A arquiteta Gabriela Mendes afirma que a instalação do forro de gesso é acompanhada por uma lista de cuidados e análises que definirão sua estrutura e momento de execução
Seja pelo viés estético ou estratégia para ocultar vigas e tubulações, bem como inserir o projeto luminotécnico, a estrutura formada por um rebaixo fixado ao teto é uma solução com aparência multifacetada para ambientes comerciais e residenciais.
Antes mesmo de pensar nos últimos detalhes decorativo, na execução do projeto arquitetônico, que acompanha toda infraestrutura, a instalação do forro de gesso é considerada uma base capaz de camuflar aquilo que estar ‘por trás’ e oferecer uma estética bela e coesa.
Caracterizado por uma cobertura ou rebaixamento do teto – presente nos mais diversos tipos de projetos, como residenciais, corporativos ou mostras –, a solução simples e versátil cumpre, com toda responsabilidade, o papel de propiciar um visual limpo e livre de imperfeições.
“É fundamental entender as características individuais de cada projeto. Quando temos uma tubulação de ar-condicionado, aquecedor ou coifa, por exemplo, precisamos considerar essa instalação antes de realizar o fechamento com as chapas de gesso”, orienta.
“Além disso, sempre verifico todos os elementos que estarão presentes no ambiente, pois o forro é um grande aliado que nos ajuda a evitar quebra-quebra nas obras e não perder o prazo de entrega”, complementa.
Quem não admira os infindáveis desenhos que o forro de gesso pode trazer para o projeto de interiores? “Ele tem uma função estética magnífica para o teto, pois além de escondermos toda infra de obra, o desenho que projetamos e o efeito das luzes deixa o ambiente simplesmente maravilhoso”, afirma Gabriela.
Seguindo essa estratégia de adornar com formatos orgânicos, sancas, cortineiros iluminados e diferentes rebaixos, ela diz que essa versatilidade elimina a necessidade de sacrificar as paredes com o intuito de agregar algo a mais na estética geral do projeto.
O que considerar antes da instalação?
Pé-direito – A medida que compreende o vão entre piso e laje é determinante para viabilizar a existência do forro.
Considerando que um rebaixo mínimo de gesso necessita entre 12 e 15 cm, em algumas ocasiões fica inviável fazê-lo, haja vista o mercado imobiliário tem entregado imóveis com pés-direitos muito baixos. Portanto, a arquiteta indica essa análise para que o cômodo não tenha uma aparência visual ainda menor.
Na existência de elementos pesados a serem fixados – tais como uma coifa ou um balanço suspenso a ser colocado na varanda –, a instalação deve ser promovida antes do forro para que a sustentação aconteça diretamente na laje.
“De maneira alguma podemos deixar a fixação de cargas elevadas por conta da estrutura de gesso”, adverte a arquiteta.
Iluminação – Segundo a arquiteta, o tipo de iluminação é decisivo para calcular o sentido da estrutura do forro de gesso. “Hoje em dia, utilizamos perfis de led em projetos mais modernos.
Para tal, precisamos programar o sentido da estrutura que será montada para sustentar o gesso para que, ao cortar e instalar os perfis, não tenhamos problemas estruturais” conta Gabriela Mendes.
Ainda sobre iluminação, quando os moradores optam por pendentes muito pesados ou outros elementos, como fechamento de vidro e portas de correr, o projeto deve contemplar uma estrutura de reforço, normalmente feita em madeira.
Sistema de som – Para grandes salas de estar ou home theater, o avanço da tecnologia permite que os moradores vivenciem uma experiência audiovisual ainda mais completa enquanto assistem shows, filmes ou séries.
Para que a estrutura das caixas de som e amplificadores não fiquem aparentes, o projeto de arquitetura pode prever a camuflagem dos seus fios e cabos.
“Pensar o forro com um olhar inteligente evita partir para a solução de abrir paredes”, ressalta a profissional. “Porém, é fundamental conhecer as características do sistema de som para evitar erros ou interferências nessa sustentação das caixas de som”, ressalta.
O segredo é estudar todos os componentes que integram a estrutura de áudio e vídeo do cliente e realizar um planejamento que contempla a instalação durante o andamento da obra. “O resultado é como uma orquestra, onde cada instrumento entra no momento certo”, compara Gabriela.
Estrutura – Depois de definido outros detalhes do projeto e décor, chega a hora de definir o tipo e o formato do forro de gesso que será instalado: as tradicionais plaquetas de 60 x 60 cm dispõem de um processo mais trabalhoso para execução, menor resistência para fixação de peso e a ocorrência de mofo quando instaladas em áreas úmidas.
Enquanto o sistema drywall, composto por estrutura de aço galvanizado e chapas de gesso com 1,20 m de largura, 12,5 mm de espessura e altura variável entre 1,80 m e 2,40 m, revela um processo de instalação facilitado, alta resistência a trincas e mofos, além de se configurar como mais atual e prático.
Por fim, o forro entra na etapa da instalação de acabamentos. A sanca é um tipo de moldura, presente entre o teto e a parede, que pode ser utilizada em diferentes tipos de ambiente e diferentes formas, como a invertida, que projeta a iluminação para cima, ou decorativa, para criar desenhos nas placas.
Cuidados durante a instalação
No processo de instalação, os forros ondulados podem apresentar problemas decorrentes do desnivelamento da laje e a falta de um olhar criterioso na execução.
“O profissional especializado deve trabalhar com nível a laser, pois não se pode basear apenas na laje, piso ou parede. Como arquitetos, temos um olhar muito apurado para evitar as imperfeições”, alega Gabriela.
Além disso, é importante observar a estrutura na hora da montagem. Por norma, os montantes devem estar a 60 cm um do outro, facilitando a distribuição correta da iluminação e infraestrutura.
Outro ponto a ser observado é a tabica, ou seja, o vão entre o forro de gesso e a parede: ela denuncia muitos problemas de obra – como a estrutura de grandes construções civis pode dilatar conforme a mudança de temperatura, ela é a responsável por não deixar a estrutura de gesso trincar ou sofrer quaisquer outros danos.
Contato:
Gabriela Mendes Arquitetura
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