Retrofit em arquitetura sustentável, pelo escritório Andrade Schimmelpfeng, resgata edificação de 40 anos com estratégias bioclimáticas, integração espacial e materiais de baixo impacto que preservam o passado e abraçam o futuro

 

Retrofit com arquitetura sustentável em residência antiga

A Casa 11 exemplifica como o retrofit arquitetônico pode conciliar preservação estrutural, eficiência energética e funcionalidade contemporânea. O projeto implementa estratégias bioclimáticas integradas, desde captação de águas pluviais até especificação de materiais de baixo impacto ambiental, demonstrando viabilidade técnica e conceitual da reabilitação como alternativa à demolição.


Retrofit contemporâneo resgata residência dos anos 1980

A trajetória da Casa 11, projetada pelo arquiteto Walter Schimmelpfeng, do escritório Andrade Schimmelpfeng, ilustra como o retrofit pode conciliar memória arquitetônica e demandas contemporâneas de habitabilidade. A edificação original, com mais de quatro décadas de existência e longo período de desocupação, foi selecionada pela família do arquiteto para substituir a vida em apartamento por uma residência térrea conectada ao espaço urbano e ao paisagismo.

Retrofit com arquitetura sustentável / Fotografia Tarso Figueira

Intervenção arquitetônica preserva estrutura existente

A estratégia projetual priorizou a manutenção do caráter construtivo original, com intervenções focadas em ventilação natural, iluminação zenital e reorganização espacial. A paleta cromática adotada, com predominância de tons terrosos como terracota, estabelece diálogo com elementos naturais e reforça a integração entre ambiente construído e vegetação circundante.

Planta livre valoriza setorização funcional

O pavimento térreo apresenta configuração em planta livre, onde cozinha, copa e sala de estudos formam um único ambiente integrado. Essa disposição espacial favorece a circulação e o controle visual das atividades cotidianas. O setor íntimo térreo contempla uma suíte com desenho universal, permitindo uso flexível como quarto de hóspedes ou home office. A sala de estar principal foi posicionada estrategicamente com a área externa, enquanto um estar menor funciona como ambiente de apoio.

Retrofit com arquitetura sustentável / Fotografia Tarso Figueira

Circulação vertical preserva elementos originais

A escada existente, executada em granito, recebeu tratamento de recuperação e mantida como elemento de articulação entre pavimentos. No piso superior, distribuem-se os dormitórios dos filhos e a suíte master, todos com acesso a varandas que promovem ventilação cruzada e entrada de luz natural.

Anexo complementa programa de necessidades

A topografia do terreno, com desnível aproximado de nove metros, permitiu a implantação de um anexo destinado ao lazer. O volume abriga cozinha gourmet, churrasqueira e estar integrado ao jardim, além de spa com áreas seca e úmida. Jardineiras e floreiras verticais ampliam a presença da vegetação nas fachadas e aberturas.

Retrofit com arquitetura sustentável / Fotografia Tarso Figueira

Estratégias bioclimáticas e eficiência energética

O projeto incorporou sistemas passivos e ativos de sustentabilidade. O aproveitamento de águas pluviais alimenta irrigação automatizada e usos não potáveis. Equipamentos de aquecimento operam com fontes renováveis de energia. O piso em micro cimento substitui revestimentos cerâmicos convencionais, reduzindo resíduos de obra e contribuindo para o conforto térmico. Estruturas em EPS minimizam a transmissão de calor para os ambientes internos.

Retrofit com arquitetura sustentável / Fotografia Tarso Figueira

Especificações técnicas atendem certificações ambientais

Metais sanitários com redutores de vazão e sistemas de iluminação de baixo consumo energético foram especificados conforme diretrizes LEED. O paisagismo privilegia espécies que favorecem a fauna local, incluindo aves e polinizadores. A porta de acesso principal, fabricada em plástico reciclado, representa o volume equivalente ao consumo anual médio de plástico por habitante, evidenciando o compromisso com a economia circular.

Retrofit como alternativa à demolição

A Casa 11 demonstra a viabilidade técnica e conceitual do retrofit como alternativa à demolição e reconstrução. A intervenção minimizou a geração de resíduos de construção civil, preservou a estrutura portante existente e atualizou instalações prediais e acabamentos. O resultado concilia eficiência energética, funcionalidade espacial e continuidade da memória construtiva do edifício.

 

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#Articulação entre preexistência e intervenção contemporânea

A operação de retrofit executada na Casa 11 evidencia maturidade projetual ao reconhecer o valor da estrutura preexistente como substrato para a transformação. A opção por manter elementos construtivos originais, como a escada em granito e a configuração volumétrica, demonstra compreensão de que a intervenção arquitetônica pode operar por adição e subtração, sem necessariamente recorrer à tábula rasa. Essa abordagem revela consciência sobre o ciclo de vida das edificações e o papel da arquitetura na redução do impacto ambiental urbano.

#Espacialidade e programa arquitetônico

A reorganização espacial merece destaque pela inversão hierárquica dos ambientes sociais. Ao redimensionar a sala de estar térrea e posicionar o principal espaço de convivência integrado à área externa, o projeto questiona convenções tipológicas da residência unifamiliar brasileira. A planta livre no pavimento térreo, articulando cozinha, copa e estudo, responde de maneira eficaz às demandas contemporâneas de flexibilidade e integração familiar, sem comprometer a setorização funcional necessária ao conforto acústico e olfativo.

#Sustentabilidade como sistema integrado

O conjunto de estratégias bioclimáticas implementadas transcende a aplicação pontual de tecnologias verdes. A captação de águas pluviais, a especificação de materiais de baixo impacto ambiental e a utilização de sistemas passivos de climatização configuram um projeto ambiental coerente.

#Desempenho térmico dos ambientes

A substituição de revestimentos cerâmicos por micro cimento não somente reduz resíduos construtivos, mas interfere positivamente no desempenho térmico dos ambientes. O paisagismo funcional, com espécies que favorecem a biodiversidade urbana, amplia o alcance da intervenção para além dos limites do lote, estabelecendo conexões ecológicas com o território.

#Materialidade e linguagem arquitetônica

A paleta material adotada, com predominância de tons terrosos e uso simbólico de plástico reciclado na porta principal, articula discurso estético e posicionamento ético. Essa escolha cromática e material dialoga com a vegetação circundante e reforça a intencionalidade de integração entre arquitetura e paisagem, sem recorrer a artifícios cenográficos ou fetichização formal.

Contato:
Andrade Schimmelpfeng Arquitetura
https://arqbrasil.com.br/52137/andrade-schimmelpfeng/

 


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