Arte Urbana em Belém eleva o diálogo arquitetônico e cultural: a histórica fachada do Museu Goeldi ganha 2.500 metros de grafismo mural, marcando a requalificação urbana de um patrimônio tombado às vésperas da COP30
O projeto do M.A.U.B. no Museu Paraense Emílio Goeldi é a requalificação de uma fachada históricas. Utilizando a linguagem do grafismo mural em grande escala para estabelecer um novo diálogo entre o patrimônio arquitetônico e a identidade visual amazônica, fundamental para os debates da COP30.
Arte Urbana e Patrimônio Histórico
Às vésperas da COP30, a cidade de Belém do Pará ganha um impulso significativo em sua paisagem cultural. O Museu de Arte Urbana de Belém (M.A.U.B.) promoveu a revitalização de um espaço de importância histórica e científica, transformando os muros do centenário Museu Paraense Emílio Goeldi em uma expressiva galeria ao ar livre.
Intervenção Artística em Grande Escala e com Propósito
A terceira edição do M.A.U.B. reuniu um corpo artístico de 20 criadores, que, em um período de onze dias, dedicaram-se à pintura dos 2.500 metros lineares de muros do complexo. A mobilização utilizou mais de 1.087 litros de tinta, distribuídos em 174 latas, demonstrando a escala da intervenção.
O projeto conferiu uma nova leitura às fachadas do Parque Zoobotânico — um patrimônio tombado que, em seus 130 anos de existência, nunca havia recebido uma intervenção artística desta natureza — e dos edifícios do Campus de Pesquisa.
Diálogo Temático entre Arte, Ciência e Memória Amazônica
Os 19 murais resultantes — 17 no Parque Zoobotânico e 2 no Campus de Pesquisa — estabelecem um diálogo visual e conceitual com o acervo do Museu Goeldi, abrangendo as áreas de ciências humanas, naturais e da terra. As composições celebram a biodiversidade e a cultura amazônica, explorando temas que perpassam a arqueologia, as heranças afro-amazônicas e os saberes indígenas.
Essa justaposição de arte e ciência enriquece a memória coletiva da região e reforça o M.A.U.B. como um marco da arte urbana na capital paraense, em sintonia com os debates ambientais e culturais que antecedem a COP30.
Processo Criativo e Curadoria Técnica
A seleção dos artistas, oriundos de Belém e de outras regiões do Brasil, foi realizada por meio de edital e contou com uma curadoria que priorizou a representação da fauna e flora amazônicas, assim como interpretações conceituais da biodiversidade. William Baglione, cofundador do coletivo Famiglia e curador desta edição, conduziu a escolha.
Precedendo a execução das obras, os artistas realizaram uma imersão de dois dias no Museu Goeldi, o que lhes permitiu vivenciar coleções como as cerâmicas marajoaras e tapajônicas, bem como o vasto acervo etnográfico indígena. Esse processo garante que cada pintura incorpore um sentido novo aos espaços, respeitando a história do local e traduzindo a força criativa e as identidades dos artistas. Os murais ficarão expostos nas paredes externas do museu por, no mínimo, um ano.

#Requalificação de Fachadas Históricas pela Cor e Grafismo
A iniciativa demonstra um procedimento exemplar de requalificação urbana por meio da arte. A aplicação de grafismos murais em uma extensão de 2.500 metros em um tombamento histórico estabelece um precedente para a inserção de arte contemporânea em edificações patrimoniais.
A utilização da superfície vertical dos muros, a qual é elementos de limite físico e interface urbana, como suporte para a expressão artística, transforma o que seria uma barreira visual em um painel de conexão com o público.
A escolha de cores e temas inspirados no acervo científico promove uma narrativa arquitetônica que dialoga com a função institucional do Museu Goeldi, adicionando uma camada de leitura semiótica ao conjunto.
#Estratégia de Engajamento Cívico e Valorização do Acervo
Do ponto de vista do urbanismo tático e do design cívico, o projeto é notável pela sua capacidade de engajamento comunitário e promoção do capital cultural. A curadoria e o processo de imersão dos artistas no acervo garantem que a linguagem visual empregada tenha uma ancoragem conceitual profunda, elevando a qualidade do discurso estético da intervenção.
Ao expor publicamente temas como a arqueologia e a biodiversidade amazônica, o M.A.U.B. utiliza a arte pública como ferramenta de difusão científica e conscientização ambiental, fortalecendo a identidade local e a memória coletiva da região por meio da estrutura espacial da cidade.
Artistas participantes:
Alessandro Hipz/ @alessandro_hipz
And Santtos/ @andsanttos.odivelismo
Cely Feliz/ @cely_arikem
Kekel/ @kekel.letras
Graf
Wira Tini/ @tini.wra
Deco Treco/ @decotreco
Wes Gama/ @wesgama
Ayala
João Nove/ @digitalorganico
Éder Oliveira/ @ederoliveira.1
Chico Ribeiro/ @chico.ribeiro_
Alex Senna/ @alexsenna
LENU/ @lenuarte
Dudi Rodrigues
Dedéh Farias
Amanda Nunes
Dannoelly Cardoso/ @dannoellyc2
Gabz/ @gabz.one
Tsssrex/ @tsssrex
Serviço:
Museu Paraense Emílio Goeldi
Av. Gov Magalhães Barata, 376
São Braz, Belém–PA, 66040-170
Contatos:
Museu de Arte Urbana de Belém
https://maub.art.br/
Museu Paraense Emílio Goeldi
(91) 3211-1718
https://www.gov.br/museugoeldi/pt-br
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Referências — Arte Urbana Belém, M.A.U.B., Museu Goeldi, Revitalização Fachada, Patrimônio Tombado, COP30 Belém, Arte Amazônica, Urban Art Belém, Museum Goeldi, Facade Revitalization, Cultural Heritage, COP30 Brazil, Amazon Art, @maub.pa, @sonique_producoes, @williambaglione, @museuemiliogoeldi, Agencia Lema+, Fotografia Bruno Carachesti, @carachesti.
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