Galeria Luisa Strina inaugura 2025, com exposições que desafiam convenções artísticas, conectando passado e presente por meio de memória, materialidade e percepção
Algicida, de Caetano de Almeida
A Galeria Luisa Strina abre 2025 com mostras de Caetano de Almeida e Gabriel Sierra. Enquanto Almeida dialoga com o barroco e a cultura italiana, Sierra questiona a relação entre imagem e objeto. Ambas propõem reflexões sobre arte, espaço e percepção, destacando inovação e tradição.
Memória e Materialidade na arte
A Galeria Luisa Strina inicia o ano de 2025 com duas exposições individuais que exploram temas fundamentais da arte contemporânea: memória, percepção e materialidade. A partir de 1º de fevereiro, o público poderá conferir as mostras do brasileiro Caetano de Almeida e do colombiano Gabriel Sierra, artistas que, cada um à sua maneira, desafiam convenções e propõem reflexões profundas sobre a relação entre arte, história e espaço.
Caetano de Almeida: Labirintos Pictóricos e Diálogos com o Barroco
Caetano de Almeida apresenta obras que mergulham na memória histórica e na tradição artística, inspiradas por sua recente viagem a Roma. Sua produção dialoga diretamente com a arquitetura barroca e a cultura visual italiana, criando labirintos pictóricos que desafiam a fixidez da forma e do tempo. Obras como “Loggia” (2024) e “Algicida” (2023) exploram a ambiguidade e a ironia, subvertendo as tradições da história da arte.
Segundo o crítico Mateus Nunes, as obras de Almeida “incitam a habitar um espaço de entremeio, onde a matéria pictórica encontra a narrativa histórica, e a geometria, que então buscava ordenar o mundo, agora se dissolve em labirintos de percepções e ambiguidades”. Essa abordagem sugere uma releitura crítica do passado, onde a rigidez formal cede lugar à fluidez e à multiplicidade de interpretações.
Gabriel Sierra: Recalque e a Relação entre Imagem e Objeto
Gabriel Sierra, em sua segunda exposição individual na galeria, apresenta um conjunto inédito de obras que investigam a relação entre imagem e objeto. O título “Recalque” remete tanto a uma falha estrutural na arquitetura quanto a um conceito psicanalítico, indicando a complexidade de suas provocações. Sierra questiona onde reside a verdadeira substância de uma imagem: no objeto físico, na representação fotográfica ou na percepção do observador.
Por meio de objetos, filmes e imagens, o artista explora os códigos visuais do cotidiano e do universo das artes visuais, sugerindo que a percepção da matéria é inseparável da abstração da imaginação. Sua pergunta central — “Uma imagem é uma imagem, assim como um objeto é um objeto. Mas poderia uma imagem ser um objeto, ou vice-versa?” — desafia as fronteiras entre o concreto e o abstrato.
Complementaridade e Expansão da Arte Contemporânea
Para Luisa Strina, as exposições de Almeida e Sierra são complementares. Enquanto Almeida propõe um diálogo crítico com a história da arte, Sierra convida o público a refletir sobre os limites entre objeto e imagem. Ambas as mostras reforçam o compromisso da galeria em expandir as possibilidades da arte contemporânea, oferecendo ao público experiências que transcendem o convencional.
Releitura da Tradição e Subversão Formal
A exposição de Caetano de Almeida destaca-se pela habilidade do artista em ressignificar elementos da arquitetura barroca e da cultura visual italiana. Sua abordagem labiríntica e ambígua desafia a rigidez geométrica tradicional, propondo uma releitura crítica que dissolve fronteiras entre passado e presente.
A obra “Loggia”, por exemplo, pode ser interpretada como uma metáfora espacial, onde a estrutura arquitetônica é desconstruída para revelar novas camadas de significado.
Imagem, Objeto e Percepção: A Proposta de Gabriel Sierra
Gabriel Sierra, por sua vez, explora a materialidade e a percepção inovadoramente. Sua investigação sobre a relação entre imagem e objeto questiona a própria natureza da representação visual. O uso de múltiplos suportes — objetos, filmes e imagens — reforça a ideia de que a arte não se limita a um único meio, mas é um campo de experimentação constante. O título “Recalque” amplia essa discussão, sugerindo tanto uma falha estrutural quanto uma tensão psicológica, enriquecendo a leitura de suas obras.
Diálogo entre Espaço e Narrativa
Ambas as exposições evidenciam um diálogo profundo entre espaço e narrativa. Enquanto Almeida utiliza a pintura para criar labirintos que desafiam a percepção, Sierra explora a materialidade dos objetos para questionar a natureza da imagem. Essa complementaridade reforça a importância da galeria como um espaço de reflexão e experimentação, onde a arte contemporânea pode florescer em toda a sua complexidade.
Em síntese, as mostras de Caetano de Almeida e Gabriel Sierra representam um marco na programação da Galeria Luisa Strina, consolidando seu papel como um dos principais espaços de difusão da arte contemporânea na América Latina.
Serviço
Caetano de Almeida e “Recalque”, de Gabriel Sierra
Até 15 de março
Galeria Luisa Strina
Rua Padre João Manuel, 755, São Paulo–SP
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 10h às 17h
Entrada gratuita.
Contatos:
Galeria Luisa Strina
11 3088–2471
https://www.luisastrina.com.br/
#PrincipaisAspectos — Labirintos Pictóricos e Diálogos com o Barroco: Caetano de Almeida utiliza referências à arquitetura barroca e à cultura visual italiana para criar composições ambíguas que desafiam a rigidez geométrica tradicional. Ressignificação da Memória Histórica: as obras de Almeida propõem uma releitura crítica do passado, conectando elementos históricos ao presente por meio de metáforas espaciais. Relação entre Imagem e Objeto: Gabriel Sierra investiga os limites entre representação visual e materialidade física, questionando onde reside a verdadeira substância de uma imagem. Experimentação Multimídia: Sierra emprega múltiplos suportes — objetos, filmes e imagens — para expandir as possibilidades da arte contemporânea. Diálogo entre Espaço e Narrativa: ambas as exposições evidenciam como espaço e narrativa se entrelaçam para propor experiências artísticas profundas e reflexivas.
Synopsis — Galeria Luisa Strina opens 2025 with exhibitions by Caetano de Almeida and Gabriel Sierra. While Almeida engages with the Baroque and Italian culture, Sierra questions the relationship between image and object. Both propose reflections on art, space and perception, highlighting innovation and tradition.
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