Para a arquiteta Patricia Penna, o projeto sob medida do closet pode agregar funcionalidades e se tornar um dos ambientes que mais refletem os gostos e a personalidade do morador
O sonho de um closet permeia o imaginário daqueles que desejam dedicar e planejar um espaço para organizar seus itens pessoais. Ampliando o seu sentido prático, o ambiente pode proporcionar muito mais, como a liberdade para desfrutar o momento de se arrumar para um compromisso, tanto quanto expor e valorizar objetos de significado para o morador, como uma coleção de sapatos e bolsas.
“Concomitantemente a essa demanda, em muitas ocasiões o morador compartilha conosco outros atributos almejados, como um décor que agregue um cantinho especial como a penteadeira, por exemplo”, explica a arquiteta Patrícia Penna, à frente do escritório que leva seu nome.
Mas diante de tantos atributos que o closet pode propiciar, qual deve ser o ponto de partida para a sua execução no projeto de interiores? Para a profissional, a equação tem início com o levantamento de tudo aquilo que se pretende acomodar, considerando um inventário completo do conteúdo existente, incluindo a diversidade de roupas, sapatos, bolsas e acessórios, entre outros, até uma previsão daquilo que, futuramente, pode ser incorporado pelo morador, como forma de prever a acomodação.
“Com isso, conseguimos desenhar um ambiente com uma marcenaria, circulação confortável e o mobiliário que responda às demandas. Nesse contexto, o projeto luminotécnico igualmente deve ser levado em conta, pois a luz perfeita faz a diferença para as tantas atividades realizadas no closet”, considera Patricia.
Outro aspecto a ser analisado é o conjunto de hábitos dos clientes. Segundo ela, para desenvolver o closet perfeito é primordial entender as necessidades, bem como o jeito de ser do morador e a visão esperada para o cômodo. “Essa percepção sobre a relevância que uma pessoa confere a um item, em detrimento a outro, coopera para definirmos sobre o número de gaveteiros, prateleiras, cabideiros e nichos”, detalha.
Algumas orientações e inspirações a partir dos projetos de closets assinados pelo escritório de Patricia Penna.
Características e personalização – Para a arquiteta Patricia Penna, a atenção às especificidades e demandas dos clientes é essencial, pois somente assim o resultado será satisfatório e harmônico. Dentro de um planejamento minucioso, o closet oferece um pouco de tudo, de maneira que todos os itens estejam muito bem acomodados no espaço.
Junto com a decisão do melhor modelo, é imprescindível analisar as dimensões do cômodo e, conforme mencionado anteriormente, avaliar o volume a ser guardado e o número de pessoas que frequentarão o espaço. “Em um closet de casal, além das peças de cada um, há de considerar também a personalidade e o modo como cada um vislumbra o ambiente”, enfatiza Patricia.
Closet aberto ou fechado? De forma geral, os projetos abertos atribuem praticidade e se fazem ideais quando ocupam um cômodo por completo, tornando-se uma extensão do dormitório. Entre os benefícios, propicia uma visualização mais rápida e a ventilação. Por outro lado, o closet fechado pode ser a reposta quando ele está inserido no quarto ou para atender a preferência do morador sobre não deixar tudo, essencialmente, à vista.
“Nesse aspecto, contamos também com várias possibilidades para a aplicação da porta, assim como os acabamentos. As portas espelhadas e o LED no interior do armário são artifícios que estão super em alta”, adiciona.
Medidas precisas – Considerados uma das melhores opções para acomodar itens como camisetas, peças de linho ou até mesmo bolsas, nichos e prateleiras devem ter, no mínimo, 30 x 30 cm. Quanto aos cabideiros, nos closets femininos, por abrigarem vestidos e casacos longos, recomenda-se considerar vãos com altura entre 1,20 e 1,60 m de forma a não amassar e, com o tempo, não danificar as peças. Já para os homens, a referência pode alternar entre 0,90 e 1,15 m.
No quesito gavetas, as dimensões podem variar respeitando aquilo que será guardado dentro delas. Para peças íntimas, de 12 a 15 cm é suficiente para comportá-las e, passando para o acervo de roupas de ginásticas e pijamas, 20 cm costuma atender às necessidades.
Pensando em joias – muitas vezes dispostas na ilha central ou em penteadeiras –, as gavetas, com altura de 9 a 12 cm e desenhadas com visores de vidros são excelentes escolhas, pois facilitam a visualização, assim como a organização e a decisão por qual delas ficará melhor com o look.
Por ser acessado com menor frequência, o maleiro integra a parte mais alta e deve apresentar uma altura mínima de 30 cm e, considerando funcionalidade para encontrar cada modelo, as sapateiras podem contar com prateleiras deslizantes.
Com 12 e 18 cm os moradores podem acomodar sandálias, tênis baixos e rasteirinhas e, para modelos mais altos, como saltos e voltas, os projetos atribuem um parâmetro entre 18 e 24 cm de altura.
Iluminação – Com atmosfera minimalista, a marcenaria do closet do closet conta com portas em todas as suas aberturas, com destaque para duas revestidas em espelho bronze. Em uma das faces, prateleiras contam histórias com portas-retratos e peças decorativas e, a parte inferior, além de gavetas, abriu-se frente para um nicho que acomoda o frigobar.
A iluminação em um closet é essencial, entretanto, trabalhar o equilíbrio é imprescindível, haja vista seu excesso incomoda e sua falta atrapalha. De acordo com Patrícia Penna, a formatação entre a luz direta e focada, mesclada com um luminotécnico difuso e disposto para atender as especificidades e as funções de cada cômodo, compõe o modus operandi que seu escritório trabalha a iluminação nos projetos.
Uma das fortes tendências para os closets são os móveis em tons mais claros, como branco, que ajudam a ampliar ainda mais o espaço. Eles podem aliar-se a uma iluminação criativa, que pode ser instalada, inclusive, dentro dos armários, conferindo um efeito luxuoso ao ambiente.
Decoração – O estilo do décor do closet também dependerá de suas dimensões. Com o desafio de agradar os moradores – no caso de um closet compartilhado por um casal –, a arquiteta Patricia Penna costuma apostar em uma paleta de cores neutras, como o bege e o branco, em decisões que predominam no ambiente, como a marcenaria.
O toque pessoal fica por conta dos detalhes, como uma banqueta ou poltrona disposta para os momentos de vestir-se e calçar um sapato, por exemplo. “São cuidados que incluímos para propiciar um dia a dia ainda mais agradável para eles”, discorre.
No complemento da decoração, a arquiteta ainda considera que os cabideiros, instalados nas paredes ou nas laterais de armários, são peças charmosas a serem incluídas, tal qual arandelas, abajures e mobiliários.
Muito mais que um closet para guardar – Na disposição de um closet, o morador pode contar com outras atribuições, como a tranquilidade de um home office reservado ou uma área de toucador. Decisões como essas são muito relativas e atendem aos sonhos de quem almeja um closet alinhado com aquilo que considera valioso em sua rotina.
Ao produzir uma ambientação dedicada para penteadeira, a arquiteta orienta que, além da marcenaria para receber os produtos de maquiagem, skincare e jóias, mais uma vez a iluminação figura como elemento chave para o sucesso da make antes de sair para o compromisso pretendido.
Contato:
Patrícia Penna Arquitetura & Design
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