Novo livro do arquiteto e urbanista Sérgio Magalhães defende uma mudança de olhar para as cidades brasileiras

Reinvenção da Cidade de Sérgio Magalhães

Publicada pela editora Rio Books, a obra “Reinvenção da Cidade – Interação, Equidade Planeta” ressalta os principais desafios dos espaços urbanos contemporâneos, sugere caminhos para enfrentá-los e defende o co-protagonismo das cidades no desenvolvimento do país.

Toda cidade precisa de uma ação coletiva para ser reinventada e adequada às exigências do século XXI, especialmente em um mundo pós-pandemia: esta é a defesa do livro “Reinvenção da Cidade – Interação, Equidade, Planeta”, do arquiteto e urbanista Sérgio Magalhães.

A obra discute alguns dos principais desafios dos espaços urbanos brasileirosna busca de cidades menos predatórias e desiguais, e mais democráticas, inclusivas e sustentáveis. Ao longo do texto, o autor joga luz sobre o caso do Rio de Janeiro, como cidade metropolitana icônica, que concentra atributos, contrastes, carências e potencialidades formadoras da identidade nacional.

Um dos maiores nomes do urbanismo contemporâneo brasileiro, Sérgio Magalhães foi presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), entre 2012 e 2017, e do 27º Congresso Mundial de Arquitetos (UIA2021RIO).

O arquiteto, que ocupou o cargo de Secretário Municipal de Habitação do Rio de Janeiro (1993-2000), foi o responsável pela concepção da Política Habitacional da cidade, que inclui o Favela-Bairro, programa implementado em 155 favelas do Rio de Janeiro.

Vencedor de premiações nacionais e internacionais, incluindo cinco prêmios anuais de projeto concedidos pelo IAB, o Prêmio América de Arquitectura e o prêmio espanhol FAD 2012 em reconhecimento ao Favela-Bairro, Sérgio é professor no Programa de Pós-Graduação em Urbanismo da FAU/UFRJ.

Em seu quinto livro, que também será lançado em inglês, o autor expõe uma visão urbanística acerca das consequências sociais, políticas e econômicas associadas ao pouco cuidado com as nossas cidades, que ocupam o posto de maior patrimônio material nacional e maior artefato da cultura.

A obra inova ao defender o co-protagonismo das cidades como ferramenta de desenvolvimento do país, opondo-se à hegemonia do debate econômico que vem caracterizando as últimas décadas.

Sérgio ressalta que a pandemia do coronavírus evidenciou a interrelação entre economia, política, cultura, clima, planeta e espaço urbano, sem subalternidades, e que as cidades precisam ser tratadas à luz desta dimensão estratégica.

O livro pretende ajudar a colocar na pauta política e na demanda da sociedade a compreensão de que não haverá desenvolvimento do país sem a qualificação das cidades e sem a universalização dos serviços públicos urbanos, sendo condições essenciais para um futuro melhor. Desenvolvimento nacional e desenvolvimento urbano são interdependentes, sustenta o autor, que prossegue.

Por muito tempo, nós temos abandonado as nossas cidades, mas precisamos reconhecer que elas são o lugar da educação, da saúde, do trabalho, do conhecimento, da inovação, e que, nelas, vivem 85% dos brasileiros.

O arquiteto constrói seu novo livro a partir de três conceitos estruturadores de uma cidade à altura das exigências do século XXI: a interação, a equidade e a sustentabilidade. O primeiro, a interação, é no sentido de valorização das trocas sociais, de compreensão da diversidade e da antissegregação.

O segundo, a equidade, se dá por meio da universalização dos serviços públicos com qualidade e do atendimento a todos os estratos
sociais. Já o terceiro diz respeito ao planeta, no que concerne à relação indissociável entre a vida humana, a natureza e as condições climáticas.

Além disso, deixando de ser um estudo meramente crítico, ainda que indispensável, o livro elenca proposições urbanísticas capazes de auxiliar a busca pela implementação de programas em acordo com os três conceitos base.

A palavra “reinvenção” é claramente forte, mas poderá ser apropriada como sinal mobilizador para uma mudança indispensável. Precisamos olhar para o nosso ambiente de vida, as potencialidades das cidades e o tema urbano como pauta política urgente, destaca Sérgio.

O caminho é o da esperança: esta é uma defesa do sociólogo e filósofo francês Edgar Morin, expressa em relação à possibilidade de as forças do bem saírem vitoriosas no pós-pandemia. No livro, Sérgio Magalhães a utiliza para convencer o leitor de que esta é uma boa alternativa.

O papel fundamental do Rio de Janeiro para o país – Como estudioso apaixonado e profissional dedicado às nuances arquitetônicas, urbanísticas, naturais, históricas, culturais e socioeconômicas do Rio de Janeiro, Sérgio Magalhães escolheu a capital carioca como a grande protagonista de seu novo livro.

Isso porque, para o autor, essa cidade metropolitana evoca o que há de mais desafiador e, ao mesmo tempo, de mais inspirador para uma completa reinvenção, cumprindo um papel de referência para o Brasil.

Entre os problemas do Rio evidenciados ao longo da obra, o urbanista ressalta graves erros urbanísticos, como, por exemplo, o abandono e a redução do papel do Centro histórico e a ocupação de áreas cada vez mais afastadas.

Em relação aos possíveis caminhos de enfrentamento, o autor propõe o debate sobre um novo desenho institucional para a cidade metropolitana, à altura de sua importância e representatividade para o país.

O livro traz, ao final, a Carta do Rio, documento resultante dos debates promovidos ao longo do 27º Congresso Mundial de Arquitetos, que teve a cidade como sede em 2021.

Ficha:
Reinvenção da Cidade – Interação, Equidade Planeta
Autor: Sérgio Magalhães
Editora: Rio Books
Páginas: 132
Ano de publicação: 2021
ISBN: 9786587913698
Versões: Português (livro físico, eBook e audiolivro) e Inglês (eBook)
Comprar: https://www.riobooks.com.br/pd-8e5b8a-reinvencao-da-cidade-interacao-equidade-planeta.html

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Sérgio Magalhães
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