Arquiteta Flávia Ranieri conta sobre como adaptações facilitam a vida podem trazer mais autonomia ao idoso
A autonomia do idoso é um fator muito importante para a qualidade de vida. Portas mais largas, fechaduras mais bem posicionadas e uma melhor iluminação trazem mais independência ao idoso, aumentando assim sua autoestima e autoconfiança.
A arquiteta Flávia Ranieri é especializada na adaptação de ambientes para idosos e é a responsável pelo Elissa Village, um empreendimento com uma nova proposta de moradia para público sênior, localizado próximo a Curitiba. Focada na segurança e no bem-estar dos moradores, ela trabalha com tecnologias que trazem benefícios para esse público.
No Elissa Village, um sistema de automação com câmera instalado nos quartos detecta os movimentos do idoso, registra seus hábitos com um sensor de frequência e alerta enfermeiros e familiares caso haja mudanças bruscas em sua rotina. Para preservar a privacidade do morador, a câmera emite imagens pinceladas e pode ser desligada a pedido da família ou do próprio idoso. Se ele se levantar no escuro, uma luz de vigília no piso é acionada, ajudando-o a se localizar e se deslocar, por exemplo, até o banheiro.
Ainda nos quartos, as quinas arredondadas diminuem os riscos de machucados. A ponta de uma quina convencional pode deixar feridas na pele mais delicada dos idosos com uma simples esbarrada. Os tecidos foram escolhidos considerando durabilidade, manutenção, aconchego e bem-estar, e se afastando dos utilizados em ambientes hospitalares. “A cabeceira da cama é acolchoada. Além disso, criamos quartos mais humanizados, com tons que acolhem e com espaço para eles colocarem quadros e porta-retratos que trazem lembranças”, explica Flávia.
Elementos como contraste, cor, formas e iluminação também ajudam a prevenir acidentes. Cores diferentes e vivas ajudam na percepção do espaço, além de alegrar o ambiente. As mobílias são pensadas em termos de altura, profundidade, estabilidade e densidade. A escolha do piso requer um cuidado maior. “Optamos pelos foscos, que não causam reflexo, e com um amadeirado vinílico antiderrapante de fácil manutenção”, conta a arquiteta.
Os tapetes, antes temidos pelo risco de quedas, agora, usados corretamente, têm uma função importante tanto de acústica quanto de limitação de espaço, ambientação e aconchego. “Alinhamos os tapetes com o piso, sem desnível, e só os posicionamos em lugares estratégicos para garantir funcionalidade com segurança”, destaca. Ela também comenta sobre o uso das cortinas, importantes para regular o ofuscamento do ambiente e não agredir os olhos e pele.
A proximidade com a natureza também traz benefícios, como a redução da ansiedade e do sentimento de angústia, o combate à depressão e o auxílio para se orientar no tempo e no espaço. O simples fato de o idoso acompanhar as estações do ano, perceber o sol, a chuva, o dia e a noite já o beneficia. No Elissa Village, um jardim interno com grandes janelas de vidro permite o contato com a natureza mesmo para aqueles que estiverem dentro do prédio.
Como a audição do idoso geralmente já está comprometida, a acústica é um ponto que precisa ser considerado para ajudá-lo a sociabilizar. “Em locais com mais barulho é preciso um cuidado maior. O burburinho de fundo dificulta a compreensão de uma simples conversa, o que causa frustração no idoso e pode leva-lo a se isolar e deixar de frequentar ambientes como este”, finaliza Flávia. O isolamento pode levar à depressão e até mesmo problemas físicos em função da redução da mobilidade. Pensando nisso, são utilizados revestimentos acústicos e layouts diferenciados para estimular a privacidade das conversas.
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