Os arquitetos Renato Andrade e Erika Mello preparam dossiê com as principais características e uso e execução do forro drywall
Tipologias e pontos a serem observados para não errar na execução do forro que deixou de apenas ‘esconder’ o que não pode ser visto para alçar o status de fundamental no décor dos ambientes.
Seja na construção ou reforma de um imóvel, o processo costuma ser longo e repleto de decisões – entre elas, o projeto do forro a ser utilizado no imóvel. Se antes o elemento era executado apenas com a função de esconder a laje, telhado, instalações elétricas, tubulação de ar condicionado e as prumadas de água e esgoto, hoje o forro alçou o status de decoração por conta da função estética que exerce nos ambientes. E com tantas atribuições, sua execução não permite erros.
Entre os materiais existentes no mercado, o gesso é o mais utilizado em projetos residenciais e comerciais. “Alinhado ao projeto luminotécnico, o gesso valoriza muito o ambiente e apresenta uma ótima relação custo-benefício para a obra”, explica Renato Andrade, sócio do escritório Andrade & Mello Arquitetura, ao lado da profissional Erika Mello.
Com a bagagem da produção e execução dos mais variados estilos em forros de gesso, os arquitetos do Andrade & Mello Arquitetura explicam os principais aplicações:
Como é o forro de gesso – Antigamente o mercado conhecia e executava os forros com as tradicionais plaquinhas de gesso, de 60 x 60 cm, produzida pelos gesseiros. Entre os principais problemas do sistema estão o processo de instalação, que costuma ser mais trabalhoso; o grande volume de resíduos, decorrente do corte das plaquinhas e da mistura de gesso e sisal utilizado para o chumbamento; pouca resistência para fixação de peso e o desenvolvimento do mofo quando instalado em áreas úmidas.
Conhecido como drywall, o forro de placas de gesso tem sido o sistema mais adotado pelos arquitetos. “Em todo mundo, o sistema é reconhecido por resultar em uma obra limpa”, explica Érika Mello. Com chapas de 12,5mm de espessura, 1,20mde largura e altura variável (1,80m ou 2,40m), que pode ser escolhida de acordo com o melhor aproveitamento do espaço, o sistema rentabiliza em aplicação rápida por conta do seu formato de parafusamento na estrutura metálica do forro.
“Além disso, outras vantagens do drywall estão relacionadas ao não aparecimento de trincas, mofo e aquele tom amarelado típico das plaquinhas de gesso”, acrescenta Érika Mello. Com o drywallaindaé possível ampliar o isolamento acústico por meio de lã de vidro ou lã de rocha – decisão realizado pelo arquiteto especificador.
Iluminação – “O forro de gesso nos possibilita trabalhar projetos de iluminação incríveis, impactando diretamente no décor do ambiente”, afirma Renato. Por meio de abertura de rasgos na placa de gesso, o luminotécnico pode trazer diferentes efeitos visuais e uma variação de tons que pode transcender desde a luz mais dramática até tons mais tranquilos.
Visando o conforto dos moradores, na sala de TVos profissionais da Andrade & Mello optaram pela iluminação indireta, na direção do sofá. Nas laterais, os pontos de iluminação podem ser acionados para complementar o efeito.
Os pendentes e lustres ficam aparentes e tem um ponto central. Porém, as fitas de LED e os spots se encarregam de espalhar a luz pelo ambiente. “Mas é necessário ter muito cuidado com o acabamento, já que o posicionamento das lâmpadas podem mostrar as imperfeições”, lembra o profissional.
Molduras e sancas – Atualmente as molduras de gesso perderam o status de essenciais e definidas por conta dos desenhos rebuscados. “Ainda assim, elas continuam utilizadas, mas costumo dizer que elas precisam conversar com o projeto. Quando decidimos por sua utilização, sempre busco por opções diferentes no que diz respeito ao estilo e profundidade, por exemplo”, afirma Érika.
Já sanca é um tipo de moldura entre o teto e a parede, que pode ser usado em todos os ambientes da casa, e dividem-se nas tipologias invertida, que projetam a iluminação para cima; a decorativa, que configura-se em rebaixos com o objetivo de criar desenhos no forro e não tem propósito de iluminação; a sancacortineiro, que ‘esconde’ a parte superior da cortina e a técnica, concebida para encobrir questões técnicas da obra como dutos de ar condicionado ou vigas.
Se alinhada com uma iluminação estratégica, a sanca deixa o espaço elegante e sofisticado. “As sancas invertidas devem ser instaladas em conjunto com o projeto luminotécnico, já que ela ajuda a valorizar o projeto de decoração”, revela Renato.
Mão de obra – Mão de obra especializada é um item fundamental para o resultado do forro, já que problemas na execução podem resultar em ondulações e as marcas nítidas dos encontros das plaquinhas ou chapas de gesso. “O segredo do gesso é instalação e bom acabamento, sem esquecer de que é necessário empresas especializadas e profissionais treinados para o processo”, comenta Érika.
Pintura – Tanto para o forro de gesso com plaquinhas ou no sistema drywall, é importante retirar os excessos das juntas entre chapas, bem como imperfeições sobressalentes. Antes de aplicar a primeira demão de massa corrida, é fundamental a utilização do selador acrílico em todo o forro. “O olhar apurado nesse processo garante o sucesso do trabalho, já que tudo fica mais nítido por conta da iluminação incidente”, explica Renato.
Molduras e sancas – O processo de manutenção é simples, mas é válido o cuidado com a umidade, que pode ocorrer problemas na estrutura. A limpeza pode ser feita com pano úmido ou aspirador.
Contato:
Andrade & Mello Arquitetura
(11) 2309-4208 / 2309-4198
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