Inserido em um complexo de uso misto em SP, projeto tem membrana em concreto corrugado que remete às conchas
Localizado em São Paulo e parte Praça Pamplona, um complexo de uso misto que reúne um edifício comercial, um centro de pesquisas e um casarão restaurado, o Teatro Digital e Planetário projetado pela Kruchin Arquitetura destina-se a apresentações científicas e educacionais, e opera por imersão do espectador em 360 graus nas imagens projetadas. Implantado em uma reentrância do lote em situação de independência em relação a todas as demais edificações, sua expressão se dá, essencialmente, a partir das praças centrais.
O Teatro Digital resultou de inúmeros ensaios nos quais procurava-se traduzir, simbolicamente, a experiência de observação do universo. “Buscamos suas formas em Kepler com seus cubos e esferas associados, em Einstein, em seu universo curvo, mas sem sucesso.
Em um passeio despretensioso pela praia apanhei uma concha e, imediatamente, formou-se a imagem das pérolas, em seu brilho, a imagem da transformação do grão-semente em geometria. O nascimento das pérolas e o berçário de estrelas faziam parte de uma mesma fonte, de uma mesma origem: a concha, o invólucro que contará a criação do mundo”, afirma Samuel Kruchin, arquiteto titular do escritório.
A edificação é definida por três camadas de coberturas sobrepostas. A camada mais externa, executada em concreto de superfície corrugada, é na verdade uma membrana – não uma casca – em razão da natureza de seus esforços, apoiada apenas lateralmente, pousada sobre a estrutura da praça. Sua superfície ganhou uma camada protetora para impermeabilização sem prejuízo da textura desejada.
Nesta membrana aconteceu a inserção de elementos naturais, luminosos e associados à pintura garantindo o efeito cênico do universo profundo. Sua função básica é a proteção geral do conjunto em termos de estanqueidade e controle térmico já que são extremamente sensíveis seus equipamentos. Entre ambas as camadas há um vazio acessível por onde é distribuída a infraestrutura para as instalações e sua conservação.
O acesso ao interior do Planetário acontece pela passarela que interliga todas as edificações do conjunto de uso misto assim como pela praça baixa que associa o teatro ao Instituto de Física Teórica, do qual é parte integrante.
Ficha:
Projeto Praça Pamplona
Obra: Praça Pamplona
Local: Rua Pamplona, 145 — São Paulo–SP
Projeto (ano): 2011
Conclusão da obra (ano): 2016
Área do terreno: 6.555,54 m²
Área construída total: 36.764,89 m²
Torre Comercial — Área construída: 20.646,35 m² / Estacionamento: 13.787,21 m²
Centro de Pesquisa — Área construída: 1.306,16 m²
Teatro Digital/ Planetário — Área construída: 424,30 m²
Casarão — Área construída: 600,87 m²
Arquitetura: Kruchin Arquitetura
Autor: Samuel Kruchin
Coordenação: Aline Stievano
Arquitetos Colaboradores: Peter Ribon, Agda Piazzon, Isis Beretta, Lucas Leite, Renata Mello, Larissa Carrelli, Cristiane Gonçalves, Alexandre Martins, Gustavo Guedes, André Bernardi, Renata Gouveia, Mariana Hetem, Natalia Ferrari.
Projetistas e consultores:
Paisagismo: Benedito Abbud
Decoração: Patricia Anastassiadis
Estrutura de Concreto: NG engenharia
Estrutura Metálica: Ernesto Tarnockzy
Consultoria em Concreto: PHD Consultoria em concreto
Fundação: Portela e Alarcon
Instalações: SKK engenharia
Bombeiro: Claudinei Passoni
Climatização: Teknika
Luminotécnica: Mingrone Iluminação
Consultoria de Caixilhos: MN Consultoria
Impermeabilização: Proassp
Acústica: Akkerman
Elevadores: Empro — Comercio e Engenharia de Transporte Vertical
Consultoria em Teatro Digital: Sciss e Visual Acuity
Construção: Tegra Incorporadora
Serviço:
Kruchin Arquitetura
(11) 3085-9090
http://www.kruchin.arq.br/