Madeira é opção sustentável e de curto prazo para solução do déficit habitacional no Brasil / Por Andreas Von Salis

Madeira como opção habitacional

Andreas Von Salis, da Montana Química

As dificuldades econômicas agravadas pela pandemia da Covid-19 afetaram o Brasil em um ponto muito sensível.

O déficit habitacional deve crescer no país e atingir 6,102 milhões de moradias em 2021. A projeção é de um estudo da empresa de investimentos e gestão TCP Partners.

É bom ressaltar que o déficit habitacional se caracteriza por domicílios precários (improvisados e rústicos), coabitação (moradias formadas por cômodos de uma residência) e habitações com altos custos de aluguel em relação à renda dos moradores.

Não há como escapar: a moradia é um dos itens mais intimamente ligados à inflação (de 10,54% em fevereiro, no acumulado de 12 meses, segundo o IBGE).

Quando os preços começam a subir nos mercados e nas lojas, já subiram e muito nos aluguéis.

Muitas são as propostas para que esse problema seja sanado e, com o tempo, solucionado. Mas pouco se fala de uma solução que o Brasil pode buscar para aumentar e melhorar o número de moradias: o uso consciente da madeira tratada.

A madeira é uma solução mais barata, a depender do tipo escolhido, rápida e sustentável. O material permite a construção de imóveis com vários pavimentos em poucas semanas.

Hoje, um prédio de quatro pavimentos com 16 apartamentos pode ser montado em seis dias.

Parte das moradias do Minha Casa, Minha Vida utiliza a tecnologia CLT (Cross Laminated Timber, ou laminado de madeira cruzada), uma das inovações que revolucionaram a construção civil nos últimos anos.

O CLT é um painel de madeira colado em lâminas capaz de suportar grandes cargas, o que permite a construção em vários pavimentos de forma rápida e padronizada.

A maior adoção da madeira nas construções é uma tendência no mundo: no Japão, um dos pioneiros atuais no setor, uma lei obriga que todos os prédios públicos novos com até três andares utilizem madeira na construção.

Segundo levantamento feito pela Montana Química, cerca de 2,5 milhões de metros cúbicos de madeira tratada foram fornecidos no Brasil em 2020.

A construção civil respondeu por cerca de 18% desse volume (450 mil metros cúbicos). Para 2021, a previsão é de crescimento de 20% (chegando a 3 milhões de metros cúbicos), com expectativa de manutenção dos 18% da fatia da construção civil neste ano.

Lembrando: a madeira tratada é aquela que passa por tratamento industrial para protegê-la de cupins, fungos e outros agentes nocivos, para que possa ser usada em suas mais diversas aplicações.

Infelizmente, ainda existem uma série de mitos sobre a madeira. Os principais deles são que a madeira pega fogo rapidamente, apodrece fácil e retira árvores do meio ambiente. Nada disso é verdade.

O manejo legal da madeira repõe mais árvores ao meio ambiente do que retira. E a madeira corretamente tratada resiste por décadas, às vezes mais de um século, sem necessidade de reforma.

Por fim, vale ressaltar que o setor tem impacto relevante na economia, com representatividade de 6,9% do PIB Industrial, segundo dados da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), que representa institucionalmente a cadeia produtiva de árvores plantadas.

Temos muitos dados, locais e globais, que indicam a madeira como um caminho viável, das perspectivas econômica e ambiental, para a construção civil.

Andreas Von Salis é diretor superintendente da Montana Química, multinacional brasileira do segmento de tratamento de madeira.

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Montana Química
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