Arquiteta Cristiane Schiavoni mostra como conquistar uma decoração com base na cultura milenar, repleta de tradição, conforto e sofisticação minimalista
A cultura oriental é fonte de grande inspiração para arquitetos e designers de interiores que buscam resgatar características da cultura milenar em uma decoração minimalista e cheia de sutilezas.
Escolhida por famílias com descendência em alguma das culturas, como a chinesa ou a japonesa, ou por pessoas em busca de praticidade, tranquilidade e beleza, ela ainda exala tradição e sofisticação.
“O estilo japonês é marcado por muita tradição, mas, se reinventa com toques de modernidade em uma harmonia perfeita para quem almeja ambientes simples, funcionais e sofisticados, mas sem exageros”, conta a arquiteta Cristiane Schiavoni.
Cristiane Schiavoni apresenta alguns tópicos de inspiração para um estilo japonês minimalista na decoração residencial.
Portas de correr
No Japão, as portas de correr ou shoji, como são conhecidas, é tendência nas residências. Além de serem funcionais e não ocuparem espaço, possuem uma estética exclusiva que explora elementos japoneses.
São feitas com esquadrias de correr construídas com papel arroz ou outro material translúcido, característico da cultura milenar.
Louças japonesas e itens decorativos
Os objetos de tradição japonesa que remetem a cultura milenar também podem dar um toque especial ao décor. Desde itens decorativos até as delicadas louças japonesas feitas de cerâmica podem levar histórias e personalidade aos ambientes.
“No Japão, é muito comum ter louças variadas em casa e elas são lindas para compor a decoração. Peguei as que achei mais bonitas e arranjei encantadoramente”.
Também é comum que em residências de tradição oriental tenham um espaço de templo destinado às orações da família. “Ter o seu próprio Butsan em casa remonta a uma longa tradição oriunda do ano 685, quando o Imperador Tenmu decretou que cada família deveria ter um altar budista.” adiciona.
Origamis
Artes tradicionais e seculares japoneses, os origamis são conhecidos em todo o mundo e são bons representantes da cultura oriental.
Feitos a partir de dobras de papel, é possível produzir flores, animais e demais figuras que podem se tornar inspiração para lindas peças decorativas. Essa foi a referência que Cristiane passou para a artista plástica Rosana Ciotta, que transformou os origamis em esculturas e quadros que preenchem com ousadia e intimismo os ambientes sociais.
“O resultado ficou lindo! São obras de artes que dizem muito sobre a cultura japonesa, com um estilo único e especial”, descreve Cristiane.
Cerejeira japonesa
Os apaixonados por árvores e flores com certeza conhecem as lindas cerejeiras japonesas, símbolo da cultura oriental e possuem um significado histórico.
As cerejeiras representam a imagem das gotas de sangue dos samurais que participaram de batalhas, por isso são tão importantes para os japoneses.
Em casa, além de preencherem com delicadeza os jardins, podem ser usadas como referência para a decoração. No hall deste apartamento, o papel de parede escolhido recorda as encantadoras flores de cerejeiras.
“Apesar de usar outras cores, a inspiração foram nelas, por isso, galhos de cerejeiras também estão no ambiente para complementar a decoração elegante e delicada do espaço”, explica Cristiane.
Vermelho
Quando falamos em cores, a cultura japonesa prioriza os tons neutros, principalmente com o uso de branco e madeira na decoração, assim como o vermelho, cor tradicional que acrescenta vivacidade e usada com equilíbrio sob a base neutra.
“Os clientes solicitaram cores neutras e usei o vermelho como ponto de cor em detalhes do tapete, esculturas e outros”, conta.
Destaques:
• Uma cama com a base em marcenaria e de altura menor do que a tradicional cria um visual minimalista e com linhas mais simples. Segundo a sabedoria japonesa, a cama mais próxima ao chão é benéfica para a renovação das energias e traz mais tranquilidade para o descanso durante o sono.
• Portas de correr dividem ambientes com muita personalidade sem impedir a passagem de luminosidade. Cobertas em vidro com uma película mais resistente, já que o papel arroz é um material um pouco mais frágil, quando abertas elas permitem a integração dos espaços.
• Itens de louças japonesas realçam mesas de jantar e de centro, além de estatuários japoneses, que trazem referencias orientais com maior sutileza. As cerâmicas e flores ainda dão um toque especial.
• A figura do Buda inserida no ambiente remonta um oratório budista, conhecido no Japão como Butsan.
Contato:
Cristiane Schiavoni
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