Design como alicerce na construção de uma nova forma de viver em sociedade / Por Patrícia Piana Presas

Viver com design

Design é muito mais do que um processo de planejamento, criação e desenvolvimento de produtos e serviços. Essa perspectiva, pelo contrário, acaba limitando a capacidade criativa de tantos profissionais que se dedicam a gerar inovação e a ter ideias disruptivas.

Ele é em si, observado em um contexto amplo e aprofundado, como um movimento que influencia diretamente no comportamento e representa os padrões sociais estabelecidos em um determinado momento. Isso significa que o ambiente é totalmente impactado pelo seu viés de criação.

Portanto, você já parou para pensar sobre a importância da atuação de um designer, inclusive para a colaboração do desenvolvimento econômico? Chamo aqui esta reflexão, indiscutível, para o contexto cultural do país.

De acordo com uma recente pesquisa realizada pelo LinkedIn, com o avanço tecnológico e o crescimento escalonado de startups e aplicativos, o design se tornou um grande diferencial competitivo dentro das empresas.

Nos últimos anos, principalmente com o uso de smartphones, a área de UX (Use Experiencie ou Experiência do Usuário), por exemplo, passou a ser valorizada e o designer tornou-se um profissional mais “cobiçado” no mercado de trabalho.

O mesmo estudo aponta que entre os reflexos da pandemia do Covid-19, está a preocupação maior das organizações em relação ao branding e esse fato também colabora com o aumento da demanda por esses profissionais.

E vamos mais à frente: entre as discussões mais importantes neste momento para a gestão das empresas que buscam perenidade em seus setores está a governança baseada em ESG (Environmental, Social e Governamental), que propõe um novo paradigma relacionado à forma como as organizações atuam e seu impacto na sociedade. Mas, o que isso tem a ver com design?

Quando falamos sobre sustentabilidade, o design também passou a ser o maior aliado, tornando-se uma área transversal, pois além do desenvolvimento de embalagens é preciso encontrar soluções cada vez mais sustentáveis – dentro do ponto de vista econômico, ambiental e social.

É notável que nos últimos anos existiram mudanças pragmáticas: o que antes estava vinculado ao setor industrial, passou a ter relevância em outras áreas estratégicas, como na comunicação, que, em suas melhores performances, tem buscado seguir padrões de linguagem de acordo com o design a que se refere e ao comportamento de seu objetivo de diálogo.

Mas, mesmo com todo esse crescimento e impacto significativos, precisamos avançar. Criar movimentos que esclareçam e perpetuem para a sociedade o quanto o design tem papel fundamental em sua representação.

E o quanto o design nacional pode e deve colaborar diretamente para o crescimento econômico do país, com a ampliação da cultura brasileira, a valorização de nossa sociedade e o potencial que temos para criar.

É fundamental a busca por um olhar mais crítico sobre a forma como nos relacionamos com a inovação. Aliás, isso também é design.

Se compreendermos as bases da economia criativa, por exemplo, está absolutamente consolidado o papel de impacto do design nas métricas de novas formas de morar, consumir, alimentarmos e rompermos com antigos padrões, utilizando a criatividade como sustentação para o capital intelectual.

Patrícia Piana Presas é diretora de Planejamento na Pontodesign, em Curitiba (PR), e diretora de Conteúdo e Comunicação da Abedesign

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