Projeto residencial em estilo Japandi reorganiza espaços com soluções integradas e funcionais, traduzindo a identidade da família com leveza e coerência visual
Apartamento de 158 m² assinado por Vanessa Ribeiro adota o estilo Japandi como base para soluções integradas e funcionais. Destaque para o living articulador, estante multifuncional, terraço independente e reconfiguração da área íntima com cuba dupla e banhos otimizados. Projeto propõe equilíbrio entre estética e uso cotidiano.
Integração e funcionalidade no cotidiano familiar
A concepção deste apartamento de 158 m², assinado por Vanessa Ribeiro, do Quattrino Arquitetura, reflete uma abordagem sensível à vida doméstica contemporânea, aliando funcionalidade e expressão individual.
Com base no estilo Japandi — que une a racionalidade escandinava à serenidade da estética japonesa —, o projeto parte de uma premissa clara: oferecer um espaço organizado, fluido e coerente com os hábitos e interesses da família.
A planta original foi revista com foco na integração dos espaços e no estímulo à convivência. O living atua como eixo articulador entre as áreas sociais, íntimas e de serviços, reforçando sua centralidade por meio do desenho de mobiliário fixo, como a estante longitudinal que abriga livros, teclado e objetos de valor afetivo.
Esse elemento, além de estruturar o espaço visualmente, esconde discretamente o acesso à área íntima, funcionando como um painel multifuncional.
Cozinha conectada e terraço autônomo
A cozinha, implantada à direita do living, adota uma configuração reversível, podendo ser isolada por porta embutida — uma solução que preserva a fluidez da circulação sem comprometer o controle de ruídos e odores. O mobiliário e os acabamentos dialogam com a linguagem sóbria e funcional do restante da residência, reforçando a coerência material do projeto.
Na contramão de uma tendência recorrente de integração total entre o terraço e a sala, o projeto opta por preservar a autonomia desse espaço. O terraço funciona como uma área de respiro, voltada ao convívio e ao lazer ao ar livre, ampliando as possibilidades de uso da unidade sem comprometer a linguagem do conjunto.
Reconfiguração espacial e conforto programático
As alterações estruturais propostas na área íntima revelam um olhar atento à ergonomia e ao uso cotidiano dos ambientes. A antiga planta foi adaptada para transformar o banheiro do escritório em um novo apoio à suíte máster, ampliando o programa e qualificando a experiência de uso dos moradores.
A sala de banho do casal recebeu uma bancada com cuba de 1,20 metro de comprimento, permitindo o uso simultâneo com independência e conforto. O desenho do mobiliário, os acabamentos e a escolha dos metais obedecem a uma mesma paleta, garantindo uniformidade visual e continuidade na materialidade.
Na suíte da filha, a proposta visou criar um ambiente de transição, apto a acompanhar o crescimento da usuária sem recorrer a soluções temáticas. A única concessão cromática foi aplicada nos revestimentos do box e da bancada, criando um ponto focal sutil em contraste com os demais elementos neutros.
#Japandi como matriz projetual e não somente estilo decorativo
O projeto se destaca pela capacidade de associar leveza estética e racionalidade funcional, princípios centrais do estilo Japandi. Ao aplicar essa diretriz como matriz conceitual, o escritório revela maturidade projetual ao não se limitar à aplicação estilística, mas ao utilizar o repertório formal como instrumento para organizar fluxos, hierarquizar funções e compor atmosferas.
#Elementos de transição como dispositivos de organização espacial
A estante do living, por exemplo, desempenha papel estratégico na setorização, atuando como dispositivo de transição entre o público e o privado. Sua materialidade sóbria e a integração dos usos — leitura, música e armazenagem — refletem uma curadoria espacial atenta aos hábitos dos moradores.
#Autonomia do terraço como resposta à diversidade de usos
A escolha por manter o terraço como ambiente autônomo é outro ponto de inflexão, indicando uma crítica à padronização da planta integrada. Tal decisão permite usos mais diversos e configura um espaço de convivência ao ar livre que respeita o tempo da casa e dos seus moradores.
#Reconfiguração da área íntima e ampliação programática
Na área íntima, o projeto se destaca pela reconfiguração criteriosa dos ambientes, priorizando o conforto dos usuários sem comprometer a coerência formal. A ampliação do banheiro da suíte máster é um exemplo claro de como intervenções pontuais, porém bem embasadas, podem elevar a qualidade de vida dos habitantes.
#Unificação da linguagem material e controle cromático
O uso contido de cores e o controle rigoroso da paleta material — nos metais, revestimentos e louças — reforçam a ideia de continuidade visual e harmonia espacial, conferindo ao apartamento um caráter sereno, porém dotado de identidade. Trata-se de um projeto que entende o morar como prática cotidiana e dinâmica, e não como mera vitrine de tendências.
Especificação:
Metais, Louças e assessórios Roca / @roca_brasil
Contato:
Quattrino Arquitetura
https://arqbrasil.com.br/50029/quattrino/
https://www.quattrinoarquitetura.com.br/
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Sobre o Estilo Japandi / https://arqbrasil.com.br/31009/estilo-japandi
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