Em projetos de casas noturnas autossuficiência energética é um dos maiores benefícios, aliar o funcional e o sustentável é a meta para o futuro próximo

Guilherme Bez com sustentabilidade

É uma tendência mundial a preocupação com a sustentabilidade, já que o aquecimento global continua sendo uma ameaça à vida no planeta, e claro que essa atenção conquista cada vez mais espaço na engenharia civil e na arquitetura. Isso porque, inclusive o Brasil, com sua grande quantidade de rios e hidrelétricas, enfrenta um aumento no uso de termelétricas para a produção de energia.

Ao contrário das hidrelétricas, as termelétricas a produzem a partir de uma fonte não-renovável, como carvão, óleo combustível e gás natural, que poluem ainda mais o meio-ambiente. Até mesmo as hidrelétricas, as quais geram energia a partir do movimento de queda d’água, prejudicam a fauna e a flora na medida em que geram alagamentos.

Nessa onda de “construções verdes”, as casas noturnas também começaram a ser projetadas levando em consideração os aspectos sustentáveis, como, por exemplo, adaptar suas estruturas para utilizarem materiais naturais do terreno onde serão construídas. “A reciclagem de materiais para a obra e o aproveitamento dos recursos da região é uma das medidas que contribuem para o meio-ambiente”, explica o designer Guilherme Bez, responsável pela concepção da Moon Nightlife, a primeira casa noturna do Brasil a produzir 100% da energia que consome, por meio da captação da energia solar pelos painéis fotovoltaicos posicionados no telhado.

Natureza como inspiração e objetivo – A balada, localizada na cidade de Santa Maria (RS), tem ao todo mil metros quadrados, além de ser sustentável, foi totalmente inspirada na natureza que a cerca. Na pista de dança, a decoração e o piso possuem forma de colmeia, assim como um desenho personalizado de mel escorrido. As formas hexagonais são retroiluminadas, com o visual externo da natureza adentrando através de grandes aberturas dos vidros. Em duas delas, se veem cascatas de água que caem no espelho d’água do deck externo iluminado. A passagem para o deck externo é composta por um piso de vidro onde embaixo é água.

Na pista principal, a casa noturna possui um telhado verde, que além de dar um belo visual, funciona como um resfriamento natural, reduzindo a utilização de ar-condicionado. “O sistema central do ar-condicionado tem baixo consumo, e regulagem por áreas. Assim, somente os ambientes com temperatura mais elevada são ventilados, sem desperdício de energia”, explica Bez.

A entrada e a pista principal são conectadas por um túnel com grafite do artista plástico Fábio Panone Lopes. A arte retrata milhares de borboletas de diversos tamanhos em tons azuis, e são refletidas pelo espelho no teto. A boate ainda conta com iluminação 100% em LED e aproveitamento de água da chuva para uso nos banheiros.

A Moon foi projetada pelo Studio Guilherme Bez, reconhecido internacionalmente pelos seus projetos inovadores. Além do Studio, a execução do projeto contou com a participação do escritório local da arquiteta Mariele Brisola, do engenheiro acústico Leonardo Arzeno, e iluminação desenvolvida pelo lighting designer Leandro Gonçalves.

Contato:
Studio Guilherme Bez
(41) 3057-0646
http://www.guilhermebez.com