Edson Sá, CEO do escritório AKMX, destaca algumas mudanças, como racionamento ou fracionamento de pessoas nos ambientes corporativos e o modelo de trabalho híbrido, que vieram para ficar

Arquitetura na semana de quatro dias

Edson Sá, CEO do escritório AKMX Arquitetura Engenharia Tecnologia

Em uma prática que vem se propagando no mundo, e gradualmente no Brasil, a jornada semanal de quatro dias de trabalho está sendo adotada (ou já é considerada) por empresas que enxergam essa mudança como uma forma de reter talentos, aprimorar o bem-estar e a produtividade dos seus funcionários, mantendo o salário do regime anterior.

E uma ampla pesquisa que ouviu mais de 8 mil profissionais da América Latina e realizada pela empresa de espaços corporativos compartilhados WeWork, em parceria com a Page Outsourcing, apontou que 72% dos brasileiros aprovam esse modelo de expediente reduzido e consideram que seriam mais produtivos se desfrutassem de um dia a mais de folga além do sábado e do domingo.

Esse levantamento divulgado pela WeWork, que também ouviu empregados de diferentes faixas etárias e níveis hierárquicos de escritórios de outros cinco países (Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica e México), revela ainda que 81% dos entrevistados do Brasil reputaram o modelo híbrido como ideal, sendo que 78% deste grupo já trabalham nesse formato que mistura a comodidade do home office com o tradicional serviço prestado presencialmente.

E 76% dessas pessoas disseram que esse regime melhora a produtividade e 73% afirmaram ser benéfico para a saúde. Para completar, 67% manifestaram que gostariam de escolher a própria modalidade de trabalho.

Esse mesmo percentual considera que 30 dias de férias são suficientes e admite não estar preocupado em aumentar esse período de pausa, mas sim em trabalhar menos dias por semana.

Porém, não basta para as empresas apenas reduzir um dia de expediente. É preciso usar a inteligência habitacional para esse modelo de jornada de trabalho ser bem-sucedido.

“A ocupação dos escritórios não voltará a ser como antes. Por isso, muitas empresas investem em ferramentas para conexão e em espaços para interação de seus colaboradores, um universo cada vez mais conectado e descentralizado. Algumas tendências, como racionamento ou fracionamento de pessoas nos ambientes corporativos e o modelo de trabalho híbrido, por exemplo, são mudanças que vieram para ficar”, ressalta Edson Sá, CEO da AKMX Arquitetura e Engenharia, com 20 anos de experiência na execução de projetos para transformar e evoluir espaços físicos no mercado empresarial.

Oferecer uma boa estrutura tecnológica também é fundamental. Para aprimorar a qualidade dos serviços prestados aos seus clientes, a AKMX, por exemplo, intensificou a oferta ao mercado de soluções completas para digital workplace, desde a disposição de ambientes até experiências de conectividade e automação das dinâmicas de trabalho presencial, híbrido ou remoto.

“Com isso, todo mundo ganhou um pouco de mais qualidade de vida, de poder se organizar, de ter um pouco mais de autonomia sobre o seu desempenho no trabalho e sobre como mesclar o trabalho com a vida particular. Resumindo, essa história criou para a gente uma experiência que está em desenvolvimento e com a qual nós estamos aprendendo a lidar”, ressalta a arquiteta Denise Moraes, diretora de criação da AKMX.

A otimização e a funcionalidade dos escritórios também passam pela capacidade da empresa de disponibilizar múltiplos espaços que sejam versáteis e inteligentes, como, por exemplo, mesas de uso compartilhado, que servem para utilização de qualquer pessoa, independentemente do seu nível hierárquico.

Na atual transição para o trabalho digital, esse modelo de organização é chamado de Clean Desk, que visa manter os móveis sempre livres de papéis e com aspecto de “limpos”, sem documentos e outros itens que “poluam” o espaço.

Dessa forma, o local se torna mais democrático, formatado para ser usufruído por funcionários e pelos visitantes do escritório.

Armários com guarda-volumes que possuam lockers e sejam aptos para uso coletivo também ajudam a tornar o ambiente do escritório mais prático e humanizado, pois proporcionam conforto e praticidade ao permitirem que as pessoas armazenem seus pertences com segurança e sem a necessidade de ficar transportando malas, mochilas ou notebooks para onde se deslocarem.

Sem sobrecarga

A advogada Aline Carvalho, do escritório GBA Advogados Associados, explica que a utilização inteligente e bem-organizada da estrutura do escritório pode fazer a diferença para que o regime semanal de quatro dias de trabalho seja bem-sucedido.

“A funcionalidade dos espaços físicos pode, sim, contribuir com a produtividade, pois o espaço físico de trabalho é uma das ferramentas implícitas responsáveis pelo sucesso das atividades, conforme diversos estudos já apontaram. Sendo assim, um bom arranjo e planejamento do espaço físico poderá tornar os funcionários mais envolvidos, motivados e produtivos”, analisa a advogada trabalhista.

Aline esclarece que a redução da jornada semanal para quatro dias não dá direito ao empregador de sobrecarregar os seus funcionários neste período para compensar a nova folga concedida.

“Claro que cada formato de trabalho dependerá da política organizacional de cada empresa, mas existem duas formas de implementar esse modelo de quatro dias: com 32 horas semanais (8 por dia) e 40 horas semanais (10 por dia), ambas jornadas sem ajustes salariais”, afirma a advogada.

“É necessário ressaltar que a CLT autoriza jornadas de trabalho de no máximo 8 horas diárias e 44 horas semanais. No entanto, há compensação e de turnos de revezamento conforme acordo contratual, validando a dinâmica da jornada de trabalho de quatro dias semanais”, reforça a advogada.

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