto de alimentação, incluindo canalização, válvula de segurança e espaço para acomodação do flexível. O ambiente deve contar com ventilação natural conforme especificações técnicas vigentes. Recomenda-se acesso facilitado ao registro e planejamento que evite interferências com gavetas e divisórias internas.
Os modelos elétricos e por indução demandam ponto de energia dimensionado conforme a potência do equipamento, dispensando sistemas de ventilação e espaço para mangueiras. Essa configuração possibilita soluções mais compactas, com gavetões posicionados diretamente sob o cooktop.
Critérios de seleção conforme o perfil de uso
A definição do modelo adequado parte da compreensão do perfil de utilização e das prioridades dos moradores. Rosangela Pena destaca que, para usuários que cozinham regularmente e buscam versatilidade, o modelo a gás mantém-se como a opção mais indicada.
Quem valoriza praticidade, facilidade de limpeza e acabamento estético tende a preferir o modelo por indução, que também oferece maior segurança operacional. O modelo elétrico configura-se como alternativa intermediária, frequentemente aplicado em situações onde não há disponibilidade de ponto de gás.
Estratégias para ocultação de componentes técnicos
Uma das possibilidades proporcionadas pelo cooktop é a integração das conexões à marcenaria. Rosangela Pena recomenda a ocultação das mangueiras de gás e demais componentes de forma segura e integrada ao mobiliário.
Entre as soluções possíveis, destacam-se os compartimentos técnicos com fundo falso ou divisória recuada nos módulos inferiores. Outra alternativa consiste em criar passagens embutidas nas laterais do móvel ou atrás da base do gabinete, assegurando ventilação e acesso ao registro. Os rodapés removíveis também viabilizam inspeções e manutenções sem comprometer o acabamento visual.
É fundamental que essas soluções atendam às normas técnicas da ABNT, especialmente a NBR 13932, preservando a ventilação adequada e o acesso aos dispositivos de segurança. A participação de profissional qualificado no desenvolvimento do projeto e no acompanhamento da instalação é essencial.
Integração com ambientes sociais
Os cooktops adaptam-se com facilidade a ambientes integrados, podendo atender simultaneamente diferentes setores da residência. Essa característica os torna adequados para áreas gourmet e cozinhas integradas aos espaços de estar.
Para potencializar a integração, Rosangela Pena sugere a combinação do cooktop com coifa eficiente, evitando a dispersão de gordura e odores para os ambientes adjacentes. Bancadas e ilhas constituem recursos complementares, funcionando tanto como superfícies para refeições rápidas quanto estações de preparo.
Rangetop para projetos com perfil gastronômico
Para moradores com interesse aprofundado em culinária e gastronomia que buscam equipamento mais robusto, existe o rangetop como alternativa. Este modelo também permite instalação embutida em bancadas de pedra, com possibilidade de ocultação das conexões por meio de recursos arquitetônicos, adaptando-se particularmente bem a projetos de cozinhas com linguagem industrial.
#Articulação entre infraestrutura e linguagem espacial
A incorporação do cooktop aos projetos residenciais contemporâneos evidencia a crescente dissolução de fronteiras entre as esferas técnica e compositiva da arquitetura.
A questão transcende a mera substituição tipológica de equipamentos, configurando-se como estratégia projetual que incide diretamente sobre a organização espacial e a qualidade dos ambientes domésticos.
A diversidade de sistemas disponíveis – cada qual com suas especificidades de alimentação energética e requisitos normativos – demanda do profissional uma compreensão aprofundada das interfaces entre mobiliário, instalações prediais e padrões de uso.
A ocultação criteriosa dos componentes técnicos, quando executada conforme as normativas de segurança, demonstra maturidade projetual ao conciliar funcionalidade e refinamento estético.
#Permeabilidade espacial nos ambientes de estar
Particularmente relevante é a contribuição do cooktop para a consolidação de espacialidades integradas, característica dos modos de habitar contemporâneos. A redução dimensional do equipamento, associada à possibilidade de embutimento em bancadas e ilhas, viabiliza configurações espaciais mais fluidas, onde a preparação de alimentos deixa de estar confinada a ambientes setorizados.
Essa permeabilidade, entretanto, exige o domínio de sistemas complementares – como exaustão mecânica eficiente – para assegurar conforto ambiental adequado.
A solução técnica torna-se, assim, pressuposto para a qualificação da experiência espacial, reafirmando o papel da infraestrutura como elemento estruturador do projeto arquitetônico.
Contato:
Rosangela Pena Arquitetura
https://arqbrasil.com.br/28897/rosangela-pena-arquitetura/
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