A arquiteta Gabriela Mendes alinha dimensões com os modelos eleitos para a cama, densidade da espuma, estrutura e outras características específicas que atendam às necessidades dos moradores

Gabriela Mendes escolhe o colchão ideal

Em um projeto de dormitório, a proposta do décor sempre se pauta na busca pelo melhor aproveitamento para organização do espaço e escolhas que revelem tanto a personalidade daqueles que o habitarão todas as noites.

Também permita criar e alcançar a tão almejada busca pelo relaxamento e tranquilidade, traduzidas em um infinito particular.

Marcenaria dos armários, cabeceira e a cama, móveis de cabeceira, cortina, enxoval… Mas e as características do colchão? São todas iguais e padrão?

A resposta é não. A arquiteta Gabriela Mendes, no comando do escritório que leva seu nome, afirma que a seleção do modelo certo é a cereja do bolo para o sucesso de um dormitório.

“O layout pode ser perfeito e agregar as mais belas concepções no que diz respeito à distribuição do mobiliário e dos elementos complementares. Mas se o colchão não oferecer o conforto que cada um precisa, o descanso que tanto precisamos não será alcançado”, resume.

“Durante a execução do projeto, é nosso papel auxiliar os clientes durante essa tomada de decisão”, complementa.

Necessidades do morador

Uma noite de sono bem-sucedida é primordial para o ciclo que envolve o bem-estar e a longevidade das pessoas.

O descanso físico e mental andam em paralelo para permitir a disposição para um dia de atividades plenas, assim como atua diretamente com a recuperação de nosso sistema imunológico, mental e, até mesmo, o espiritual.

Alinhado o padrão da cama – solteiro, viúva, tradicional, casal, king e queen size –, o colchão deve acompanhar a idade para quem será destinado. O modelo certo é aquele que se adapta à pessoa, respeitando a estrutura corporal e o alinhamento da coluna.

Dessa forma, a profissional é da opinião que a compra é fruto da pesquisa prévia de modelos e a experimentação na loja.

“Sempre oriento nossos clientes, uma visita na loja é superimportante para conhecer como é cada modelo. No caso do casal, um não pode decidir pelo outro: faço questão de levar os dois para trocarem suas impressões e decidirem conjuntamente”, orienta

O colchão para o sono das crianças

Se uma noite bem dormida é imprescindível para os adultos, a máxima se aplica, ainda mais, para a turminha dos pequenos.

Isso se justifica, pois durante o sono o corpo deles vivencia o estímulo hormonal do crescimento, assim como a fixação do conhecimento, consolidando tudo aquilo que foi aprendido durante o dia.

Segundo a arquiteta, os modelos produzidos em espuma são os mais indicados, pois as crianças não possuem estrutura óssea para suportar um colchão mais elaborado, como o de mola.

Em relação às medidas, existem ainda os colchões infantis, mais finos e curtos do que o modelo comum – que muitas vezes auxiliam no layout do espaço projetado, por assumirem um tamanho menor e possibilitarem um aproveitamento maior do espaço.

Outras medidas dizem respeito à altura do colchão, que não deve ser muito alta e acompanhar a estatura das crianças – quando sentadas na borda, os pezinhos devem tocar diretamente o chão.

E enquanto muitos pais enfrentam o dilema do ‘xixi na cama’, Gabriela reafirma a importância de uma capa protetora como recurso para proteger o colchão. As versões impermeáveis, produzidas em TNT, são resistentes, confortáveis e não incomodam durante o uso.

“Para a higienização, não há necessidade de lavar, bastando efetuar uma limpeza com pano umedecido com água e produto neutro, ou álcool 70, e colocando ao ar livre para secar”, recomenda Gabriela.

Outro ponto se refere à preocupação com a segurança: o colchão deve acompanhar camas com protetores laterais e quinas arredondadas que mitigarão o risco de acidentes e proporcionarão mais autonomia para o dia a dia das crianças.

Colchão para adultos

A conhecida espuma e as versões em mola (incluindo a ensacada), látex, viscoelástico, ortopédico e magnético: o mercado dispõe de uma ampla oferta de colchões e a verdade é que não existe uma única referência sobre o ideal.

