Obra mais completa da história do monumento está prevista para se encerrar em junho de 2022
Um canteiro de obras em um dos principais monumentos de Petrópolis (RJ) sinaliza as boas novas: a Catedral de São Pedro de Alcântara passa pela maior restauração de sua história.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) fiscaliza e dá suporte às intervenções, fruto do projeto proposto pela Mitra Diocesana de Petrópolis. A execução conta com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que, por meio do BNDES Fundo Cultural, investe R$ 13,1 milhões na Catedral Imperial.
As obras estão previstas para serem concluídas em junho de 2022. Empresas e trabalhadores locais executam a empreitada, de modo a incrementar a economia da cidade. Ao todo, 60 empregos diretos e mais de 100 indiretos foram gerados pela restauração.
A edificação estampa inúmeros cartões-postais de Petrópolis, cidade famosa pela pluralidade de atrações históricas, paisagísticas e arquitetônicas. As intervenções vão permitir ainda a reabertura do mausoléu no qual se encontram os restos mortais da família imperial. Atualmente, todas as áreas superiores da catedral – órgão, coro, torres e telhado –, assim como o mausoléu, encontram-se fechados para visitação.
Destaca-se no projeto a implantação de uma galeria expositiva. Nas cúpulas e agulhas neogóticas, serão instaladas uma passarela e telas de projeção, tanto para contar a história da construção do templo quanto para exibir documentos históricos da fundação da cidade. Esta nova área vai viabilizar o acesso do público à torre: a 70 metros de altura, exibe de forma panorâmica uma das vistas mais impressionantes da cidade.
O restauro – Mesmo com as obras, o templo permaneceu acessível para turistas e moradores da região. Ao redor de todo o imóvel, cartazes colados em tapumes contam a história da Catedral em duas versões: uma voltada para os adultos e outra com foco no público infantil. A ação integra o projeto de educação patrimonial executado pela equipe técnica da Mitra Diocesana de Petrópolis.
Quem dedica alguns minutos para ler os cartazes descobre, por exemplo, que o atual edifício da igreja começou a ser construído em 1884. Inspirado nas antigas catedrais do norte da França, o engenheiro e arquiteto baiano Francisco Caminhoá delineou o projeto arquitetônico em estilo neogótico. Em 1925, foi inaugurada a matriz, após 37 anos de trabalhos.
As obras da fachada só começaram em 1929 e a torre foi erguida entre 1960 e 1969. O templo ostenta um carrilhão de nove toneladas com cinco sinos de bronze fundidos na Alemanha.
Para que o monumento continue a compor a paisagem de Petrópolis pelos séculos adentro, foi recentemente concluída uma intervenção essencial para garantir a segurança do imóvel: o reforço estrutural da Catedral e do muro em frente à igreja.
Também já se encerraram a restauração e limpeza de uma das laterais do templo, assim como o restauro da maioria das portas. Já a recuperação do telhado está em seus trâmites finais, mesma situação da limpeza da torre metálica.
Encontram-se em andamento a limpeza do Mausoléu da Família Imperial, o restauro da porta central, bem como limpeza e restauro da parte de trás da Catedral e da lateral localizada na Rua Ipiranga. Ainda serão executados a revitalização do jardim, conclusão da calçada, restauro dos sinos, finalização de rede elétrica, dentre outros serviços.
O Acervo da Avenida Köeler – A Catedral Imperial foi tombada pelo Iphan em 1980. O tombamento da igreja é uma extensão da proteção conferida, desde 1964, à Avenida Köeler, inscrita no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico.
Trata-se de uma das principais vias do plano urbanístico de Petrópolis. Com autoria do Major Júlio Frederico Köeler, conserva aspectos paisagísticos e urbanísticos originais.
O leito do Rio Quitandinha margeia o eixo central da avenida, que se inicia na antiga Praça de São Pedro de Alcântara – onde se localiza a Catedral –e termina na Praça de Rui Barbosa.
Construído na segunda metade do século XIX e na passagem deste para o século XX, o acervo arquitetônico apresenta variedade de estilos: algumas edificações remetem ao neoclássico final, outras se filiam à fase romântica dos chalés e há ainda os exemplares ecléticos. O resultado é uma pluralidade de construções que cativa o olhar e convida para um passeio pela memória da cidade e do Brasil.
Contato:
Iphan / Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(11) 3826-0744
http://portal.iphan.gov.br