Pesquisa inédita investiga vida digital dos brasileiros maduros e inspira projeto Silver Makers
O estudo realizado pela MindMiners, empresa de tecnologia especializada em pesquisa digital, em parceria com a consultoria de marketing Hype60+, sobre Maduros e digitais: redes sociais, influenciadores e vida digital após os 50 anos, buscou mapear o comportamento dos brasileiros seniores.
Concluída em abril de 2019, a pesquisa contou com 533 entrevistas conduzidas com brasileiros na faixa etária de 50 a mais de 80 anos. Os resultados inspiraram a consultora Hype60+ a criar o núcleo de influenciadores Silver Makers – um hub de inteligência que propõe soluções que combinam o contexto das marcas com estratégia de influência para consumidores maduros.
Para o cidadão do século XXI, envelhecer é um processo completamente diferente do que foi décadas atrás. Essa mudança está inteiramente associada à presença da internet na vida dos novos seniores. A partir do advento da conectividade, eles buscam conhecimento no YouTube; diversão no Facebook; e relacionamento no Instagram e pelo WhatsApp.
A internet é a janela para o mundo; no ambiente digital, os maduros conversam, matam saudades, ficam próximos da família, reencontram afetos do passado, mantêm grupos de novos e antigos amigos; experimentam novos amores, planejam viagens físicas e intelectuais.
A rede os mantém conectados com uma vida pulsante, ativa e digital. Para entender essa nova sociedade prateada, a consultoria de marketing Hype60+ e a empresa de tecnologia especializada em pesquisa digital MindMiners conduziram o estudo quantitativo. Nesse mapeamento, os especialistas investigaram as diferentes formas de consumo e a interação dos 50+ nos canais digitais, além de aprofundar a relação do consumidor sênior com influenciadores digitais.
A pesquisa inova ao pautar análises da relação do consumidor brasileiro maduro com muitas marcas e empresas. O estudo mostra que há um território vasto a ser explorado por vários segmentos do consumo, inclusive, com o apoio de influenciadores digitais dessa nova geração de prateados.
A produção de conteúdo digital, contemporâneo e relevante – que dialogue com os desafios, anseios e necessidades desse público – pode inserir marcas dentro de um novo contexto. Há real potencial de transformar a relação dos maduros com produtos e serviços. Hoje, de acordo com análise desses brasileiros, eles são consumidores invisíveis.
Segundo Layla Vallias – cofundadora da consultoria de marketing Hype60+ e uma das coordenadoras do levantamento – é preciso recalibrar o olhar sobre o envelhecimento com base no uso de dados, pesquisas e momentos de escuta e empatia com os novos maduros brasileiros. “Precisamos motivar a sociedade a questionar o ageismo; o preconceito contra as pessoas com mais de 60 anos é prejudicial à sociedade e aos negócios”, afirma. Dados do Instituto Brasileiro de Pesquisas e Estatísticas apontam que, hoje os maduros já representam quase 20% do consumo, movimentando cerca de R$ 1,6 trilhão.
O Brasil é um dos países com um envelhecimento populacional mais acelerado do mundo. Em 32 anos, o país será o sexto com maior parcela da população 60+, estando à frente de todos os países em desenvolvimento. Um avanço exponencial que tem surpreendido estatísticas como a do IBGE que apontava que o Brasil alcançaria 30 milhões de idosos apenas em 2025 – marca atingida em 2018.
Para Danielle Almeida, head de marketing da MindMiners, empresa especializada em pesquisa digital que conduziu o estudo, a ideia de estudar os maduros veio do desejo de explorar esse lado tecnológico, curioso e ativo que eles possuem e que ainda é desconhecido e/ou ignorado pelas marcas.
“Trata-se de um público altamente consumidor, mas que parece invisível quando o assunto é a estratégia de marketing das grandes empresas. Nosso objetivo é dar voz a esse grupo de pessoas, mostrando hábitos, comportamentos e opiniões para que estejam no radar. É fundamental que sejamos não apenas capazes de atender as demandas, mas principalmente romper com os estereótipos que a publicidade insiste em utilizar para representá-los”, afirma Danielle.
Núcleo de influenciadores Silver Makers
O resultado do mapeamento inspirou a consultoria Hype60+ a criar o projeto Silver Makers, um hub de inteligência que propõe soluções que combinam o contexto das marcas com estratégias de influência para consumidores maduros. A proposta responde à necessidade de diálogo das marcas com o público sênior em uma perspectiva de estabelecer conexões verdadeiras, orientadas para a construção de relacionamento com consumidores 60+.
