Artigo de Giancarlo Tomazim
A questão da energia está entre as megatendências que são desafios para a sociedade e que têm sido direcionadores para pesquisa e inovação. Iniciativas para atender a demanda energética e garantir a proteção climática, a partir do uso sustentável dos recursos, são essenciais, principalmente no setor da construção. A indústria da construção é responsável pelo consumo de quase metade de toda a energia produzida no mundo, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE). Dados do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) apontam que as edificações consomem cerca de 50% da energia elétrica do Brasil, durante a fase de uso e operação.
Avanços importantes têm sido alcançados por países que investiram em incentivos ao desenvolvimento de novas tecnologias na área energética. É o caso da geração de energia solar que tem crescido de forma relevante em todo o mundo, impulsionada por países como a China, que alcançou cerca de 40% de toda a capacidade solar instalada globalmente em 2016. A Alemanha também vem se destacando como país modelo na geração solar, com a maior capacidade instalada por pessoa: quase 500 watts para cada habitante. É uma tendência mundial que garante energia limpa e com importante economia de recursos financeiros.
No Brasil, a microgeração e minigeração de energia solar vêm ganhando força a partir da Resolução Normativa nº 687/2015 da Aneel, que melhorou a relação entre quem gera energia solar e as distribuidoras. A geração pelo sistema fotovoltaico pode ser utilizada para complementar a energia elétrica convencional e pode ser conectada à rede pública de forma simplificada. Ou seja, a geração atende o consumo local e pode entregar o excedente à rede, retornando ao consumidor em forma de créditos em energia. Por enquanto, apenas 0,02% das unidades consumidoras do país utiliza esse tipo de geração, segundo dados apurados em 2017 pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica. Há muitas oportunidades de avanço nesse setor.
Além da geração, há inúmeros recursos para garantir a eficiência energética na construção e operação das edificações. A escolha de eletrodomésticos com selo de baixo consumo e aproveitamento da luz e ventilação natural são medidas de fácil acesso. Há também a utilização de janelas com vidros duplos que melhoram a proteção térmica ou vidros com tratamento tecnológico para diminuir a incidência de calor na área interna, materiais construtivos que reduzem a transferência de calor entre os ambientes e oferecem melhor isolamento térmico e até mesmo pigmentos frios que promovem a reflexão do calor solar, mantendo a superfície fria mesmo em cores escuras. Soluções como estas foram aplicadas na CasaE, da BASF, contribuindo de forma importante para a sua ecoeficiência.
Um planejamento integrado, o uso de tecnologias que melhorem a eficiência energética desde o projeto até a operação das edificações e o incentivo à geração de energia de fonte renovável são fatores essenciais para melhorar o cenário. E não devem ser encarados como obstáculos ao desenvolvimento, mas como uma forte demanda por inovação que gera inúmeras oportunidades.
Giancarlo Tomazim, gerente de estratégia do Time de Indústria de Construção Civil para a América do Sul da BASF
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