O arquiteto Bruno Moraes traz recomendações para quem quer reformar ou construir a segunda casa
Grande é o desejo de muita gente em ter uma vida tranquila no interior ou litoral, principalmente depois da popularização do trabalho remoto, que deu liberdade para muitas pessoas trabalharem de qualquer endereço.
Para tanto, o arquiteto Bruno Moraes traz recomendações para quem quer se mudar definitivamente, ou montar um segundo lar, com muita segurança e qualidade de vida.
Épocas indicadas – Principalmente nas cidades com apelo turístico, 99% das pessoas buscam construir e reformar suas casas de praia em períodos mais frios. Afinal, todo mundo quer aproveitar quando as temperaturas esquentarem.
Já em casas próximas da montanha, com clima mais ameno, a maioria prefere fazer reparos nas estações quentes, para apreciar o friozinho em frente da lareira.
No entanto, a mão de obra, que já costuma ser escassa nessas regiões, se torna ainda mais difícil e cara. Portanto, Bruno dá uma dica importante: “Para quem puder esperar mais um pouquinho, procure fazer a obra nos períodos menos requisitados. Isso é uma garantia de economia, pois aqueles profissionais estarão com menor demanda”, afirma.
Construção e fundação – Primeiramente, antes de erguer uma casa, é necessário executar a sua fundação. Para garantir a segurança desse trabalho, é preciso conferir as reais condições do local e fazer um cálculo exato.
Do contrário, há o risco de o terreno ceder, o imóvel sofrer rachaduras, ou até mesmo da obra ser totalmente inviabilizada.
“Meu conselho, é que se faça uma sondagem prévia do terreno. Dessa forma, uma empresa especializada visitará o local para uma análise técnica. Depois, o engenheiro calculista indicará qual será a fundação correta. É importante saber com antecedência, pois já vi casos que esse trabalho de preparação do terreno ficaria mais caro do que montar a casa inteira depois”, conta o arquiteto.
Regularização do imóvel – Segundo Bruno, é muito comum ver projetos de casas, sobretudo as de praia, desrespeitando as leis. Portanto, é preciso verificar várias questões antes da compra.
O imóvel está regularizado? Existe uma escritura da residência em cartório? Há o risco de estar localizada em uma área de proteção? A construção fica próxima da faixa de areia ou de algum córrego? Por isso, fique atento.
Estrutura e materiais – Quando se fala em construção de casa, também será necessário definir qual será o estilo construtivo. E, como em tudo na vida, há o lado bom e ruim em cada escolha.
Por exemplo, se o morador optar por alvenaria estrutural, se trata de uma opção mais barata. Já se for fazer com vigas e alvenaria de vedação, apesar de ser mais cara, possui várias vantagens.
Com relação à estrutura metálica – há muitos clientes já fazendo com tudo pré-fabricado, que apesar de mais caro, também contribui para uma reforma mais rápida e limpa.
Sustentabilidade – Seja no campo ou na praia, o sol pode trazer vários benefícios. É possível apostar no aquecimento solar, por exemplo, para deixar a água do chuveiro ou da piscina bem quentinhas.
“Apesar do investimento inicial ser mais caro, depois você não vai ter aquele gasto com energia elétrica. Portanto, aproveite para utilizar sistemas, como o aquecimento solar de água, além da energia fotovoltaica”, recomenda.
Logística – Em cidades menores e mais afastadas de grandes centros, será mais difícil encontrar um bom depósito de material de construção, ou uma loja de decoração. Resultado: será preciso ir até mais longe.
“Talvez seja mais vantajoso comprar todos os itens em uma cidade maior e, depois, mandar entregar todos de uma vez. Também fique atento com relação a fretes altos e custos extras”, aconselha ele.
Materiais – A maresia é um dos problemas de quem vive em casa de praia, que resulta na oxidação dos metais. Por isso, na hora de comprar as dobradiças ou fechaduras de portas, torneiras ou eletrodomésticos em geral é importante buscar materiais específicos, que sejam resistentes e que apresentem uma camada extra de proteção.
Também é preciso ter cuidado na hora de incluir a madeira em casa, afinal, os clientes adoram esse tipo de decoração que remete ao clima praiano! “Indico a utilização da madeira do tipo Cumaru para fazer decks, pois é super-resistente, suporta sol, chuvas e outras intempéries, diz.
Ventilação – Como todos já sabem, as casas de praia costumam ser muito quentes. Então, na hora de construir, avalie algumas pequenas alterações como: se vale a pena fazer uma exaustão natural, uma abertura no telhado para ter um escape de ar quente, a criação de janelas – uma de frente para a outra (que contribui com a ventilação cruzada).
Essas soluções podem evitar o uso excessivo da climatização artificial, como máquinas de ar-condicionado.
Paisagem – Antes de construir, os moradores devem ter em mente qual tipo de vista eles sonham em ter. Nesse sentido, a tecnologia pode ser uma boa aliada a partir de fotos de drone, para mapear bem o entorno do local. Assim, é possível saber os ângulos mais bonitos, que tipo de vegetação há em volta do terreno, etc.
Conexão com a natureza – “Gosto quando a casa se torna parte daquele ambiente, quando os moradores têm interação com toda a vida em volta dele, gerando o mínimo de interferência possível. Se você tem uma árvore no meio do terreno, que tal pensar no projeto de forma a destacá-la?”, finaliza Bruno.
Contato:
Bruno Moraes
(11) 2062-6423
http://brunomoraesarquitetura.com.br/