Quadros de paisagem para dar vida aos ambientes / Por Sueli Dabus

A paisagem na sala

Um raio de luz de Sueli Dabus

O gênero conhecido como paisagem é repleto de desafios. Embora pareça ser uma mera reprodução do real, envolve numerosas escolhas que se realizam no processo de composição do artista plástico, numa jornada vivencial das mais complexas, pois há muitos caminhos que podem ser percorridos.

Existe uma vertente que considera a paisagem como algo mais próximo da fotografia, no sentido de oferecer ao observador do quadro uma imagem que se aproxima do real. Não há dúvidas em relação ao que é retratado. Trata-se de um exercício de estilo e de habilidade, podendo ser aprendido por meio de aulas e estudo.

Há, porém, um outro tipo de paisagem, que se baseia muito mais na interpretação realizada pelo criador. O que ocorre ali é um momento de entendimento do que é o mundo e de sua transformação. Cada um realiza essa jornada de sua maneira, não havendo certo ou errado, mas sim possibilidades de leitura e de entendimento do mundo.

Ocorrem, nesse raciocínio, dois movimentos plásticos. Um deles, impressionista, se dá de fora para dentro, ou seja, o pintor recebe impressões do mundo e as transforma naquilo que julga ser melhor. A luz apresenta um papel fundamental nesse tipo de leitura do que é conhecido, mas que pode ser visto de jeito diferente.

A outra faceta é a expressionista, que consiste em se manifestar de dentro para fora, ou seja, a partir de um sentimento, são estabelecidas imagens plenas de sentido porque apontam para uma maneira de entender o mundo repleta de sensibilidade. Cada traço é resultado de um sentir, que traz uma voz interior.

Ao se realizar uma paisagem, a criatividade também está presente. Pode ser em uma imagem real ou em uma imaginada. Isso não é o mais importante. O que dá qualidade ao trabalho é a maneira de enxergar, tornando o que pode ser sempre igual para muitos diferente pela qualidade do que deseja dizer.

A arte se realiza justamente naqueles momentos em que a mensagem ganha significado profundo para quem a produz. Trata-se de gerar uma arte admirável em seu senso estético, o que significa sempre oferecer a quem vê os quadros uma visão enriquecedora.

Nessa multiplicidade de variáveis, selecionar uma paisagem para colocar em um ambiente pessoal ou profissional inclui ter a progressiva convicção de que existe um diálogo entre três elementos: quem produz o trabalho, a obra em si mesma e quem se encanta por ele, seja de maneira mais emotiva ou permeada pelo crivo da razão.

O essencial quando se observa uma paisagem é mergulhar nela como um mundo em que não há limites. A imagem, real ou imaginária, deve ser lida como uma proposta de mergulhar em novas possibilidades de entendimento do mundo. E essa jornada é muito mais complexa do que pode parecer em um primeiro momento.

Pintar uma paisagem é conhecer, de certa maneira, a si mesmo, dentro de uma percepção da chamada realidade plena de significados. O que existe é um constante ler e reler, um caminhar poético e lírico que não admite facilidades ou respostas prontas. Cada nova imagem é um sentir e, como tal, traz diferenças individuais e mistérios.

Uma bela paisagem está além do que agrada. Precisa estar na esfera daquele que interroga, indaga e se oferece a cada instante como uma maneira de nos dizer que a vida com mesmice é não vida. A existência plena está no grito de alegria ou no choro que a arte mais autêntica propicia.

Sueli Dabus é artista plástica com mais de 30 anos dedicados à arte. Participa de inúmeras mostras nacionais e internacionais; está catalogada em anuários brasileiros e diversos outros países. (Colaborou Oscar D’Ambrosio)

Contato:
Sueli Dabus
(14) 3223-0001
http://www.suelidabus.com.br