“Quando me perguntam sobre o tipo certo, minha resposta é que precisamos entender qual é aquele mais sugerido para atender as necessidades físicas e os desejos”, argumenta a arquiteta.

A versão de mola, com estrutura entrelaçada em uma camada de espuma, e a mola ensacada, com a sustentação individual delas, são destinadas em situações distintas.

“Para um solteiro, a mola comum é supertranquila, mas para um casal a ensacada é sinônimo de serenidade, pois a distribuição evita que a propagação do movimento de um interfira no sono do outro”, orienta Gabriela.

“Sem contar que, por ser mais pesado e apresentar o dobro de molas, a versão ensacada é sinônimo de longevidade no dormitório”, adiciona.

Tanto o látex, como o viscoelástico, são apropriados para uma adaptação plena ao corpo da pessoa, oferecendo sustentação para a coluna, reduzindo dores crônicas e pontos de pressão.

Além desse benefício, o látex cabe muito bem para os moradores que sofrem com problemas alérgicos, pois por se tratar de uma matéria-prima hipoalergênica, não acumula ácaros, fungos e bactérias.

Para quem sofre como problemas crônicas na coluna, o ortopédico é constituído por estrutura madeira na parte interna e revestido por espuma. Conhecidos por serem mais rígidos, é preciso verificar a densidade da espuma para não acontecer a percepção de um colchão duro em demasia.

Bastante divulgados nos comerciais das TVs de canal aberto e de assinatura, o magnético é conhecido como um colchão terapêutico composto por ímãs que formam um campo voltado para a automassagem e circulação sanguínea, entre outros atributos.

Contudo, a arquiteta adverte que o modelo é acompanhado por alguns ‘poréns’.

“Pessoas cardíacas, que usam marca-passo, não devem optar pelo colchão magnético, pois os ímãs interferem na vida útil da bateria do aparelho. O mesmo cuidado se aplica ao uso de celulares e relógios na cama, que podem ter a bateria danificada ou descarregada em um prazo mais rápido”, ressalta Gabriela.

Densidade

Caso o modelo escolhido seja o de espuma, a densidade é outro ponto primordial a se considerar. Ela se refere a rigidez do colchão, ou seja, define se ele será mais duro ou mole, conforme as suas especificações.

Nesse caso, quanto maior o peso e estatura do usuário, maior deve ser a densidade do colchão. Para as crianças, a densidade 20 é a ideal, enquanto para adultos, a relação entre peso e altura acompanha uma tabela de cálculo.

“Para uma pessoa com 50 kg e aproximadamente 1,50 m de altura, a densidade 23 é bastante adequada”, exemplifica Gabriela.

Caso a estrutura escolhida seja de mola, o colchão ideal deve ser calculado penas através apenas com base no peso. Já para as molas ensacadas, a análise considera cada lembro do corpo.

“Por isso, muitas vezes é importante contar com a ajuda de um profissional, a fim de guiar o usuário para a melhor opção”, comenta.

Tamanhos disponíveis

Em relação aos tamanhos, deve-se considerar a própria altura de quem utilizará o colchão e, com base nela, é possível escolher entre as opções disponíveis e padronizadas:

• Infantil (1,30 cm x 60 cm ou 150 cm x 70 cm)
• Solteiro (1,88 m x 78 cm)
• Casal (1,88 m x 1,38 m)
• Queen size (1,98 m x 1,58)
• King size (2,03 m x 1,93 m)

Como prolongar a vida útil do colchão

É de pouco conhecimento público, mas há formas simples de prolongar a vida útil de um colchão, como revezando aa posição de uso.

“Recomendamos que, uma vez ao mês, o morador troque a sua posição, tanto de lado, como da direção”, recomenda a arquiteta.

Em relação à estrutura, Gabriela Mendes completa: “Em camas feitas em marcenaria, também é importante que seja reservada uma folga de, pelo menos dois centímetros, entre a estrutura e o colchão, para que ele não deforme com o tempo”, finaliza.

Contato:
Gabriela Mendes Arquitetura
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