Será que a nossa casa é a extensão de nós mesmos ou um reflexo das tendências de moda de uma época?

Ideia de casa de Elisa Fraga

Todos nós temos uma certa ideia de casa: um lugar seguro e acolhedor, um espaço íntimo e confortável onde temos todo o direito de explorar o que somos em nossa essência.

Entra ano, sai ano, as coisas mudam e certas coisas “saem de moda”, porém as nossas memórias, o nosso lugar e a nossa essência não acompanham este movimento, isto sempre permanece. No fim das contas, a nossa ideia de casa acaba assimilando um pouco dos dois: a essência do cliente e a tendência do momento.

Uma casa bem decorada, sem dúvida, reflete a personalidade do proprietário e, ao mesmo tempo, é funcional: cada cômodo diferente do outro e projetado para seu particular uso. Conseguir mesclar o que é do estilo e do gosto pessoal com o que mercado vem ditando – chegando a um resultado final que agrade ao cliente – é um dos grandes desafios de todo arquiteto.

Uma tendência que podemos citar é o estilo que se encontra mais em alta, que podemos chamar de Urban Jungle, onde a presença expressiva do verde, da natureza e das plantas tomam conta da decoração. Particularmente, este é um conceito que me agrada muito, já que elementos verdes trazem muita vida e personalidade ao ambiente. Fora a utilização de plantas, existem várias formas de conseguir o resultado da natureza dentro de casa, seja nas cores, texturas, móveis ou objetos. Uma roupa de cama verde, por exemplo, já é capaz de dar um frescor natural ao ambiente sem muito esforço.

No mobiliário, o que mais tem aparecido é uma linguagem minimalista e reduzida, para nos equilibrar em contraponto com a correria da vida moderna. A ideia de “vida lenta”, significa viver de forma mais consciente, economizando espaço e dando prioridade a materiais sustentáveis e atemporais. Dessa forma, os móveis com desenho minimalista acabam se destacando para atender a este público que procura este estilo de vida.

Para um arquiteto, além dos estilos de mobiliário, o universo das cores também é encantador. Elas têm um papel fundamental dentro do design e da arquitetura, pois conseguem comunicar estilos e sensações. Anualmente, a Pantone (principal e mais conhecida escala de cores) lança uma cor tendência, que é seguida mundialmente por designers e arquitetos. Este ano foi a vez do Ultra Violet, uma cor que traz emoção e mística e profunda, remete a energia e a meditação. É uma cor difícil de ser aplicada, porém, quando usada corretamente e harmonicamente, é possível obter resultados maravilhosos.

Outras cores que também apareceram muito em 2018 são o Laranja Damasco, o Verde Esmeralda, o Azul Saturado e o preto na variação matte. Encontrar a combinação correta para as cores e o mobiliário é uma das partes mais importantes que enfrentamos, é através da combinação que o projeto terá harmonia, energia, serenidade ou uma pegada mais clean. Tudo isso sem esquecer o gosto do cliente, peça fundamental no processo de construção e de finalização de todo projeto de arquitetura e de decoração de interiores.

Elisa Fraga é Arquiteta e urbanista

Serviço:
Guel Arquitetos
Brasília / DF
(61) 3554-4058
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