Instalação sensorial de Elisa Stecca e Willy Biondani, no MIS-SP, une arte contemporânea, biodiversidade e ambientação sonora na exposição Tangências/Alumbramento

Obra de Willy Biondani para o MIS
A Exposição “Tangências/Alumbramento” ocupa o MIS-SP a partir de julho com 30 obras inéditas de Elisa Stecca e Willy Biondani. Fotografias, esculturas e trabalhos têxteis compõem uma instalação sensorial inspirada na biodiversidade brasileira, com ambientação sonora e dispositivos interativos que promovem uma experiência poética e multissensorial.
Natureza como ponto de partida para a experiência artística
A partir de 17 de julho/25, o Museu da Imagem e do Som de São Paulo abriga a exposição “Tangências/Alumbramento”, dos artistas paulistanos Elisa Stecca e Willy Biondani. A mostra ocupa uma área de 250 m² com 30 obras inéditas que dialogam com a natureza brasileira sob múltiplas perspectivas sensoriais e poéticas.
Por meio de fotografias, esculturas, trabalhos têxteis e tridimensionais, os artistas propõem um percurso onde a biodiversidade se torna matéria simbólica, revelando-se em texturas, cores e composições.
A exposição apresenta um percurso imersivo, onde o encantamento com a fauna, flora e os biomas brasileiros se traduz em obras pendentes do teto, em variações de altura que evocam paisagens florestais imaginárias. A ambientação sonora criada por Cid Campos acrescenta camadas perceptivas à experiência, reforçando a atmosfera onírica do espaço expositivo.
Intersecções entre linguagens, materiais e suportes
Em “Tangências/Alumbramento”, Stecca e Biondani entrelaçam suas trajetórias e repertórios artísticos com fluidez e complementaridade. A proposta transcende suportes convencionais, ao explorar a justaposição de elementos materiais contrastantes — como o uso de pedras, latão e vidro em diálogo com feltros e tecidos — e a integração de sensores sonoros que respondem à aproximação do público.
As obras se estruturam a partir de um eixo conceitual que busca equilíbrio entre fluidez e concretude, entre razão e devaneio.
Fotografias abstratas, esculturas em forma de vegetais híbridos e projeções sobre elementos naturais compõem a narrativa visual e sensorial da mostra. A paleta cromática — que percorre tons de salmão, rosa e carmim — contribui para a construção de uma ambiência lúdica e envolvente, remetendo à memória visual das paisagens tropicais.
Histórico e convergência de trajetórias artísticas
Com formação diversa e múltiplas atuações no campo das artes visuais, Elisa Stecca e Willy Biondani firmam nesta exposição a continuidade de uma colaboração iniciada em 2023. Biondani, com vasta experiência como fotógrafo e cineasta, traz à exposição sua abordagem visual maturada ao longo de quatro décadas.
Já Stecca, artista de perfil multimídia, transita entre escultura, joalheria, design e pintura, ampliando a experimentação com materiais e técnicas em suportes inusitados.
A formação complementar de ambos — ele oriundo das artes visuais e do audiovisual; ela vinda da moda, do design e das artes plásticas — permite uma abordagem expandida da criação artística, com resultados que escapam às categorias tradicionais. A curadoria de Eder Chiodetto, associada à arquitetura de Carlos Warchavchik, contribui para a coesão espacial e conceitual da montagem.
A arte como resistência poética diante do real
A mostra se estrutura como resposta simbólica aos impasses contemporâneos. Em contraponto a uma realidade descrita pelos artistas como distópica e sombria, “Tangências/Alumbramento” oferece a criação artística como gesto de resistência, convocando a sensibilidade e o imaginário coletivo como campos de atuação.
A escolha da palavra “alumbramento” — cujo significado remete à iluminação e ao despertar — reforça esse caráter evocativo da proposta.
As obras tangenciam a utopia sem cair no escapismo. Em vez disso, convocam o visitante a um estado de atenção poética, de escuta sensível e percepção expandida. A experiência imersiva da exposição, nesse sentido, posiciona-se como um percurso estético e também ativação de uma consciência sensível diante do mundo natural.

#A articulação espacial e material como instrumento de ativação sensorial
Do ponto de vista técnico, a exposição propõe uma espacialização narrativa construída com precisão. A disposição suspensa das obras, em diferentes níveis, sugere uma leitura arquitetônica do espaço que simula um estrato florestal, utilizando a verticalidade como recurso de ambientação cenográfica.
A materialidade das obras, que alterna entre superfícies quentes e frias, densas e translúcidas, conduz o visitante por um percurso de texturas e contrastes, favorecendo a imersão multissensorial.
A curadoria atua como vetor de coesão sem impor hierarquia entre os suportes, permitindo que os contrastes entre opaco e translúcido, rígido e maleável, encontrem soluções projetuais harmônicas no espaço expositivo.
A integração dos elementos sonoros, comandados por sensores de proximidade, amplia o campo da experiência, aproximando o visitante da condição de coautor na ativação da obra.
#Diálogo entre memória cultural e experimentação contemporânea
A exposição articula referências históricas — como a carta de Pero Vaz de Caminha — com dispositivos tecnológicos e práticas contemporâneas de imersão e interação, produzindo uma ambiência que tensiona tradição e inovação. Essa operação reforça o caráter transdisciplinar da mostra, ao unir elementos da arte, arquitetura, paisagismo sensorial e design de exposição.
O projeto se destaca, ainda, pela coerência entre narrativa conceitual e expressão plástica. A escolha cromática, os materiais empregados e o percurso expositivo são tratados como componentes integrados de uma mesma intenção projetual: despertar a percepção do visitante para uma natureza que não se dá a ver somente como paisagem, mas como potência poética e simbólica.
Ficha
Coordenação e produção da mostra:
Fabio Delduque/ @fabiodelduquearte
Veridiana Aleixo/ @veridiana.aleixo
Arquitetura: Carlos Warchavchik/ @carloswarchavchik
Texto curatorial: Eder Chiodetto/ @ederchiodetto
Serviço:
Exposição “Tangências/Alumbramento”,
de Elisa Stecca e Willy Biondani
De 17/07 a 31/08/25, de terça a sexta, das 10 às 19h.
Sábados, das 10 às 20h, domingo, das 10 às 18h.
Fecha às segundas.
Entrada gratuita.
Museu da Imagem e do Som (MIS)
Av. Europa, 158
Jardim Europa – 01449-000
São Paulo–SP
Contatos:
MIS — Museu da Imagem e do Som
(11) 2117-4777
https://mis-sp.org.br/
Elisa Stecca
(11) 991-912-350
https://www.elisastecca.com.br/
Willy Biondani
willybiondani@gmail.com
https://www.willybiondani.com/
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