Arquiteta e desenvolvedora de conteúdo, Érica Giacomelli traça as novidades de decoração que vão protagonizar o morar deste ano
Érica Giacomelli apresenta as tendências: a ideia não é segui-las a risca, mas, tê-las como referência e encaixar os visões dentro do nosso próprio estilo, seja através da moda, das cores e da decoração. A arquiteta e desenvolvedora de conteúdo Érica Giacomelli fez um levantamento das principais tendências do morar 2016 e antecipa o que vem por aí.
Aconchego — A tendência pela procura de aconchego (housewarming) vai se desenvolver em 2016. A caça pelo relaxado, soft, confortável e sossegado vai desde design residencial, até escritórios e ambientes públicos. Essa tendência também trata da modificação dos ambientes: a onda é receber e entreter em casa, compartilhar o espaço com os outros. Os ambientes vão se tornando cada vez mais multifuncionais, com foco nas cozinhas. Para aplicar essa tendência, é recomendado o uso de madeira em lugares estratégicos, bem como o uso de materiais naturais e design flexível para integrar todos esses elementos.
Herança — A tendência Heritage ou Herança Histórica é marcada pelo retorno aos períodos clássicos e às heranças históricas e culturais. Essa tendência, assim como a Housewarming, está sendo aplicada em residências, hotéis e principalmente em espaços de varejo O foco principal dessa tendência é no revival de tecidos tradicionais com padrões intrincadas e clássicas, de veludos e de sedas. Além do uso de papéis de parede que interpretam essa tendência de uma maneira criativa: ou com a extrapolação de imagens de época, ou com superfícies pintadas a mão, ou até com ilusões de boiserie em neoprene.
Vintage Looks – Em alguns Salones del Mobile podemos ver o retorno ao retrô e às peças de mobiliário vintage. Essa tendência do look vintage continuará a ser importante, já que muitos designers, marcas e consumidores estão voltados à mistura de diferentes estilos de diferentes épocas. O look retrô terá inspiração nos 30, 50 e 70. Para aplicar essa tendência em casa o importante é a busca por formas um pouco mais arredondadas e não tão rígidas como estamos acostumados. O look a ser atingido é minimalista, mas, ao mesmo tempo decorado (oposto de mega clean) e elegante.
Feito-em-casa — A tendência feito-em-casa está se desenvolvendo a partir da necessidade das pessoas de se sentirem mais ‘criadoras’ do seu próprio espaço. Com o grande crescimento da ‘cultura maker’ que vem sido vista há algumas temporadas, as casas estão ganhando visuais muito mais artesanais e feitos à mão com itens decorativos especiais. As peças criadas são de crochê, tricô e macramé; contribuem para uma casa mais aconchegante, mas principalmente pessoal e única.
Espaços com Curadoria — A tendência de Espaços com Curadoria trata da curadoria cuidadosa de espaços pequenos e na liberdade de modificação dos mesmos.
Como as casas estão se tornando mais do que apenas espaços de morar, e sim ambientes multifuncionais para acomodar diversas atividades diferentes.
Os mesmos não estão crescendo, e sim diminuindo, os mobiliários modulares, as maneiras de guardar objetos e de mostrar peças decorativas e ornamentos estão crescendo em popularidade. Essa tendência trata da forma como selecionamos e guardamos/organizamos objetos e peças.
Suave — A tendência Suave é uma percepção que à medida que os interiores, tanto profissionais como residenciais, se tornam mais aconchegantes e mais elaborados à mão, eles acabam também se tornando mais suaves e soft.
Muitas marcas já estão lançando produtos mais arredondados e acolchoados, mais táteis, mais confortáveis e com muito mais curvas do que os lançamentos de outras estações. Nessa tendência, as mantas e os cobertores de lã de tricô ou crochê são muito utilizados, além de acessórios de lã e bordados que ajudam a trazer essa cultura da nidificação à vida.
Minimalismo Escandinavo — O estilo escandinavo sempre foi incrivelmente minimalista, mas, além disso, ele está se desenvolvendo para um look cool e impecável, que traz uma vibração calma e serena ao mesmo tempo, em que mostra toda sua capacidade de habilidade, principalmente em madeira.
Para chegar ao look, o menos é mais, simplicidade acima de tudo, sem detalhes decorativos desnecessários. O mobiliário deve ser de madeira clara com formas simples e diretas. É uma tendência um pouco mais ‘fria’ e distante do que estamos acostumados no Brasil.
Natural — Com o crescimento do interesse e da preocupação em relação ao meio ambiente, nada mais natural do que uma influência desta preocupação no design de interiores: seja pelo uso sustentável dos materiais, seja pelos métodos de produção conscientes, seja pela tentativa de implementar uma vibe mais natural nas escolhas nos interiores. Essas opções mais naturais passam quase sempre pelo uso da madeira em pisos, e em paredes em versões orgânicas. Outros materiais que podem ser muito utilizados nessa tendência são: cortiça, compensado e madeira prensada; além de bambu, vime e rattan, que com suas qualidades de serem renováveis, termica e acusticamente isolantes, estão cada vez mais sendo utilizados em mobiliários e em revestimentos pelo mercado.
Indoor/Outdoor — Os limites do que é área interna e o que é área externa vão sumir completamente em 2016, é o que diz a tendência Indoor/Outdoor (Interior/Exterior). Acompanhando as modificações que já vem ocorrendo há vários anos, a tendência é eliminar a diferenciação do que é ‘casa’ e o que é ‘lazer’, fundindo essas designações para uma área única e contínua.
O mercado vem se aproveitando desta tendência e propondo um design mais flexível e com o mesmo nível de conforto: seja para a área interna ou externa. Para se aproveitar dessa tendência não é necessário ter uma casa, já vemos no Brasil uma implementação dessa tendência há muitos anos com a nivelação das varandas e a incorporação das mesmas no espaço interno de casa com o uso das janelas retráteis em apartamentos.
Dark – Como uma ‘contra tendência’ dos ambientes mais claros (que estão presentes em quase todas as outras tendências mostradas), alguns designers de interiores estão apostando mais em ambientes mais escuros, principalmente ambientes de hospitalidade como hotéis, restaurantes, bares etc. A tendência não é apenas o uso de tons mais escuros de maneira deliberada, e sim todo um estudo de tons noturnos e profundos, e uma maior utilização de patterns escuras. Nessa tendência, toda a paleta de cores é escura e fechada. A influência desses ambientes vai chegar em interiores domésticos com paletas de cores mais escuras e um tom mais melancólico do design.
Serviço:
Érica Giacomelli
www.ericagiacomelli.com.br
/2016