Arquitetura, design e sensibilidade caminham juntas no projeto Memorial Parque das Cerejeiras Com intervenções arquitetônicas alicerçadas nas emoções

Cemitério parque de Crisa Santos

O escritório Crisa Santos Arquitetos aplica no Memorial Parque das Cerejeiras o conceito inédito de cemitério parque e o transforma em lugar de sensibilidade para as famílias e acolhida para a comunidade do Jardim Ângela.

O escritório Crisa Santos Arquitetos vem se dedicando nos últimos tempos ao que chama de ‘arquitetura de sentimentos’. Seu mais recente trabalho é o Memorial Parque das Cerejeiras, um conceito inédito de cemitério parque localizado no Jardim Ângela, em São Paulo. Com importantes referências de trabalhos no Japão e na América Latina, em especial no México, a arquiteta realiza intervenções arquitetônicas e de design alicerçadas nas emoções e sensações.

Em 300 mil metros quadrados oxigenados pelo verde, é possível encontrar um lugar onde a fusão da arquitetura com a natureza esboça completude, nutre sentimentos e media significados na conexão entre construções, obras de arte e paisagismo. Estruturas feitas de arquitetura paramétrica, uma praça de chapas curvilíneas de aço, um mirante de madeira voltado para a represa Guarapiranga, um orquidário com captação de água pluvial vertical, uma capela que ganhou o prêmio inglês International Property Award 2017-2018 e espaços públicos com bancos, mesas e esculturas dos designers Hugo França, Sérgio J. Matos e obras da artista Alessandra Bufe, são alguns dos destaques.

O projeto de revitalização do Memorial Parque das Cerejeiras, localizado no Jardim Ângela, demorou dois anos para ser desenvolvido e começou a ser implantado em 2014. Este ano, mais obras serão entregues. “O objetivo do projeto era recriar um espaço de bem-estar e comunhão aliado à necessidade de se ter uma área verde na região. Queríamos que o ambiente fosse agradável e contemplativo, oferecendo aos frequentadores conforto nos momentos difíceis e estabelecendo uma relação de cumplicidade com a arquitetura e os objetos de design”, afirma Crisa.

Cada detalhe do projeto arquitetônico foi pensado para que o espaço de rito fosse ao mesmo tempo de acolhimento, contemplação e ordenamento das emoções. As primeiras obras a serem entregues foram a portaria, a capela, o orquidário, o mirante e a Praça da Eternidade.

A portaria afirma a liberdade de ir e vir do visitante e da comunidade residente nos arredores. Sua estrutura de madeira paramétrica, baseada em parâmetros como incidência de luz, movimento e entorno, recria a simbologia de um movimento de voo para um lugar sagrado. A portaria não possui portão ou grade, apenas cancela para controle de carros, para que as pessoas tenham acesso livre ao local.

A Praça da Eternidade é formada por diversos trechos com chapas de aço em movimento espiral, sinuosa, ela roteiriza caminhos e assume a função de itinerário, numa metáfora cronológica da vida embalada de significados: o nascimento, a adolescência, a fase adulta, a geração de filhos, a maturidade e o rito de passagem.

De modo poético, o traço curvilíneo define capítulos de uma narrativa. As paredes de metal assumem o papel de guardiãs de nomes. A praça é manifesto de vida e nela pulsa conectividade. Espaço de afeto que assinala o parque como território de reencontros perpétuos.

O Orquidário é, ao mesmo tempo, espaço projetado para a beleza das orquídeas e da cidadania. Num espaço margeado pelo bosque a estrutura de madeira intervém como prolongamento das árvores. Já a estrutura rígida com ângulos marcados, contrapõem a sutileza e delicadeza das plantas. Como iniciativa junto à comunidade local, foi proposto um sistema simples para captação de água pluvial vertical. Um folder explicativo é disponibilizado no local e inspira a comunidade a fazer a montagem em casa.

O mirante recebeu bancos de madeira que se curvam em direção à beleza da represa Guarapiranga, tornando o espaço, que já era muito visitado, ainda mais propício para admirar o pôr do sol. Há ainda placas explicativas sobre a represa e seu entorno.

O mirante recebeu bancos de madeira que se curvam em direção à beleza da represa Guarapiranga, tornando o espaço, que já era muito visitado, ainda mais propício para admirar o pôr do sol. Há ainda placas explicativas sobre a represa e seu entorno.

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Contato:
Crisa Santos Arquitetos / SP
(11) 4112-0095
http://www.crisasantos.com.br/