O negócio de coliving estudantil, inexistente no Brasil de forma profissionalizada, se mostrou lucrativo e conquistou 150 milhões de reais em aquisições, mesmo durante a crise

Uliving investe em expansão

Projeto do arquiteto Beto Magalhães

A Uliving, empresa que trouxe o conceito de residência estudantil ao Brasil, popular em países da Europa e Estados Unidos, deu mais um passo para o seu plano de expansão.

Com cinco unidades em funcionamento no estado de São Paulo e Rio de Janeiro, em meio a um cenário incerto com as aulas à distância e home office, a empresa acaba de investir na compra de mais três prédios exclusivos para essa experiência, localizados em São Paulo: unidades Avenida Paulista e Pinheiros e em Santos, litoral.

Em todas as unidades, na prática, o morador aluga um quarto individual – modelo que foi adaptado por conta da pandemia – e pode desfrutar de áreas comuns como cozinha, sala de TV, sala de estudos, coworking, churrasqueira, rooftop e piscina – dependendo de cada empreendimento.

“Nós vendemos justamente a estrutura para que o jovem possa utilizar o seu ativo mais valioso, o tempo, da forma que preferir: trabalhando, estudando ou interagindo com outras pessoas. Mesmo em um momento em que se pede justamente o contrário da convivência, o distanciamento social, apostamos nesse mercado que tende a continuar crescendo no Brasil”, conta Juliano Antunes, CEO e cofundador da Uliving, que deve faturar R$ 20 milhões este ano.

Quem está por trás do investimento de R$150 milhões nos três prédios e de R$ 500 milhões – diluídos em cinco anos – é a VBI Real Estate, uma gestora de fundos Private Equity.

“Na crise sempre há oportunidade, principalmente para novas aquisições. A nossa estratégia é manter a liderança da marca no mercado, desenvolvendo os empreendimentos únicos, atendendo um maior número de jovens, difundindo o modelo de negócio no país”, afirma o CEO da Student Housing.

A queda no número de moradores foi considerada baixa e mostra um futuro promissor para os negócios: a ocupação que em fevereiro estava em 80% no Centro de São Paulo, Ribeirão Preto, Vila Olímpia, Jardins e Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro e agora está em 70%. “Tivemos cancelamentos de alunos estrangeiros, que voltaram aos seus países. Já temos sinalização de recuperação e os preços de locação não sofreram grandes impactos”, revela o CEO.

Tendências do mercado – Os futuros projetos devem sofrer adaptações para atender as medidas da OMS – Organização Mundial da Saúde – mas, segundo Juliano, o formato do negócio passa a ser ainda mais tendência entre o seu público.

“A relação com a moradia mudou. Pontos que antes não eram prioritários como ambientes espaçosos, passam a ser considerados no ‘novo normal’. O jovem passa a buscar um local onde tenha estrutura para trabalhar, estudar e se divertir”.

Os novos projetos devem ter mais espaços para trabalho ou estudo em todos os ambientes. Cabines individuais que prezam pela privacidade e pelo distanciamento foram desenvolvidas, existirá um mercado com produtos essenciais dentro do prédio para maior comodidade dos moradores e, principalmente, a demanda pelo dormitório individual prevalecerá.

“O compartilhamento, se sentir parte de uma comunidade, continua a ser prioridade para o jovem, fator que foi ainda mais valorizado por conta da quarentena, porém isso será colocado em prática nas áreas comuns”, conta o CEO.

A localização continua sendo relevante, com foco em empreendimentos que estão em regiões que possuem uma boa infraestrutura, cercadas por opções de comércios, lazer e entretenimento, além de fácil acesso às principais universidades.

Segundo o executivo da marca “Mesmo com a pandemia, este é um ponto importante para que a pessoa, quando tiver que se deslocar, não tenha que depender da aglomeração por muito de um transporte público”.

A Uliving também abraça jovens que já se formaram e estão no mercado de trabalho, no qual o CEO acredita que representará 10% a 20% de seus clientes totais, nos próximos meses, complementando o seu público.

“Temos, em média, 8 milhões de estudantes universitários no Brasil e, aproximadamente 1,8 milhões de jovens que saem de casa para estudar. Acreditamos que daqui alguns meses a grande maioria das faculdades mantenha aulas presenciais”, diz Juliano.

Para os próximos meses, a Uliving já estuda a aquisição de mais pelo menos três três prédios, fora do eixo Rio-São Paulo.

“Como investidores, vemos muito potencial em coliving no Brasil e estamos estudando possibilidades em outras cidades, que tenha potencial para receber este formato de negócio. A meta é totalizar 5.000 camas em operação, nos próximos três anos”, finaliza o executivo.

Contatos:
Uliving
(11) 3078-0200
https://uliving.com.br/

B·Magalhães Arquitetura
(11) 5102-4884 / 5102-4861
http://bmagalhaes.com.br/

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