Peças esculpidas por artistas do povo Waujá aliam tradição, arte e design. Os Bancos Indígenas Waujá estarão expostos em um estande na MADE, que acontece entre 22 e 25 de agosto no Pavilhão da Bienal, em São Paulo
Bancos “Macaco”, de Turuza Waujá, e “Arraia”, de Apahu Waujá
Os bancos indígenas são, possivelmente, o primeiro mobiliário brasileiro. Eles expandem o conceito de função para a dimensão simbólica. Assumem, conforme o contexto, o uso ritual ou cotidiano, além de funcionarem como um demarcador social — há bancos de uso exclusivo masculino, feminino ou de caciques e pessoas importantes.
Os bancos possuem também uma dimensão cosmológica, sendo alguns deles usados por pajés como instrumento de transcendência ao mundo espiritual. Nas sociedades não-indígenas, essas peças se inserem como objetos de arte e design, abrindo novos horizontes de reflexão sobre as complexas inter-relações entre as artes tradicionais e a cultura contemporânea.
Os bancos presentes na MADE 2019 são parte de uma produção contemporânea que apresenta um diálogo entre elementos da tradição e a liberdade da criação autoral. Esculpidos sempre a partir de um único tronco de madeira, sem juntas ou emendas, assumem a forma de animais da fauna brasileira e de entidades míticas. São decorados com grafismos tradicionais, pinturas que se referem a animais, num universo de expressões visuais que muitas vezes se revela através de sonhos e transes.
A participação na MADE dos artistas Apahu e Turuza, ambos da etnia Waujá e habitantes da aldeia Piyulaga, no Território Indígena do Xingu, MT, conta com o apoio da Coleção BEI e da MADE. As peças em exposição serão comercializadas durante a feira.
Além de terem obras expostas em feiras e galerias, desde 2018 estes artistas vem participando de exposições como a “Bancos Indígenas do Brasil”, realizada no Pavilhão Japonês do Parque do Ibirapuera e no Museu de Arte Indígena de Curitiba e a “Benches of the Brazilian Indigenous Peoples: Human Imagination and Wildlife” (Bancos dos povos indígenas brasileiros: imaginação humana e vida na selva) que itinerou pelo Japão no Museu de Arte Teien, em Tóquio, e no Museu de Arte Moderna de Saitama. Ambas exposições foram realizadas pela Coleção BEI.
Artistas:
Apahu Waujá
Tsiuya Turuza Waujá
Serviço:
22 a 25 Agosto de 2019
22 a 23/08: Quinta e Sexta, das 13h às 21h.
24/08: Sábado, das 12h às 21h.
25/08: Domingo, das 12h às 19h (bilheteria até as 18h).
Localização
Pavilhão da Bienal
Parque Ibirapuera, portão 3
Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n
São Paulo, Brasil
Estacionamento no Parque com Zona Azul.
Contatos:
MADE – Mercado, Arte, Design
(11) 3031-7007
https://www.mercadodeartedesign.com/
Coleção BEII
(11) 3089-8855
http://www.colecaobei.com.br/
http://bei.com.br/
Povo Waujá – https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Wauj%C3%A1
