Arquiteta Júlia Guadix, mostra como é possível incluir o cômodo no imóvel com soluções simples e eficientes
Com plantas baixas cada vez mais enxutas, os apartamentos precisam de soluções práticas para que móveis e eletrodomésticos fiquem organizados. Na maioria dos imóveis, as áreas de serviço costumam estar em espaços pequenos — muitas vezes em função da ausência de um bom planejamento arquitetônico.
Mesmo assim, é possível não ter que prescindir e sim, montar uma lavanderia compacta e funcional para o lar. “Sou do pensamento que o morador deve ter a liberdade de conciliar a rotina de lavar suas roupas em casa. Assim, sempre afirmo que, com um estudo bastante preciso, podemos incluí-lo no projeto e, ainda por cima, trabalhar para deixar o local funcional e elegante”, afirma a arquiteta Júlia Guadix, responsável pelo escritório Liv’n Arquitetura.
Mas como se configura a ideia de uma lavandeira compacta? Em linhas gerais, Júlia explica que o projeto comporta uma máquina (de lavar, ou as conhecidas lava e seca), uma pequena bancada, um tanque e um armário para guardar produtos de limpeza e outros objetos.
“Essa é a lista básica, uma vez trabalhamos com pouco espaço. Nesses casos, a área de serviço estará alocada em um corredor pequeno ou um pedacinho da varanda. Geralmente, temos apenas um quadradinho de 1,5 × 1,5 m e, sem dúvida, cada centímetro é valioso”, relata a arquiteta. Ela ainda acrescenta que o cômodo pode estar integrado à cozinha ou mesmo em um armário — solução muito recorrentes nas casas estadunidenses.
O que não pode faltar – Os elementos que precisam estar na em uma lavanderia compacta podem variar conforme as necessidades dos moradores, porém alguns itens se fazem essenciais. Segundo a arquiteta, uma máquina de lavar e seca é fundamental, uma vez que, com a metragem reduzida, um varal pode ocupar um pouco uma área inexistente no local.
Na decisão pelo eletrodoméstico, para uma família composta por duas a quatro pessoas, a indicação é adquirir um modelo com capacidade de 10Kg. “Eu gosto de ressaltar que, nesse tipo de equipamento, a capacidade de lavar é sempre superior ao processo para secagem”, detalha Júlia.
A bancada também é um componente indispensável, ao criar uma área útil que dá apoio para o morador. O tanque também é imprescindível, ao facilitar a lavagem de peças mais pesadas — ou que não devem ser colocadas na máquina —, assim como coopera em situações quando se faz necessário encher baldes com água, por exemplo.
“A cultura brasileira incorporou o tanque pelo nosso processo de limpeza e esse hábito não acontece em outros países, onde ele não faz diferença. Caso não seja possível incluí-lo no projeto, a recomendação é utilizar uma bacia e o próprio chuveiro do banheiro como fonte de água.”, aconselha a profissional.
Armazenamento — Em cômodos compactos, a otimização é essencial para que tudo se encaixe perfeitamente. Para armazenar e organizar produtos de limpeza e demais itens, como esponjas, panos, bacias, flanelas e pregadores, a instalação prateleiras é uma opção eficaz. Outra possibilidade também é destinar uma parede para a colocação de nichos. Além disso, caixas e cestos para guardar itens menores são adicionais que permitem o fácil acesso no dia a dia.
Se a lavanderia tiver um pouco mais de espaço, investir em uma marcenaria planejada é uma alternativa muito benéfica para dispor os itens e adicionar um toque de decoração. Hoje em dia, o mercado oferece uma infinidade de produtos, como um cabideiro externo e as versões aéreas, por exemplo.
“Antes de inserir os armários, minha dica é tirar todas as medidas e estudar de maneira detalhada. É muito importante verificar se há a circulação necessária para entrar com a máquina de lavar e para abrir a porta da mesma no dia a dia. Assim, o morador não terá dores de cabeça no futuro, nem se preocupará com a troca do móvel”, aconselha a profissional.
Varal — Para os moradores que, por um motivo ou por outro, não adquiriram uma lava e seca, um mecanismo eficaz para estender as roupas deve ser analisado. O mais recomendado é investir no varal de teto, já que ele fica suspenso na área de serviço.
Todavia, na impossibilidade, as versões de piso ou o ‘mágico’ são escolhas a serem consideradas. “Nesse desafio que é agregar o varal aéreo, devemos ter em mente que o morador precisa circular minimamente e realizar os atos de estender e retirar as peças de uma forma confortável”, recomenda a arquiteta.
Adaptando a área de serviço — Em certos casos, é preciso retirar um pedaço da área de serviço para o aproveitamento em outro espaço. No universo das adaptações, a arquiteta Júlia sugere retirar o tanque de louça e substituir por uma bancada de pedra com uma versão em embutida do tanque em inox ou esculpido na própria pedra.
Para aproveitar ainda mais cada centímetro, a máquina de lavar pode ser incorporada abaixo da bancada. No espaço aéreo, o morador pode inserir as prateleiras para guardar os itens de limpeza, bem como na parte inferior do tanque ou da bancada, onde armários são muito bem-vindos.
Decoração — Foi o tempo que a lavanderia ficava segregada e era reconhecida por ser um espaço sem um toque de decoração. Para deixar esse ambiente personalizado, é possível investir em quadros, flores e vasos com plantinhas, entre outras possibilidades.
Nesse quesito, vale também avaliar a paleta de cores: tonalidades mais claras contribuem para a impressão de um lugar mais limpo e com amplitude. “Considero imprescindível a sintonia da lavanderia com os demais cômodos da residência com o intuito de conectar e trazer continuidade”, conclui.
Contato:
Liv’n Arquitetura
https://arqbrasil.com.br/19197/studio-guadix/
https://www.studioguadix.com
@studioguadix
[*Compartilhe nas redes sociais]