No Triplex Wabi-sabi, a escada helicoidal de madeira e mármore atravessa o pé-direito generoso como uma escultura leve, exigindo engenharia de precisão

O Triplex Wabi-sabi transforma um apartamento sem identidade em manifesto habitável onde bronze, madeira e mármore contam o tempo.
A partir de uma reforma interrompida e de um apartamento sem identidade, o arquiteto e designer Fábio Morozini entregou um manifesto habitável: o Triplex Wabi-sabi.
Espalhados por três pavimentos, 600 m² agora respondem à filosofia japonesa que celebra a impermanência, a textura bruta e o tempo impresso nos materiais. A Cosentino forneceu as superfícies que funcionam como “pincéis” silenciosos nessa narrativa de desgaste controlado e acabamento honesto.
Desafio inicial: devolver alma a um esqueleto inacabado
O imóvel chegou ao escritório como um canteiro congelado: tubos aparentes, lajes sem revestimento, marcenaria cancelada. O programa exigia fluidez para um casal que toca piano, recebe 12 pessoas na mesa de jantar e coleciona vinho. A solução partiu do desenho de uma escada helicoidal — estrutura metálica revestida com lâminas de madeira cumaru e mármore Serpegiante — que organiza o fluxo visual do living de 6,5 m de pé-direito. O balaustrado, sem soleira intermediária, amplia a transparência entre os níveis.

Pavimento social: integração, escala e tecnologia
No térreo, a piscina de 7 m de borda infinita dialoga com a área gourmet revestida com superfície resistente a manchas de vinho e ácido cítrico. A churrasqueira de inox embutida ganhou bancada com sistema de coifa integrado, eliminando o uso de exaustor pendente.
A adega climatizada, com grande capacidade, foi escavada no bloco de concreto existente; suas paredes internas receberam isolamento de cortiça expandida e revestimento de bronze oxidado, criando patina natural que dialoga com o conceito Wabi-sabi.

Suítes e privacidade: varanda, balanço e iluminação cênica
O pavimento inferior abriga quatro suítes. A master, abre-se para uma varanda por meio de esquadrias de alumínio com quebra térmica. O balanço de madeira itaúba amarrado por cabos de aço vira plataforma para café da manhã e observação da copa dos ipês no passeio público. O piso de madeira tábua corrida foi escorrido com óleo de tungue, garantindo aparência envelhecida sem comprometer a resistência.
Mezanino: programa híbrido e iluminação natural
No nível intermediário, academia com piso de borracha reciclada, banho com revestimento de cimento queimado e escritório com parede de boiserie em MDF naval recebem luz zenital por meio de claraboia automatizada. A sala multifuncional, separada por painel de madeira ripada, abriga biblioteca a sala de cinema com sistema acústico embutido no forro de gesso acartonado.

Materiais como narrativa: bronze, madeira e toques de vermelho
Todo o revestimento metálico — puxadores, rodapés, soleiras — foi executado em bronze siliconado com tratamento de oxidação forçada, garantindo tonalidade terrosa que evolui com o tempo. As madeiras — cumaru, itaúba e freijó — aparecem em diferentes tons de envelhecimento, sempre com juntas de dilatação visíveis. O vermelho “akabeni”, presente nos tecidos e em obra de arte de Tomie Ohtake, traduz a conexão com a cultura japonesa sem recorrer a clichês ornamentais.
Escada helicoidal: peça-chave entre clássico e contemporâneo
A estrutura, calculada por engenheiro especializado, foi montada em módulos para caber no elevador de carga. O degrau de 28 cm de largura útil e 17 cm de espelho respeita a fórmula de Blondel, enquanto o espelho curvo em mármore Serpegiante exige apoio oculto de aço inox. O resultado é um elemento que, além de conectar fisicamente os três pavimentos, funciona como escultura leve que contrapõe a robustez das lajes aparentes.

Habitar o tempo, não somente o espaço
Ao adotar o Wabi-sabi como método — e não como estilo — Morozini entrega um apartamento que aceita rachaduras, manchas e desgaste como parte do projeto. A tecnologia das soluções aplicadas garantem durabilidade, enquanto a escolha por acabamentos brutos e juntas aparentes traduz a ética da imperfeição.
O triplex, finalizado em 14 meses, tornou-se registro vivo de que a beleza residencial pode e deve coexistir com o tempo que passa.
Contato:
Fabio Morozini
https://arqbrasil.com.br/52095/fabio-morozini/

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