Carolina Penna Arquitetos assina o projeto da Rhyzos Educação em São Paulo
O mote do projeto para a Rhyzos educação resulta de dois conceitos: trocas e reaproveitamento. o primeiro refere-se à intenção de aproximar os usuários em um espaço sob medida para diferentes atividades pedagógicas compartilhadas, sugerido pela planta; o segundo diz respeito ao reúso do mobiliário.
Como sugere o próprio nome — “raízes”, em tradução livre do grego —, a Rhyzos Educação adota uma fórmula rizomática para desenvolver e investir em negócios e iniciativas de educação básica. Na prática, basta dizer que a empresa oferece consultoria e treinamento para professores e escolas, com base em oficinas e workshops pautados em conteúdos tecnológicos. A ideia é que, se compartilhados em um mesmo espaço, tais encontros potencializem e multipliquem o processo de aprendizagem.
Esse critério norteou o desenho da sede da Rhyzos, na capital paulista, assinada pelo Carolina Penna Arquitetos. O primeiro encontro entre escritório e cliente deu-se em um evento voltado à inovação no campo da educação, do qual Carolina Penna participou, convidada a falar sobre novas propostas de espaços educativos.
A parceria estabelecida posteriormente recuperou então conceitos discutidos naquela primeira ocasião: “Nossa ideia foi criar um lugar bem dinâmico, aberto e integrado, onde as oficinas e workshops acontecessem no espaço na totalidade”, explica a arquiteta Carolina Penna.
Com 200 metros quadrados, o projeto implantado em um prédio no Campo Belo, bairro da região sul de São Paulo, resgata a linguagem industrial do edifício – efeito notado pelo fechamento em blocos de concreto e pela infraestrutura elétrica aparente.
Essa foi a atmosfera definida no partido arquitetônico, e desenha, também, as novas divisórias envidraçadas das salas de apoio e o FabLab (oficina). Aparece, ainda, na especificação de tradicionais luminárias com fluorescentes junto ao teto preto: “Nós abraçamos essa simplicidade”, complementa Carolina.
Diante das limitações de um típico conjunto comercial, os “espaços de congregação” – tão valiosos no uso educacional, expressos geralmente em formato de pátios – ganharam tradução, na Rhyzos, em uma clareira circundada pelos ambientes de apoio, que a abraçam, conforme a conduta seguida pelo escritório: “Criamos uma grande área no miolo, o ‘core do projeto’, o qual é um saguão de encontros, junto às áreas secundárias que ‘orbitam’ o tal centro”.
Competia ainda desenvolver a planta em função do reaproveitamento de itens de mobiliário preexistentes, sobretudo estações de trabalho. Funcionando como elemento de ligação, a estante – maior peça de marcenaria, desenhada especialmente para o caso -, foi concebida também para auxiliar, no centro, a dividir visualmente o saguão principal da recepção.
Outro diferencial veio da elaboração de peças — no plural, pois não somente a estante foi projetada, mas os aparatos para copa, por exemplo — por meio da plataforma Opendesk. Não foi o primeiro contato do Carolina Penna Arquitetos com a rede, porém, diante das premissas rizomáticas da Rhyzos, a equipe lançou mão desse método para a elaboração de marcenaria digital globalizada – e incluiu na sala de reuniões uma mesa gerada nesse sistema. Trata-se de uma ferramenta que concentra designers e produtores de mobiliário cadastrados pelo mundo, disponíveis para trabalhar sobre um catálogo adaptável às exigências do cliente, incluindo medidas e acabamentos.
Contato
Carolina Penna Arquitetos
(11) 3666-8526
http://www.carolinapenna.com/