O dicionário homenageia a vereadora Marielle Franco, assassinada enquanto exercia o seu mandado no ano de 2017, que chegou a apoiar a concepção do projeto em sua fase inicial
Foi lançado em abril último o Dicionário de Favelas Marielle Franco, projeto que pretende construir uma plataforma virtual de acesso público para reunir e difundir conhecimentos e informações sobre as favelas, contando com a colaboração de diversas instituições e fomentando a criação de uma rede de colaboradores e colaboradoras cujos os estudos e atuação se dedicam ao tema.
A cerimônia ocorreu na sede da Fundação Oswaldo Cruz, importante parceira do projeto, contando com atividades culturais e a participação na mesa de abertura da Presidente da Fiocruz Nísia Trindade Lima, do Diretor do ICIT/Fiocruz Rodrigo Murtinho, da coordenadora do projeto Sonia Fleury, da deputada estadual Monica Francisco e da representante do conselho editorial do projeto Cleonice Dias.
Sonia Fleury destacou que o dicionário não pretende ser apenas mais uma publicação sobre as favelas da cidade do Rio de Janeiro, mas sim uma plataforma aberta à colaboração de todos os interessados e interessadas em compartilhar seu conhecimentos e sua produção acadêmica e documental sobre o tema. O formato escolhido foi uma plataforma virtual “wiki”, que permite livre acesso e difusão do conteúdo, além de permitir de forma simples e rápida o cadastro de novos autores e autoras. Atualmente já constam 151 verbetes cadastrados na plataforma e 90 colaboradores inscritos. A coordenadora destaca o trabalho coletivo que esteve envolvido na condução do projeto e a importância de valorizar as diferentes formas de produção de conhecimento, reconhecendo a diversidade e sem estabelecer hierarquias. Monica Francisco reforçou esse ponto ao colocar a importância de dar visibilidade às epistemologias produzidas na favela. Cleonice Dias destacou também o papel que o dicionário pode desempenhar na interação da universidade com os diferentes coletivos e agentes presentes e atuantes nas favelas, inclusive rompendo com a segmentação disciplinar que marca muitos dos estudos da área.
Os organizadores e editores do Dicionário de Favelas Marielle Franco colocaram também seu interesse de incentivar o uso da plataforma em sala de aula – no ensino fundamental, médio, superior – tanto como ferramenta de pesquisa, quanto para a produção de novos verbetes à partir de suas pesquisas e experiências.
O INCT Observatório das Metrópoles vem contribuindo com a produção de verbetes relacionados aos temas de pesquisa da rede, particularmente com a participação dos pesquisadores Adauto Lucio Cardoso, Orlando Santos Junior, Patrícia Novaes, Luciana Ximenes e Rosângela Luft. Outras universidades e organizações da sociedade cívil também vem colaborando com o desenvolvimento do projeto como a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, o grupo Eco Santa Marta e o Instituto Raízes em Movimento.
O dicionário homenageia a vereadora Marielle Franco, assassinada enquanto exercia o seu mandado no ano de 2017, que chegou a apoiar a concepção do projeto em sua fase inicial. Marielle nasceu e morou no Conjunto de Favelas da Maré, tendo militado pela defesa dos Direitos Humanos durante grande parte de sua vida e discutiu a militarização das favelas cariocas em sua dissertação de mestrado. Seus pais estiveram presentes e foram homenageados na cerimônia de lançamento da plataforma. [Fonte: http://observatoriodasmetropoles.net.br]
Contato / Acesso:
Dicionário de Favelas Marielle Franco
https://wikifavelas.com.br/