“Os maduros brasileiros estão explorando cada vez mais os canais digitais e se tornando grandes protagonistas. Estamos vendo surgir produtores de conteúdo maduros na internet que estão ganhando cada vez mais relevância e representatividade. Pensando nisso, a Hype60+ está lançando um núcleo de influenciadores digitais que têm como propósito identificar esses produtores de conteúdo maduros, contribuindo para a sua trajetória nas redes sociais.
Esse núcleo terá o nome de Silver Makers. Trabalhar com os influenciadores maduros é uma grande oportunidade para as marcas que queiram se comunicar de forma relevante e autêntica com o consumidor sênior”, analisa Cléa Klouri, sócia do Hype60+ e uma das coordenadoras do estudo.
Principais conclusões do estudo
• Perfil – Os novos maduros são ativos e digitais. A maioria dos entrevistados está trabalhando em empresas ou fora delas – 71%. Mesmo entre os aposentados, a rotina semanal é intensa: atividade física, voluntariado, interação com amigos e familiares.
Entre os desejos, querem interagir e provar que têm muito a contribuir; fazem questão que a sociedade saiba que estão ativos. No detalhamento, 24% trabalham como funcionários de empresas; 22% atuam como autônomos; 22% estão aposentados e não trabalham; 15% são aposentados e continuam trabalhando; 11% são empreendedores; e 6% estão desempregados.
A forma de enxergar a maturidade também foi objeto da pesquisa. Para 83% dos entrevistados, as gerações mais velhas aprendem com as mais novas e vice-versa. Para 24% dos maduros, há preconceito etário – o chamado ageismo.
A despeito das dificuldades, associam a maturidade com uma das melhores fases da vida – sobretudo por ter mais tempo; mais experiência para valorizar situações e pessoas; e para entender o que realmente importa. “É comum nos esquecermos que essa geração de maduros chega à senioridade com saúde, atividade mental e física em dia. Eles estão construindo uma nova imagem da longevidade, oxigenando pautas com jovialidade, energia e produtividade”, avalia Layla.
• Curiosos – Eles são curiosos. Entre os entrevistados, 79% acima de 50 anos estão dispostos a experimentar novos produtos, serviços e marcas; entre os 60+, 74% se sentem abertos para testar novas tecnologias. Quando perguntados se se consideram pessoas digitais, 71% dos entrevistados com 50+ afirmam positivamente; entre os seniores com mais de 60 anos, esse percentual sobre para 74%.
• Redes sociais – Entre as redes mais conhecidas, destaque para o WhatsApp: 98% conhecem e 95% já utilizaram. O Facebook ocupa a segunda posição – 96% conhecem e 91% usam efetivamente –; seguido por YouTube, com 94% e 51%, respectivamente. O índice dos demais para conhecimento e uso são: Messeger (91% e 76%); Instagram (89% e 73%); Twitter (69% e 34%) e LinkedIn (63% e 41%).
As redes sociais preferidas dos maduros, são WhatsApp (88%), Facebook (65%) e Instagram (48%). Entre os principais motivos para a preferência, estão: acesso a novidades, possibilidade de se relacionarem com os amigos, conversar com a família, mostrar o próprio trabalho, facilidade de uso, concentração de amigos e parentes no ambiente virtual, receber fotos e vídeos.
“Um olhar importante para se ter sobre os maduros, é que muitos deles ainda trabalham, seja de forma autônoma ou em grandes empresas. Por isso, vemos uma grande parcela utilizando o LinkedIn e buscando novas formas de se atualizar e manter-se em um mercado cada vez mais dinâmico.
Mesmo em redes sociais como Facebook e Instagram, os profissionais de comunicação e e-commerce devem-se manter atentos, pois os 50+ ainda são consumidores e compradores, tanto no mundo físico quanto no online”, pontua Lucas Mathias, especialista de pesquisa e marketing na MindMiners.
• Muito além da curtida – A pesquisa mostra que 70% dos maduros acima dos 50 anos consomem conteúdo na NETFLIX; 58% têm conta no Spotify; e 27% declaram usar ou ter usado sites e aplicativos de relacionamento.
