A arquiteta Estela Cislaghi mostra como o design bioclimático redefine a hotelaria contemporânea, ao unir conforto humano e responsabilidade ambiental desde a concepção do projeto
Para Estela Cislaghi o design bioclimático está reinventando a hotelaria ao integrar bem-estar e sustentabilidade. Com estratégias como iluminação natural, paisagismo terapêutico e automação eficiente, hotéis modernos oferecem experiências sensoriais alinhadas às demandas ambientais. Saiba como essas soluções impactam positivamente o conforto e a operação dos empreendimentos.
A hotelaria contemporânea experimenta uma transformação significativa nos últimos anos, impulsionada por novas demandas do mercado e pela crescente conscientização ambiental.
Projetos que conjugam wellness — entendido como um estilo de vida voltado à saúde física e mental — e sustentabilidade estão se tornando diferenciais competitivos empreendedores no setor.
A integração desses conceitos desde a fase inicial do projeto arquitetônico revela-se crucial para o sucesso tanto funcional quanto comercial dos empreendimentos.
Do wellness ao design bioclimático
Segundo a arquiteta Estela Cislaghi, especialista em projetos de hotelaria e fundadora do escritório Estela Cislaghi Arquitetura, sediado em Florianópolis, a união entre conforto humano e responsabilidade ambiental deve ser considerada desde a concepção espacial.
Isso abrange desde a orientação solar das edificações até a escolha criteriosa de materiais e acabamentos. O uso estratégico de luz natural , aberturas generosas e visual permeável ao exterior são elementos essenciais para promover relaxamento e conexão com o entorno.
O design bioclimático surge como ferramenta central nesse contexto. Projetos que exploram a ventilação cruzada, sombreamento passivo e controle solar otimizam o desempenho térmico dos ambientes, reduzindo a dependência de sistemas mecânicos e contribuindo para o bem-estar dos hóspedes. Essa abordagem melhora a experiência sensorial e também agrega valor ao empreendimento do ponto de vista energético e ambiental.
Materiais naturais e estímulos sensoriais
A seleção de materiais orgânicos, como madeira certificada, tecidos naturais e revestimentos com baixo índice de emissão de compostos voláteis (VOCs), é outro aspecto relevante destacado por Estela. Esses elementos influenciam diretamente a percepção tátil e visual do espaço, promovendo sensação de acolhimento e tranquilidade.
Além disso, a iluminação artificial deve ser pensada para acompanhar os ritmos circadianos. Sistemas de iluminação cênica e dinâmica permitem variações de intensidade e temperatura da luz, adaptando-se a diferentes atividades ao longo do dia.
Ambientes de estar e áreas sociais podem contar com iluminação mais quente e difusa durante a noite, favorecendo o relaxamento e a interação social.
Paisagismo terapêutico e controle acústico
Um elemento-chave na promoção do bem-estar é o paisagismo integrado. O planejamento de jardins verticais, áreas verdes internas e corredores vegetados nos hotéis colabora para a redução do estresse e a melhoria da qualidade do sono dos hóspedes. Além do valor estético, as plantas atuam como elementos purificadores do ar e reguladores microclimáticos.
Já o controle acústico é fundamental para preservar a serenidade dos ambientes. Revestimentos absorventes, vedação de vãos e isolamento entre unidades habitacionais garantem níveis adequados de privacidade e silêncio, especialmente em hotéis de alto padrão e localizados em zonas urbanas ou de tráfego intenso.
Eficiência energética e tecnologia aplicada
Investir em soluções de eficiência energética torna-se imperativo não só para a economia operacional, mas também para o posicionamento sustentável do estabelecimento. Equipamentos LED, sistemas de captação solar para aquecimento de água e automação predial com sensores de presença são práticas já consolidadas.
Segundo Estela, a gestão energética inteligente pode reduzir o consumo total de energia em até 30%, principalmente quando combinada a softwares de monitoramento em tempo real.
Tecnologias como domótica integrada, controle remoto de persianas, iluminação programável e sistemas de ventilação assistida potencializam o conforto ambiental, enquanto minimizam desperdícios. Tais estratégias permitem aliar luxo e inovação a práticas sustentáveis, respondendo a uma clientela cada vez mais informada e exigente.
#Projeto holístico e multiperformático
Do ponto de vista técnico, o projeto apresentado por Estela Cislaghi reflete uma abordagem holística , onde diferentes variáveis ambientais, ergonômicas e sensoriais são equilibradas de maneira integrada. A preocupação com o microclima interno , tanto através da ventilação natural quanto do controle da radiação solar, demonstra domínio sobre estratégias passivas de resfriamento e aquecimento.
A utilização de materiais regionais e de ciclo de vida sustentável reforça a identidade local do projeto, além de contribuir para a redução na pegada de carbono relacionada ao transporte e fabricação dos componentes construtivos. Trata-se de uma leitura precisa do entorno e de suas condições climáticas específicas, algo essencial em regiões costeiras como Florianópolis.
#Inovação tecnológica sem prescindir da simplicidade
Outro destaque é a incorporação de tecnologias de automação e gestão predial de forma discreta e eficiente. Longe de protagonizar um discurso meramente tecnológico, o projeto utiliza essas ferramentas como meio para potencializar o bem-estar do usuário, sem comprometer a estética nem a fluidez espacial. Esse equilíbrio entre alta tecnologia e humanização do ambiente é raro e altamente elogiável.
O uso de iluminação dinâmica para modular a atmosfera dos ambientes é uma estratégia que vai além da estética. Ao sincronizar a variação luminosa com os ciclos fisiológicos humanos, o projeto oferece suporte à saúde mental e ao descanso, elementos fundamentais em espaços de hospedagem prolongada.
#Desafios e oportunidades futuras
Apesar do avanço evidente, há ainda espaço para evolução em termos de regeneratividade urbana. Projetos hoteleiros poderiam ampliar seu impacto positivo ao incorporar iniciativas como recarga de aquíferos, tratamento descentralizado de águas pluviais e parcerias com comunidades locais para a manutenção de áreas verdes. Essas ações integrariam ainda mais os hotéis ao tecido socioambiental regional.
Conclui-se, portanto, que a proposta apresentada pela arquiteta Estela Cislaghi é um exemplo consistente de como design responsável, conforto sensorial e desempenho ambiental podem coexistir em harmonia. Trata-se de uma diretriz importante para a próxima geração de hotéis, que buscam alojar, cuidar e inspirar.
Contato:
Estela Cislaghi Arquitetura
https://arqbrasil.com.br/48993/estela-cislaghi/
https://estelacislaghi.com.br/
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