Tríade de esculturas orgânicas do artista plástico vai unir gestual e geométrico em prédios na região dos Jardins; primeira delas, intitulada de ‘Bicho’, ficará na alameda Casa Branca, em São Paulo

Gilberto Salvador à vista dos passantes

Uma espiral orgânica, bege, que passa pelo hall, envolve dois pilares na área externa do prédio e se projeta em direção à rua. Essa é a visão que pedestres e motoristas terão ao passar pela altura do número 1.100 da alameda Casa Branca, nos Jardins, em São Paulo. A obra, intitulada de “Bicho”, é a primeira de três esculturas que o artista plástico Gilberto Salvador criou para compor o cenário de edifícios atualmente em construção na região.

“Minhas obras têm sempre dois elementos importantes: o gestual e o geométrico. ‘Bicho’ representa bem esses conceitos. É uma forma orgânica que se desenvolve no ar quase biologicamente e liga-se no prédio, envolvendo os pilares, de uma forma sensual”, afirma o artista plástico.

Salvador diz que sua intenção com a obra não é agradar o público que passa pela rua, mas sim gerar dúvidas e reflexão. “Arte é aquilo que possibilita ao ser humano sair do conforto e fazer uma reflexão. A obra de arte tem que carregar dentro de si a dúvida”, resume o escultor. “Como a instalação já existe no local, não há quem não olhe e pergunte ‘mas o que é isso?’, e isso é muito recompensador.”

‘Bicho’ tem 7,8 m de comprimento por 1,60 m de largura e 1 m de altura (medidas aproximadas). O material utilizado foi fibra de vidro e aço inox. Como acabamento, utilizou a resina de alta resistência Goffrato, da Montana Química. As duas outras obras da tríade são “Zíper”, na avenida Nove de Julho, e “Bumerangue”, na avenida Ibirapuera. A inauguração das obras está prevista para este ano.

Gilberto Salvador – Pintor, desenhista, gravador, arquiteto, professor, Gilberto Orcioli Salvador formou-se em arquitetura em 1969 pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAU/USP, onde mais tarde atua como professor. Paralelamente aos estudos universitários, dedica-se à pintura e ao desenho. Expõe individualmente, pela primeira vez em 1965, na Galeria de Arte do Teatro de Arena em São Paulo.

É premiado com a medalha de ouro no Salão de Arte Contemporânea, Campinas, em 1967, e, nas edições de 1969 e 1970, com o prêmio aquisição. Participa de várias edições da Bienal Internacional de São Paulo, e entre suas principais mostras individuais destacam-se duas exposições no Masp, em 1985 e 1995. Em 1999, a escultura Vôo de Xangô é instalada na Estação Jardim São Paulo da Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô.

Sua obra se caracteriza pela oposição entre gestual e o traço rígido, entre as formas orgânicas e inorgânicas, entre o movimento e o estático. Nelas, as formas vivas, homens, flores e animais dialogam com figuras geométricas. O crítico de arte Jacob Klintowitz publica dois livros sobre o trabalho do artista, História Natural do Homem Segundo Gilberto Salvador, de 1985, e Gilberto Salvador O Reino Interior, de 2001.

Em 2013, o livro “Mergulho”, do professor doutor Fabio Magalhães, é lançado com a proposta de fazer uma imersão na produção artística de Gilberto Salvador. A obra dá ao leitor a dimensão exata do percurso do artista através do tempo, numa viagem de técnica e sensibilidade.

Contatos:
Gilberto Salvador
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http://fgs.org.br/

Montana Química
11 0800 167 667
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