• Influenciadores digitais – Apesquisa Maduros e digitais: redes sociais, influenciadores e vida digital após os 50 anos se propôs a investigar a relação dos seniores com os influenciadores digitais – pessoas que podem criar movimentos, ditar tendências, influenciar decisões, opiniões e pontos de vistas.
Entre os Millennials, os influenciadores são conhecidos por recomendar produtos e serviços; por terem um poder de fala que rivaliza com meios como tevê e rádio, podendo estar ao alcance de milhões de pessoas ao redor do mundo, tendo por “moeda” a confiança. Em uma época na qual a publicidade convencional está sendo questionada, os influenciadores têm ditado novas formas de promover marcas.
A análise do impacto dos influenciadores entre os 50+ mostra que 67% dos maduros sabem o que é o influenciador digital; 46% dos entrevistados seguem algum desses influenciadores nas redes sociais. Entre os tópicos de interesse, 55% apontam moda e beleza; 51% comportamento e relações humanas; 50% entretenimento e cultura; 47% culinária e gastronomia; e 45% saúde e fitness.
Alguns Top of Mindentre os influenciados digitais não diferem muito das gerações mais jovens: Felipe Neto, Whindersson Nunes, JoutJout, Ricardo Amorim, Consuelo Blocker e Kéfera. Quando analisamos os favoritos, o resultado difere um pouco: Carlinhos Maia, Consuelo Blocker, Ricardo Amorim, Felipe Neto e Padre Fábio de Melo.
Entre os entrevistados, 82% com mais de 50 anos apontam o celular como dispositivo mais utilizado para acessar conteúdos de influenciadores. E 71% preferem o Instagram; 60% o Youtube; e 48% o Facebook para acompanharem as novidades. A análise de formato de conteúdo mostra que mais da metade dos entrevistados preferem o vídeo (53%) e 35% declararam preferir o formato de texto.
• Influenciadores consumidores – Os influenciadores digitais estão apresentando aos maduros novos produtos e serviços. Entre 71% dos entrevistados com mais de 50 anos, a afirmativa recorrente é que ficaram sabendo de determinado item de consumo por indicação desses atores digitais; 18% dos maduros buscam informações de produtos e serviços com esses influenciadores digitais e celebridades.
75% dos maduros afirmaram que descobriram e compraram produtos por essa indicação. Ou seja, há uma compra efetiva impulsionada pela recomendação. Entre os que compraram, 48% adquiriram produtos de higiene e beleza; 41% compraram roupas; e 33% calçados. Entre as demais categorias que merecem destaque: perfume (30%); viagem (31%); eletrodoméstico (25%); e serviço por assinatura (16%).
• Micro influenciadores maduros – O estudo foi além da detecção dos influenciadores digitais conhecidos – observou a presença de microinfluenciadores e produtores de conteúdos relevantes para os maduros brasileiros. Entre os destaques, Silvia Fernandes (Silvia rumos aos 60s) e Rosangela Marcondes (It Avó).
• Sobre a análise – Maior que a população do Chile e Uruguai juntas, o número de maduros já soma 30 milhões no Brasil; em pouco tempo, o país será o sexto maior do mundo com população com mais de 60 anos. Pela primeira vez na história, a humanidade tem mais tempo para viver; sonhar; reinventar a vida, a carreira, os relacionamentos e a própria trajetória.
A chave está em desenvolver novos territórios nos quais o capital social e intelectual lapidado em décadas possa redefinir padrões de consumo e comportamento. Os maduros estão em toda a parte, inclusive na internet. Para entender essa nova sociedade prateada, a consultoria Hype60+ e MindMiners conduziram o estudo Maduros e digitais: redes sociais, influenciadores e vida digital após os 50 anos.
Nesse estudo, os coordenadores investigaram as diferentes formas de consumo e interação dos 50+ nos canais digitais como Facebook, Instagram e WhatsApp – além de aprofundar a relação desse consumidor sênior com os influenciadores digitais.
• Sobre a metodologia – A pesquisa conduzida entre 27 de fevereiro e 11 de março 2019, foi realizada de forma digital a partir de questionário quantitativo aplicado em amostra de 533 pessoas, de 50 até mais de 80 anos; das regiões Sudeste, Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Norte; de todas as classes sociais. A busca foi por entender a relação entre hábitos do público maduro na internet e interação com os influenciadores digitais.
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