Em sintonia com os desafios de um mundo em aquecimento, o projeto do Distrito Itaqui revoluciona com sua abordagem em arquitetura bioclimática, transformando a floresta em infraestrutura viva e conectando design, tecnologia e conservação

 

Arquitetura Bioclimática em Diálogo com a Mata Atlântica

O Distrito Itaqui, polo de inovação e tecnologia em Itapevi, apresentou na 14ª Bienal de Arquitetura de São Paulo um projeto inédito do FGMF Arquitetos. As edificações se inserem em um remanescente de Mata Atlântica com soluções de arquitetura bioclimática que respeitam a topografia e o microclima.


O Distrito Itaqui, um polo de inovação e tecnologia, apresentou seu mais novo projeto arquitetônico na Bienal de Arquitetura de 2025. Desenvolvido pelo escritório FGMF Arquitetos, o empreendimento se destaca por sua integração com um vasto remanescente de Mata Atlântica, em Itapevi, a somente 30 minutos de São Paulo.

A proposta, que tem a natureza como elemento central, alinha-se diretamente ao tema da 14ª Bienal: “Extremos – Arquiteturas para um Mundo Quente”.

Concepção do Projeto e Soluções para a Topografia

A gênese do projeto arquitetônico para o Distrito Itaqui fundamenta-se na premissa de preservação do ecossistema local. O terreno, com sua topografia acidentada e desníveis, foi tratado não como um obstáculo a ser superado, mas como uma característica a ser incorporada.

A estratégia de projeto do FGMF Arquitetos evitou o nivelamento do solo, optando por moldar as edificações à geografia existente. As construções foram implantadas em áreas sem vegetação nativa, o que permitiu o respeito à floresta e, ao mesmo tempo, a expansão do bioma.

Núcleos Distintos e o Diálogo com o Ambiente

A concepção arquitetônica é segmentada em dois núcleos com proposições formais distintas. O primeiro, denominado núcleo de hospitalidade (Semente), é composto por edificações “semienterradas” que se encaixam de forma orgânica à topografia. Essa solução técnica de implantação faz com que os volumes se mimetizem na paisagem, com lajes-jardim que formam uma continuidade visual com o entorno.

Do interior, a vista da mata nativa é o elemento que rege a percepção espacial, proporcionando uma experiência imersiva aos usuários, sejam eles executivos, empreendedores ou pesquisadores.

Interconexão Entre os Espaços

O segundo núcleo, o educacional, explora o conceito de leveza e suspensão. Os blocos de construção são elevados do solo, criando uma sensação de caminhar sob a copa das árvores. Essa abordagem estabelece áreas sombreadas e ventiladas e possibilita uma circulação fluida sob os edifícios.

A solução técnica para as edificações promove uma interconexão entre os espaços, que incluem salas de graduação, biblioteca e áreas de eventos, valorizando a circulação e o encontro.

Materiais e Sustentabilidade como Fundamentos do Projeto

A seleção dos materiais do projeto foi orientada pela sustentabilidade e durabilidade. Revestimentos metálicos, que requerem baixa manutenção, foram a escolha prioritária. O desenho arquitetônico do Distrito Itaqui, ao integrar-se à floresta, potencializa o microclima local.

A vegetação nativa contribui para a regulação da temperatura e o aumento da umidade, resultando em conforto térmico e na significativa redução da necessidade de sistemas de refrigeração mecânica.

A abordagem demonstra a possibilidade de transformar a infraestrutura verde em um ativo estratégico para a eficiência energética e a redução da pegada de carbono, alinhando inovação e preservação ambiental.

 

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#A Relação entre Arquitetura e Topografia

O projeto do Distrito Itaqui apresenta uma resposta formal e funcional notável ao desafio de implantar edificações de grande porte em um bioma preservado. A dualidade dos núcleos – o de hospitalidade, que busca a simbiose com o solo, e o educacional, que se eleva em plataformas aéreas – demonstra uma leitura aprofundada das possibilidades de intervenção na paisagem.

A decisão de não alterar a topografia do terreno, mas de construir a partir dela, revela uma maturidade projetual que transcende a mera ocupação do espaço.

#Volumetria e Mimetização com a Paisagem

A proposta de implantar edifícios “semienterrados” com cobertura-jardim no núcleo de hospitalidade é uma solução técnica inteligente que resolve, elegantemente, a questão da volumetria e seu impacto visual. A mimetização na paisagem não é somente um artifício estético, mas uma estratégia de mitigação ambiental.

Valorização do microclima e a redução da dependência de tecnologias de climatização representam uma reflexão contemporânea sobre a bioclimática e a arquitetura passiva, em um contexto de mudanças climáticas.

#Permeabilidade e Circulação no Núcleo Educacional

O núcleo educacional, com seus blocos suspensos, explora a permeabilidade do espaço e a circulação em diferentes cotas. A criação de áreas de convívio sob as edificações é uma solução que enriquece a experiência do usuário, promovendo o encontro e a interação.

Essa abordagem dialoga com a arquitetura moderna, que muitas vezes buscava a integração da natureza e a criação de fluxos livres, mas aqui o faz com uma consciência ambiental aguçada.

O projeto do FGMF Arquitetos para o Distrito Itaqui se estabelece como um estudo de caso relevante sobre a arquitetura que atua em simbiose com o ambiente natural, valorizando a preservação como um motor de inovação.

Contato:
FGMF Arquitetos
https://arqbrasil.com.br/21323/fgmf-arquitetos/

 

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