Em Campo Grande, a arquitetura residencial contemporânea da Casa Crivellente inverte a lógica do lote e transforma a piscina em elemento central de convivência

 

Arquitetura residencial contemporânea valoriza lazer e integração espacial

A Casa Crivellente redefine a arquitetura residencial contemporânea ao inverter a implantação e transformar a piscina em eixo de integração entre interior e exterior.


Implantação invertida e valorização do lazer

Localizada em um lote semicircular ao final de uma rua sem saída, em Campo Grande, a Casa Crivellente propõe uma inversão da lógica tradicional de implantação residencial. O projeto, assinado pelo arquiteto Gil de Camillo, posiciona a área social e de lazer na parte frontal do terreno — decisão orientada pelo estudo de insolação e pela intenção de integrar o cotidiano doméstico ao espaço aberto.

A varanda, a churrasqueira, o deque e a piscina formam um conjunto que dialoga com a rua e redefine a experiência de chegada à residência, onde o lazer deixa de ser o “fundo” e estrutura o projeto.

Arquitetura residencial contemporânea / Fotografia Erich Sacco

O espelho d’água como eixo estruturador

Mais que elemento paisagístico, a piscina se converte em protagonista da composição arquitetônica. O espelho d’água envolve parte da edificação, atravessa o acesso principal e estabelece uma relação direta entre exterior e interior.

O percurso de entrada, que inclui uma travessia sobre pedras dispostas na lâmina d’água, cria uma vivência sensorial que aproxima o visitante da natureza e enfatiza o papel simbólico da água como elemento articulador.

A presença da piscina também atua como mediadora ambiental, contribuindo para o resfriamento e a ventilação cruzada, além de potencializar a luz natural que penetra nos ambientes.

Arquitetura residencial contemporânea / Fotografia Erich Sacco

Organização interna e eficiência funcional

A disposição dos ambientes segue uma lógica de setorização precisa. As áreas de serviço foram concentradas ao redor de um pátio interno, permitindo fluxos otimizados e independentes. Essa solução libera os espaços sociais para se abrirem plenamente ao lazer e à paisagem, estabelecendo continuidade visual e funcional entre sala, varanda e deque.

Arquitetura residencial contemporânea / Fotografia Erich Sacco

O resultado é uma planta fluida, onde as transições entre os usos são sutis, favorecendo o convívio e a percepção de amplitude.

Volumetria e identidade contemporânea

Na volumetria, o projeto se destaca pela composição geométrica e pelo diálogo entre cheios e vazios. O patamar da escada, que se projeta sobre a piscina, funciona como mirante e ponto focal da fachada. Sua cobertura em ACM ultrapassa o volume principal, criando sombra e marcando o acesso.

Arquitetura residencial contemporânea / Fotografia Erich Sacco

Na fachada sul, as amplas aberturas em vidro laminado asseguram ventilação natural e reforçam o caráter contemporâneo da residência, em equilíbrio entre transparência e privacidade.

Continuidade entre arquitetura e interiores

O projeto de interiores, desenvolvido pelo mesmo escritório, dá sequência à linguagem arquitetônica. O mobiliário e as obras de arte foram escolhidos de modo a reafirmar o conceito de integração, criando unidade entre os espaços internos e externos.

A varanda, elemento central da cultura residencial de Campo Grande, assume papel simbólico ao reunir o cotidiano da casa e o lazer, expressando uma leitura precisa dos hábitos locais.

 

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#Estratégia de implantação e leitura do terreno

A decisão de inverter a implantação tradicional, trazendo o lazer para a frente do lote, constitui o ponto mais expressivo do projeto. Essa escolha reflete uma compreensão refinada das condicionantes ambientais e urbanas — especialmente da orientação solar e da ventilação predominante em Campo Grande.

Ao posicionar a piscina e as áreas de convivência voltadas para o nascente, o arquiteto assegura conforto térmico e visual, além de estabelecer uma relação simbólica de abertura entre o espaço doméstico e a rua. Essa estratégia, ao mesmo tempo, funcional e poética, redefine o conceito de fachada social em residências unifamiliares.

#Água como elemento articulador

O espelho d’água transcende o papel decorativo e assume função arquitetônica central. Sua presença contínua — que circunda parte da edificação e intercepta o acesso principal — introduz a ideia de percurso e transição fluida entre interior e exterior. A travessia sobre as pedras instaladas sobre a lâmina d’água reforça o caráter sensorial do projeto, transformando o ato de entrar em uma experiência espacial. Do ponto de vista bioclimático, o volume de água atua como regulador térmico, favorecendo a umidade e o resfriamento natural do ar que adentra a residência.

#Composição volumétrica e materialidade

A volumetria é conduzida por uma linguagem de precisão geométrica e clareza formal. O destaque dado ao patamar da escada — projetado como mirante — cria tensão e profundidade na leitura da fachada, enquanto a cobertura em ACM evidencia o contraste entre leveza e estrutura. A escolha do vidro laminado nas aberturas garante desempenho técnico, luminosidade e ventilação cruzada, compondo uma fachada que equilibra transparência e proteção solar. A materialidade, nesse contexto, não é somente estética: é também resposta às exigências climáticas e funcionais da obra.

#Integração espacial e coerência conceitual

A continuidade entre arquitetura e interiores reafirma o domínio do projeto sobre a noção de unidade espacial. Mobiliário, obras de arte e acabamentos seguem a mesma lógica compositiva da edificação, ampliando a percepção de fluidez e coerência. Essa integração reflete o cuidado em traduzir hábitos locais — como o convívio em varandas e o uso intenso das áreas externas — em linguagem arquitetônica contemporânea. O resultado é uma residência que alia racionalidade técnica à expressão sensível do morar tropical.

#Soluções arquitetônicas de alto desempenho

A Casa Crivellente marca um exercício de síntese entre análise climática, estrutura espacial e experiência cotidiana. O projeto demonstra como a leitura atenta do território e a inversão de paradigmas de implantação podem gerar soluções arquitetônicas de alto desempenho e caráter identitário. A obra equilibra precisão técnica e narrativa formal, revelando um olhar maduro sobre a integração entre conforto ambiental, estética e cultura local.

 

Ficha:
Nome do Projeto: Casa Crivellente
Localização: Campo Grande–MS
Área Construída: 335 m²
Fotos: Erich Sacco

Especificação:
Louças e Metais – Deca / Tinta – Ibratin / Pastilhas – Cerâmica Atlas/ Tinta – Akzo Nobel / Painéis laminados – Pertech / Luminárias – Iluminar / Cozinha – Formaplas / Vidros – LM Blindex / Mármores e granitos – Pedrasul RS / Fotografia Erich Sacco

 

Contato:
Gil de Camillo Arquitetura
https://arqbrasil.com.br/51942/gil-de-camillo/

 


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