Projetos arquitetônicos de clínicas requerem cuidados específicos com normas e decoração. Detalhes como cores, escolha de pisos e iluminação influenciam na construção

Arquitetura para clínicas pelo Traço Final

Ao entrar em uma clínica, seja ela de qual especialidade for, é comum ser atingido por uma infinidade de sensações como angústia, curiosidade, medo, expectativa, entre outras tantas. Porém, você sabia que detalhes na decoração do ambiente, como as cores escolhidas ou os itens dispostos pelo cômodo, podem interferir nas emoções dos pacientes? Este é um dos tantos desafios enfrentados pelos arquitetos no momento de criar um projeto, que envolve não só a parte estrutural, mas também a maneira como os futuros pacientes irão se sentir dentro daquele espaço.

Seja em um projeto inteiramente novo, ampliação ou em uma reforma de um ambiente pré-existente, o arquiteto precisa estar atento às diversas normas técnicas, que devem ser aprovadas por órgãos competentes como a Vigilância Sanitária, Prefeitura e Corpo de Bombeiros. “O mais importante é olhar todas as normas, para que o projeto esteja dentro do que é pedido e seja aprovado”, pontua a arquiteta Fernanda Bittencourt, da Traço Final Arquitetura e Interiores.

Em um período de quase três anos, a profissional atuou na construção de um projeto voltado à reforma de um espaço de 1.600m², onde atualmente funciona a Policlínica Luiz Mansur, no bairro Xaxim. Além dos desafios comuns a todos os projetos, a arquiteta foi responsável por pensar em cada detalhe do novo empreendimento, que comporta 34 salas de diferentes especialidades.

Os consultórios dividem-se em indiferenciados e diferenciados, sendo que neste último funcionam especialidades que necessitam de equipamentos especiais ou que demandam sanitários anexos – além do atendimento às pessoas portadoras de deficiências –, como consultórios de ginecologia, proctologia, ortopedia, oftalmologia, otorrinolaringologia, odontologia, etc.

Outro detalhe importante no projeto de um espaço voltado à área de saúde é a necessidade de seguir as normas no requisito de limpeza e sanitização. Pisos, painéis e papéis de paredes, por exemplo, devem ser resistentes a lavagem e ao uso de desinfetantes. Todas as superfícies devem ser lisas, monolíticas e possuírem o menor número possível de frestas e ranhuras, além de terem um nível pré-estipulado de absorção de água. “A tinta utilizada nas paredes ou na cerâmica deve ser lavável, a madeira não pode ser porosa ou muito absorvente, e tudo tem que ser de fácil limpeza. As venezianas, por exemplo, são de PVC por conta disso.

Com exceção das salas voltadas à Psicologia, todos os consultórios devem contar com pia, álcool em gel e sabonete líquido, e as torneiras devem ser automáticas. “As divisórias são de vidro, com molduras em madeira e com película. Desta forma, além de dar privacidade a quem está sendo atendido, também aproveita a iluminação ambiente, evitando o gasto excessivo com luz”, detalha Fernanda.

Porém, o que muitos não sabem, é que além de toda a parte técnica e estrutural, o arquiteto também é responsável por pensar detalhes da decoração como a disposição dos móveis, quadros e, até mesmo, a cor utilizada em cada ambiente. “Você não pode, por exemplo, deixar tudo tão claro ou tão branco, além de sujar com muita facilidade, pode passar uma impressão de estéril, deixando os pacientes pouco à vontade e lembrando ambientes hospitalares.

Mesmo passando a sensação de serenidade, limpeza e calma, precisamos de outros tom no ambiente para ficar mais aconchegante”. Tons quentes, de acordo com a arquiteta, se utilizados de forma exagerada podem trazer à tona sentimentos como a irritação ou a inquietação, o que prejudica o paciente que busca por atendimento especializado.

Já nos setores infantis, o lúdico tem mais espaço para oferecer o aconchego necessário aos pequenos que, muitas vezes, têm receio dos médicos. “É importante que haja distração enquanto acontece o atendimento, para não causar mais medo ou a criança não se sentir acolhida”, diz.

Essa maior liberdade também abrange os setores de circulação e recepção, que são considerados ‘cartões de visita’ pela arquiteta. “É importante não criar um ambiente muito cheio, para não passar a sensação de desorganização aos pacientes que estão esperando atendimento. Também é necessário se atentar para o conforto dos funcionários que, principalmente na recepção, passam a maior parte do dia sentados”.

O projeto desenhado e executado pela arquiteta conta com espaços médicos, recepção, salas de atendimento e consultórios de diferentes especialidades.

Contato:
Traço Final Arquitetura
(41) 4102-9606
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